Jorge Paz Amorim

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Belém, Pará, Brazil
Sou Jorge Amorim, Combatente contra a viralatice direitista que assola o país há quinhentos anos.

quinta-feira, 23 de abril de 2015

A lição do delegado


Digna de elogios a conduta do delegado da polícia civil ao prender o frustrado serial killer que matou com várias facadas sua 'ficante', na Cidade Nova(Ananindeua/PA). Discreto e sem se deixar influenciar pela pressa da solução do caso demonstrada população em justificado pânico, duvidou da primeira versão incriminatória a uns moradores de rua, segundo relatos denunciados por ainda estarem sujos de sangue, após pular o muro da casa da vítima roubar, estuprar e matar.

Foi aí que entrou a serenidade do delegado, ao constatar que não se tratava de sangue, mas barro molhado que impregnou nas roupas dos acusados depois de trabalharem no telhado de um outro imóvel, bem como não constatar sinais de que o assassino tinha pulado o muro ou arrombado a porta.

O resto da história já é do conhecimento público, no entanto fica a lição, nesse caso com final feliz, graças à lucidez do delegado, repita-se. Se tivesse embarcado na primeira versão e checado depois teria cometido uma injustiça. Provavelmente, como ocorre em muitas situação semelhantes, nem teria voltado atrás e a versão teria se sobreposto aos fatos, afinal, os "culpados" seriam parte de um universo composto por eternos suspeitos, daí não merecerem sequer o benefício da dúvida, muito menos a comiseração pública.

O diabo é que a crônica policial que forma opinião a respeito desses suspeitos é feita exatamente com os ingredientes da passionalidade e da sede de vingança. Além, infelizmente, dos mesmos suspeitos de sempre, geralmente pobres e pretos. Valeu, delegado!

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