Jorge Paz Amorim

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Sou Jorge Amorim, Combatente contra a viralatice direitista que assola o país há quinhentos anos.

quarta-feira, 22 de abril de 2015

A PEC do mico

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(Foto/ 247)
A Comissão de Constituição e Justiça da Câmara considerou constitucional a PEC de Eduardo Cunha que limita a 20 o número de ministérios, uma vigarice legislativa que mostra muito bem o nível baixíssimo da atual legislatura, indiferente ao ridículo legisferante, já que o que conta é desgastar o Poder Executivo por qualquer motivo. Não que as legislaturas pretéritas mais recentes fossem coisa que prestasse. Vem sendo uma porcaria crescente, principalmente desde que escolhida pelas normas ditadas por Golbery do Couto e Silva.

Não vou falar de exceções positivas para não cair na tentação da ideologização dos respectivos desempenhos. Prefiro destacar aqueles que, dentre tanto deputado boquirroto, em que há até um milico empedernido que comparece às sessões fardado, comportamento vedado pelo Regimento Interno da Câmara federal, conseguem ser ainda piores do que a mé(r)dia geral.

Por exemplo, o demista José Carlos Aleluia(BA), que voltou agora no bojo da votação conservadora nas eleições de outubro, se superou em cretinice ao justificar a PEC de Cunha com essa pérola, aspearei o texto, embora não seja literal, porque temo que a estupidez seja infecto-contagiosa, "A PEC tem razão de ser porque nossa Constituição Federal tem um espírito parlamentarista"...Curioso que esse imbecil, e outros que trocam argumentos por proselitismo, estão sempre reclamando da demasiada interferência do governo no Poder Legislativo.

Ora, se é assim aonde estão os dispositivos constitucionais parlamentaristas capazes de mitigar essa interferência?

Claro que tudo é lábia irresponsável e "populismo barato", oportuna expressão usada pela jornalista Tereza Cruvinel para conceituar a referida PEC, plenamente aplicável a justificativas nesse nível de imbecilidade que tentam dar algum sentido ao monstrengo.

Seguramente não veremos Dilma pagar na mesma moeda enviando uma MP ao Congresso limitando o número de comissões permanentes no Poder Legislativo, comportamento republicano que certamente seria levado em conta eventual futuro julgamento no Judiciário, caso chegue até lá. Por isso bem que a Câmara poderia poupar-se desse mico, evitando fazer um esforço inútil em legislar sobre o que não é sua competência, não só por isto, mas também para evitar apartar-se ainda mais da credibilidade popular, principalmente nesses tempos em que quase 90% da sociedade brasileira veem o legislativo com desconfiança.

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