Jorge Paz Amorim

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Belém, Pará, Brazil
Sou Jorge Amorim, Combatente contra a viralatice direitista que assola o país há quinhentos anos.

quarta-feira, 30 de abril de 2014

"Estamos vencendo a luta mais difícil e mais importante: a do emprego e do salário"

A presidenta Dilma Rousseff afirmou, em pronunciamento, nesta quarta-feira (30), que a luta pelo emprego e pelo salário está sendo vencida. Ela ainda revelou ter assinado uma medida provisória que corrige a tabela do Imposto de Renda, como nos últimos anos, garantindo mais dinheiro no bolso do trabalhador. Dilma ainda assinou decreto que atualiza em 10% os valores do Bolsa Família, que é recebido por 36 milhões de brasileiros. A medida assegura que os beneficiários continuem acima da linha da extrema pobreza definida pela ONU.

“Estamos vencendo a luta mais difícil e mais importante: a luta do emprego e do salário. Não tenho dúvida, um país que consegue vencer a luta do emprego e do salário nos dias difíceis que a economia internacional atravessa, esse país é capaz de vencer muitos outros desafios. (…) Nosso governo tem o signo da mudança e, junto com vocês, vamos continuar fazendo todas as mudanças que forem necessárias para melhorar a vida dos brasileiros, especialmente dos mais pobres e da classe média”
, disse.

Dilma também destacou que o governo vai continuar com a política de valorização do salário-mínimo, apesar das críticas de que o pagamento tem crescido mais do que devia. Para a presidenta, é um instrumento efetivo para a diminuição da desigualdade e para o resgate da grande dívida social que ainda existe com os trabalhadores mais pobres.


“Nosso governo nunca será o governo do arrocho salarial, nem o governo da mão dura contra o trabalhador. Nosso governo será sempre o governo dos direitos e das conquistas trabalhistas, um governo que dialoga com os sindicatos e com os movimentos sociais e encontra caminhos para melhorar a vida dos que vivem do suor do seu trabalho”, afirmou.

Estabilidade

Dilma afirmou que, mesmo que, em alguns períodos do ano, tenham ocorrido aumentos localizados de preços, motivados, na maioria das vezes, por fatores climáticos, os últimos 11 anos foram o período mais longo de inflação baixa da história brasileira. Ela ainda lembrou que o salário do trabalhador cresceu 70% acima da inflação, com a geração de mais de 20 milhões de novos empregos com carteira assinada, sendo que 4,8 milhões no atual governo.

“E esses aumentos causam incômodo às famílias, mas são temporários e, na maioria das vezes, motivados por fatores climáticos. Posso garantir a vocês que a inflação continuará rigorosamente sob controle, mas não podemos aceitar o uso político da inflação por aqueles que defendem ‘o quanto pior, melhor”, destacou.

Combate à corrupção

Dilma reafirmou o compromisso do governo no combate incessante e implacável à corrupção e que são órgãos do governo federal que têm revelado novos casos, caso da Polícia Federal e da Controladoria-Geral da União. Segundo ela, mesmo que a exposição dos fatos cause indignação e revolta de todos, isso não inibirá as instituições de apurar e denunciar mais, lutando para os investigados sejam punidos com rigor.

“O que envergonha um país não é apurar, investigar e mostrar. O que pode envergonhar um país é não combater a corrupção, é varrer tudo para baixo do tapete. O Brasil já passou por isso no passado e os brasileiros não aceitam mais a hipocrisia, a covardia ou a conivência”, destacou Dilma.

A presidenta também defendeu a Petrobras, que é um símbolo de luta e afirmação do Brasil, e que nunca vai se confundir com atos de corrupção. Segundo Dilma, tudo que tiver que deve ser apurado vai ser apurado com o máximo rigor.

“Não transigirei, de nenhuma maneira, em combater qualquer tipo de malfeito ou atos de corrupção, sejam eles cometidos por quem quer que seja. Mas igualmente não vou ouvir calada a campanha negativa dos que, para tirar proveito político não hesitam em ferir a imagem dessa empresa que o trabalhador brasileiro construiu com tanta luta, suor e lágrimas”, completou.

Pactos

Dilma lembrou os pactos firmados após as manifestações de junho, que já produziram resultados. Na educação, a lei que permitirá que a maior parte dos royalties e dos recursos do pré-sal sejam aplicados na educação foi aprovada. Na saúde, o programa Mais Médicos viabilizou a chegada, em seis meses, de mais de 14 mil médicos em 3.866 municípios, oferecendo uma cobertura de atenção básica para 49 milhões de brasileiros.

Já o pacto pela mobilidade urbana está investindo R$ 143 bilhões para melhorar o sistema viário e o transporte coletivo público nas cidades brasileiras, com a implantação de metrôs, veículos leve sobre trilhos, monotrilhos, BRTs, corredores de ônibus e trens urbanos. Sobre a reforma política, a presidenta afirmou que fará tudo o que estiver ao alcance para uma mudança na legislação que modifique as práticas, dando condições de construir a sociedade do futuro que todos almejamos.

“Foi assim que encaminhei ao Congresso Nacional uma proposta de consulta popular para que o povo brasileiro possa debater e participar ativamente da reforma política. Sempre estive convencida que sem a participação popular não teremos a reforma política que o Brasil exige. Por isso, além da ajuda do Congresso e do Judiciário, preciso do apoio de cada um de vocês, trabalhador e trabalhadora”, disse.

(Blog do Planalto)

Bomba! Pesquisas capturam votos nulos para a oposição. Mesmo assim Dilma vence no 1o. turno.



Hoje foi publicada a pesquisa CNT/MDA sobre a corrida presidencial. Os números de Dilma são semelhantes às outras pesquisas recentes, dentro da margem de erro.

Dilma Rousseff – PT 37,0%
Aécio Neves – PSDB 21,6%
Eduardo Campos - PSB 11,8%
Branco / Nulo - 20,0%
Não sabe / Não respondeu - 9,6%

O que nesta pesquisa tem alguma diferença das outras é que mostrou um pequeno crescimento da oposição, ainda que insuficiente para gerar segundo turno. Na prática é como se a oposição tentasse sair da zona de rebaixamento, para seus próprios correligionários e financiadores de campanha não desistirem. E também para as próprias pesquisas realimentarem o noticiário da estratégia de "sangramento" da popularidade de Dilma.

Por isso não vou repetir aqui o que já foi dito na análise da outras pesquisas recentes. Vou falar do que percebi de novo, apesar de que nem é tão novo assim, pois isso deveria ter sido percebido desde as pesquisas após as manifestações de junho do ano passado.

É um erro metodológico que já inflou as intenções de voto em Dilma no passado e agora infla a oposição. São os votos nulos.

Na pesquisa espontânea, onde apenas se pergunta em quem irá votar, sem mostrar um disco com nomes, os votos nulos são 14,1 no instituto MDA e 40,1% dizem não sabem ou não respondeu. No Ibope os nulos espontâneos foram maiores.

Quando passa à pergunta seguinte, a estimulada, apresentando discos com opções de nomes de candidatos, e perguntando em qual destes candidatos o pesquisado votaria, não existe a opção "Nenhum", nem "Nulos/Brancos" no disco.

Logo o pesquisado é induzido a escolher apenas um dos nome que está ali, entre as opções apresentadas. Só quem está convicto de votar nulo irá se lembrar de responder nulo. Quem está indeciso entre votar nulo ou não, tenderia a escolher o nome de Dilma quando a popularidade dela estava alta e tende a escolher um dos nomes da oposição agora, quando o bombardeio do noticiário negativo ao governo derrubou sua popularidade.

Colocar em dúvida essa metodologia tem fundamento, porque na prática a pesquisa estimulada para votos nulos ficou a mesma usada para a espontânea. E enquanto as intenções espontâneas nos candidatos praticamente dobram quando é aplicada a pergunta estimulada, os votos nulos subiram apenas de 14% para 19% ou 20% dependendo do cenário (no Ibope foram para 24%).

Esse erro não é exclusivo do instituto MDA. Todos os institutos fazem isso. Talvez no passado não fosse muito significativo, porque votos nulos eram estáveis e não influíam muito na proporção de votos válidos. De uns tempos para cá, houve um aumento significativo nas intenções de voto nulo, inclusive na pesquisa espontânea. Não dá mais para desconsiderar.

Com isso, se as eleições fossem hoje, muito provavelmente a pesquisa erraria em alguns pontos por causa deste erro metodológico. Os votos anulados seriam maiores e os votos da oposição menores. Pode até ser que Dilma também perdesse alguma intenção de voto para o nulo, mas como é ela que está sendo vidraça no noticiário, o mais provável é que atualmente isso afetasse menos os eleitores dela.

Em time que não está ganhando, se mexe.

Durante quase três anos do governo Dilma, a comunicação do governo foi muito criticada principalmente pelos blogs, e nós achamos burocrática, desatualizada e gerida como se estivéssemos ainda no século passado. Mas a popularidade estava alta. Os responsáveis pela área podiam dizer "em time que está ganhando não se mexe".

Agora, Dilma ainda tem reserva de intenções de votos nas pesquisas suficientes para vencer no primeiro turno, mas a popularidade caiu, e ninguém pode brincar, nem negligenciar a necessidade de defender e reagir.

Houve algumas pequenas mexidas na Secretaria de Comunicação da Presidência da República, inclusive com a troca da titular da pasta, mas a oposição continua dominando completamente a pauta negativa do noticiário. O governo não tem conseguido emplacar nada de uma pauta positiva que chegue ao povo.

Não há motivo para decisões açodadas, nem desesperadoras. No fundo é melhor Dilma passar por este teste de resistência agora, que é até surpreendente, do que nos meses críticos da eleição, após a Copa do Mundo. Mas é preciso estrategistas na área de comunicação que saibam lidar com o jogo que está sendo jogado.
(Os Amigos do Presidente Lula)

PT enfrenta seu momento mais difícil

No meio do feriadão de 1º de Maio, sexta e sábado, o PT promove seu 14º Encontro Nacional em São Paulo, no momento mais difícil dos seus 34 anos de vida. Não bastasse a enxurrada de problemas enfrentados pelo governo Dilma, tanto no campo político, com rachaduras na aliança, como no econômico, em que os índices negativos se multiplicam, agora surgem sinais evidentes de uma divisão interna, que pode prejudicar não só a reeleição da presidente, mas as chances do partido nas eleições estaduais e seu próprio projeto de poder.
O ex-presidente Lula repetiu, pela milésima vez, no final de semana, em entrevista à televisão portuguesa RTP, que não vai concorrer a nenhum cargo nas eleições deste ano e apoiará a sua sucessora: "Não vou ser candidato. Vou para a rua fazer campanha para Dilma". Mas não adianta: a turma do "volta Lula", que junta setores do partido mais ligados ao ex-presidente a empresários descontentes com o governo Dilma, não desiste de criticar os rumos da administração federal e alimentar o noticiário que insiste em jogar um contra o outro, na tentativa de enfraquecer ambos e, portanto, o PT.
Dilma e Lula estarão juntos no encontro, com a participação de 800 delegados, que devem aprovar as diretrizes do programa de governo da presidente para um possível segundo mandato. É a oportunidade que os dois terão para mostrar uma unidade partidária que no momento está, de fato, mais ameaçada por divergências internas, manifestadas publicamente no caso da Petrobras, do que pelos adversários na disputa eleitoral.
A esta altura, faltando pouco mais de cinco meses para as eleições, não basta reclamar do partidarismo da mídia a serviço da oposição. Sempre foi assim, mas os problemas enfrentados pelo governo e pelo partido são reais e é preciso dizer claramente o que o PT pretende fazer com a capengante economia, caso conquiste mais um mandato, que o deixaria 20 anos no poder central.
O próprio Lula, numa entrevista concedida a um grupo de blogueiros, no início do mês, cobrou da presidente o anúncio de medidas concretas para melhorar a economia, mas o governo parece travado, jogando na retranca, como se já tivesse feito tudo o que era possível para controlar a inflação e retomar o crescimento com mais força, os grandes desafios do momento, que podem ser decisivos na eleição de outubro.
Ainda nesta segunda-feira, em São Paulo, o ministro da Fazenda, Guido Mantega, projetou um crescimento do PIB de apenas 2,3% este ano, abaixo da própria previsão feita anteriormente pelo governo, que já era decepcionante (2,5%). A segunda má notícia do dia, que vem se somar a todas as outras das últimas semanas, é o crescimento de 7,4% na inadimplência das empresas, em relação ao mesmo período do ano passado. E uma ala do PR já está anunciando que vai retirar o apoio a Dilma na reeleição.
Diante deste quadro desfavorável, sendo bombardeada por todos os lados, inclusive por membros do seu partido e da base aliada, o governo Dilma mantém um obsequioso silêncio, que só deverá ser quebrado pelo discurso da presidente no 1º de Maio, em rede nacional de rádio e televisão. Ministros e assessores próximos da presidente no Palácio do Planalto agora não falam mais nem em "off" quando perguntados sobre a reação do governo aos cada vez mais duros ataques da oposição.
O cenário em que os petistas se reunirão no final de semana, guardadas as devidas proporções, me lembra um pouco a crise vivida pela então prefeita de São Paulo Luiza Erundina, no final dos anos 80, que atribuía as dificuldades da sua administração ao partido e vice-versa. Depois de 11 anos e quatro meses no Palácio do Planalto, o PT se vê agora diante do dilema de defender a continuidade num país que quer mudanças, o oposto do que aconteceu na campanha de 2002, no final do governo FHC, quando Lula se elegeria presidente pela primeira vez, vencendo o tucano José Serra. A diferença é que agora o PT está no governo.

(Ricardo Kotscho, no blog Balaio do Kotscho)

Nacionalismo de Aecim vira PÓ na denúncia abaixo




AÇÃO BILIONÁRIA ENVOLVE AÉCIO E ANASTASIA NA EXPLORAÇÃO DE NIÓBIO EM ARAXÁreprodução

NIÓBIO ENTREGUE
O Nióbio, riqueza que poderia significar a redenção da economia mineira e nacional, foi entregue, através de operação bilionária e ilegal, a empresa estatal japonesa, Japan Oil, Gas and Metals National Corporation, em parceria com um fundo de investimento coreano que representa os interesses da China. Este é o final de um ruidoso conflito instalado no centro do Poder de Minas Gerais que vem sendo, nos últimos dois anos, de maneira omissa e silenciosa, testemunhado pelo governador Antônio Anastásia.
AÉCIO E A CODEMIG
Desde 2002 o então governador e atual senador Aécio Neves entregou a condução das principais decisões e atividades econômicas do Estado de Minas a Oswaldo Borges da Costa, que assumiu a função estratégica de presidente da Companhia de Desenvolvimento Econômico de Minas Gerais (CODEMIG). Criou um governo paralelo, onde as principais decisões sobre obras e investimentos das estatais CEMIG, COPASA, DER/MG, DEOP e das autarquias de MG ficaram a cargo de “Oswaldinho”.
PALÁCIO DA LIBERDADE E OS MILIONÁRIOS
Para sede da CODEMIG, caminharam nos últimos 10 anos investidores internacionais que tinham interesse no Estado. O Palácio da Liberdade transformou-se apenas em cartão postal e símbolo de marketing publicitário de milionárias campanhas veiculadas na mídia. Por trás deste cenário artificial operou um esquema de corrupção, que contou com a cumplicidade até mesmo da Procuradoria Geral de Justiça, que impedia a atuação do Ministério Público Estadual.
leia também ► NIÓBIO-Vende-se MINAS GERAIS. Tratar diretamente com Aécio ou Anastasia
Em 2005, na CPI dos Correios, o publicitário Marcos Valério, operador do mensalão, fez uma ironia com a caixa-preta do nióbio. Ele declarou que o contrabando de nióbio é que sustentava partidos políticos.
DISPUTA ENTRE FAMÍLIA NEVES FORTUNA DUVIDOSA
Foi necessária esta longa introdução, uma vez que à imprensa mineira jamais foi permitido tocar neste assunto para que se entenda o que agora, uma década depois, está ocorrendo.
Após a morte do banqueiro Gilberto Faria, casado em segunda núpcias com Inês Maria, mãe de Aécio, iniciou uma disputa entre a família Faria e a mãe de Aécio, sob a divisão do patrimônio deixado. Oswaldo Borges da Costa, casado com uma das herdeiras de Gilberto Faria, passou a comandar inclusive judicialmente esta disputa.
Diante deste quadro beligerante, as relações entre Aécio Neves e Oswaldo Borges da Costa acabaram, o que seria natural, pois Aécio fatalmente ficaria solidário com sua mãe. Mais entre Aécio Neves e Oswaldo Borges da Costa é público que existia muito mais, desta forma deu-se início a divisão do que avaliam ser uma fortuna incalculável.
ORIGEM DA FORTUNA…
No meio desta divisão estaria “a renda” conseguida e a conseguir através da diferença entre a venda subfaturada e o valor real no exterior do Nióbio. Peça chave neste esquema, a CBMM pertencente ao Grupo Moreira Salles, que sem qualquer licitação ou custo renovou o contrato de arrendamento para exploração da mina de Nióbio de Araxá pertencente ao Governo de Minas Gerais por mais 30 anos.
INVESTIDORES NÃO IDENTIFICÁVEIS?
Meses depois venderia parte de seu capital a um fundo Coreano, que representa investidores, não identificáveis.
Para se ter idéia do que significou, em matéria de ganho, a renovação para Companhia Brasileira de Metalurgia e Mineração (CBMM), que tem com atividade exclusiva a exploração da mina de Nióbio de Araxá – sem a mina cessa sua atividade – depois da renovação a empresa vendeu 15% de suas ações por R$ 2 bilhões, ou seja, levando em conta apenas o valor de suas ações a empresa valeria hoje R$ 28 bilhões, R$ 4 bilhões a menos que o Estado de Minas Gerais arrecada através de todos os impostos e taxas em um ano. Mas esta operação já havia causado desconfiança principalmente nas forças nacionalistas que acompanhavam de perto a movimentação.
Acrescentando: “Circula por aí versão segundo a qual só as jazidas de nióbio dos “Seis Lagos” valem em torno de 1 trilhão de dólares. Necessário esclarecer que por sua localização e facilidade de exploração a jazida de Araxá vale muito mais que a “Seis Lagos”.

CADE – MINISTÉRIO DA JUSTIÇA OMISSO, FAVORECE AS CLASSES INTERNACIONAIS
Evidente que o Ministério Público mineiro já está investigando esta renovação do arrendamento celebrado pela CODEMIG, porém, ela nada significa perto do crime praticado contra a soberania nacional que foi a venda de parte das ações da CBMM, dando poder de veto a uma empresa estatal japonesa. Foi uma operação cheia de irregularidades com a questionável participação de órgãos que deveriam fiscalizar este tipo de operação como o Conselho Administrativo de Defesa Econômica (CADE), subordinado ao Ministério da Justiça.
A operação foi aprovada em prazo recorde e com base em um parecer de folha única, que desrespeitou toda legislação existente no País. A menor das irregularidades cometidas foi conceder “Confidencialidade” aos termos da operação aprovada. Foi desrespeitada a determinação legal para que não ocorra a cassação da autorização da sociedade estrangeira funcionar no País; esta deverá tornar público todos os seus dados econômicos, societários e administrativos, inclusive de suas sucursais (art. 1.140, CC).
SOCIEDADES ESTRANGEIRAS FUNCIONANDO NO TERRITÓRIO BRASILEIRO CONTRÁRIAS A ORDEM PÚBLICA DO BRASIL
E mais, conforme constante do artigo 1.134 do Código Civil, se faz necessária para que a sociedade estrangeira possa funcionar no território brasileiro prévio exame da legitimidade de sua constituição no exterior e a verificação de que suas atividades não sejam contrárias a ordem pública no Brasil.
O Poder Executivo poderá, ou não, conceder a autorização para uma sociedade estrangeira funcionar no Brasil, estabelecendo condições que considerar convenientes à defesa dos interesses nacionais (art. 1.135, CC). Segundo a assessoria de imprensa do CADE, na tramitação da analise foi-se observado o regimento, evidente que um regimento não pode se sobrepor a lei.
leia também:Por que Araxá é vital para os EUA ?(documentos secretos do Wikileaks)

PORQUE O CADE NÃO ANALISOU Á CRITÉRIO?
Nada disto foi observado e agora, a exemplo da briga instaurada entre as famílias Faria e Neves, o divorcio entre Aécio Neves e Oswaldo Borges da Costa fatalmente se transformará num dos maiores escândalos da historia recente do País e poderá levar Minas Gerais a perder a propriedade sobre a jazida de Nióbio.
Principalmente as Forças Armadas veem promovendo gestões para federalizar, a exemplo da Petrobras, a exploração de Nióbio.
RELATÓRIOS COMPROVAM ESQUEMA CRIMINOSO DE SUBFATURAMENTO DO NIÓBIO
Relatórios confidenciais da Abim e da área de inteligência do Exército demonstram como operou o esquema criminoso de subfaturamento montado pela CODEMIG/ CBMM, através da Cia de Pirocloro de Araxá. A assessoria de imprensa da CBMM, da CODEMIG e do senador Aécio Neves foram procuradas e não quiseram comentar o assunto.
O assunto “Nióbio” é amplo, não tendo como esgotá-lo em apenas uma matéria, desta forma Novojornal publicará uma série de reportagens ouvindo as diversas áreas envolvidas no tema.
Nota da Redação (atualizado às 15:26 de 21/12/2012)
O valor da venda de 15% da CBMM, ao contrário dos R$ 2 bilhões de reais, constante na matéria, foi de US$ 2 bilhões de dólares. Desta forma, 100% das ações da CBMM equivalem a US$ 28 bilhões de dólares, levando em conta que a arrecadação total anual do Estado de Minas Gerais é de R$ 32 bilhões de reais, o valor das ações da CBMM representa quase o dobro do arrecadado.
(US$ 28 bilhões de dólares x R$ 2 reais = R$ 56 bilhões de reais).


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Postado há 14 hours ago por FRAZÃO/via A Justiceira de Esquerda

FORA, AÉCIO E SUA GANGUE DE ASSALTANTES!

Que amanhã, ao comemorar a data referência da sua luta por um mundo melhor, a classe trabalhadora brasileira se lembre desse celerado e diga ao povo brasileiro:
PRIVATAS NUNCA MAIS!!!

VISÃO ARCAICA

As rondas da memória

"Nesta tarde do ano de 1977, se reuniram pela primeira vez catorze mães de filhos desaparecidos.
Desde então buscaram juntas, juntas bateram nas portas que não se abriam:
-Todas por todas-diziam.
E diziam:
-Todos são nossos filhos.
Milhares e milhares de filhos tinham sido devorados pela ditadura militar argentina e mais de quinhentas crianças haviam sido distribuídas como prendas de guerra, e nenhuma palavra era dita pelos jornais, pelas rádios, pelos canais de televisão.
Alguns meses depois da primeira reunião, três daquelas mães, Azucena Villaflor, Esther Ballestrino e Maria Eugenia Ponce também desapareceram, como seus filhos, e como eles também foram torturadas e assassinadas.
Mas a caminhada das quintas-feiras, ninguém mais conseguiu parar. Os lenços brancos davam voltas e mais voltas pela Plaza de Mayo e pelo mapa do mundo". (Eduardo Galeano).
Que essas "caminhadas" inspirem as nossas comissões que buscam a verdade tão ansiada por todo o povo brasileiro para darmos à nossa ditadura o mesmo tratamento dispensado pelo povo argentino aos seus algozes daquele sombrio período.

Quem tem medo do Lula?


Ninguém é mais atacado do que Lula, ninguém causa mais temor nas elites tradicionais do que o Lula, pela força política e moral que ele adquiriu.

Lula incomoda. Basta ele falar sobre algo, que as que se creem “autoridades” deitam falação para contestá-lo, criticá-lo, acusá-lo, denunciá-lo, homenageando-o como a ninguém se homenageia, com sua atenção, sua energia, seu rancor, suas insônias.

Lula nasceu do nada, do quase nada, de uma região que era para não dar nada ao país, de uma mãe amorosa, que lutava para que seus filhos sobrevivessem e, se pudessem, chegassem à escola – como o extraordinário filme sobre o Lula recorda. Ele foi chegando: da sobrevivência à escola, da formação profissional ao emprego industrial, do operário metalúrgico ao líder sindical, do desafio à vida para sobreviver ao desafio aos patrões e à ditadura. Se houve um milagre brasileiro, foi ele.

Entre paternalismo e temor, lideres políticos tradicionais e meios da imprensa tiveram que reconhecer seu papel, que tentavam restringir a um dirigente corporativo, com um papel determinado num certo momento, que mereceria carinho e compreensão. Mas quando ele foi se transformando em dirigente político, em fundador de um partido dos trabalhadores começou a incomodar não apenas ao Dops e à ditadura, mas aos que pretendiam restringi-lo a um papel limitado.

Até que aquele nordestino, operário, que perdeu um dedo na máquina, mas que nunca perdeu a esperança, ousou ser candidato a presidente e a quase ganhar. Denunciando a desigualdade e a injustiça, apontando que um Brasil melhor era possível e necessário. Até que um dia, depois de fracassarem bacharéis e políticos de profissão, o Lula se tornou presidente.

Ia fracassar, tinha que fracassar, para que as elites pudessem governar com calma o Brasil – como chegou a dizer um ex-ministro da ditadura. Haviam fracassado a ditadura, Sarney, Collor, FHC, ia fracassar Lula e a esquerda e o movimento popular estariam condenados por décadas – como ameaçou um outro ex-procer da ditadura.

Mas Lula encontrou a forma de dar certo. Em meio à herança maldita de uma década de desarticulação do Estado, da sociedade e das esperanças nacionais, Lula foi o responsável por uma arquitetura que permite ao Brasil resgatar a esperança, combater a desigualdade e a miséria, resgatar o Estado, projetar um Brasil soberano e solidário. Lula preferiu enfrentar os desafios de construir uma alternativa a partir do pais realmente existente do que dormir tranquilo com seus sonhos nunca realizados, em meio a um povo sem sonhos.

Lula saiu dos 8 anos mais formidáveis de governos no Brasil com mais de 90% de referências negativas da mídia e mais de 80% de apoio do povo. Não pode haver maior consagração. Elegeu sua sucessora, está prestes a conseguir que ela tenha um segunda mandato, mas ele não dá trégua aos que achavam que eram donos do Brasil, que ainda acham, apesar de terem perdido as três ultimas eleições presidenciais e estarem em pânico pelo risco iminente de perderem uma quarta, ficando já quase duas décadas sem dispor do Estado que construíram para perpetuar-se como donos do Brasil.

Lula incomoda. Uma forma de tentar neutralizá-lo é especular que ele vai ser candidato de novo agora. Ele nega, mas não aceita comprometer-se a que não volte a ser candidato. E quando abre a boca, quando escreve, quando aparece em publico, as elites tradicionais entram em pânico. Porque sabem que atrás daquelas palavras, daquela figura, está o maior dirigente político, o maior líder popular que o Brasil já teve, que quando se pronuncia, suas palavras não são palavras que o jornal amanhecido leva pro lixo, mas expressam realidades pelas quais ele é responsável.

Quando ele fala de miséria e de desigualdade, fala com a autoridade de quem mais contribui para sua superação. Quando fala da construção de um outro tipo de Brasil, se pronuncia a partir de mais de uma década de passos nessa direção, iniciados por seu governo. Quando critica as elites tradicionais – sua mídia, seus juízes, seus partidos e seus políticos – fala como quem é um contraponto real e concreto a essas elites. Fala como quem é reconhecido pelo povo como um dos seus, como alguém em quem confiam – ao contrario da mídia, de juízes, de partidos que já mostraram ao que vieram e em quem o povo não confia.

Lula incomoda. Não apenas pelo que foi, pelo que é, pelo que pode vir a ser. Mas por sua vida, argumento contra o qual ninguém pode contrapor nada. Ele é a prova viva que se pode nascer na pobreza e se tornar um dos maiores estadistas do mundo atual, se pode nascer na miséria e se tornar quem mais faz para superar a miséria. Se pode enfrentar as maiores dificuldades na vida e na política e manter a dignidade, a grandeza, o sorriso franco e o espirito de solidariedade. Se pode ser de esquerda e enfrentar os desafios de construir uma vida melhor para o povo, em meio a aliados e instituições que foram feitos para outra coisa. Se pode topar os desafios de receber um país desfeito e recuperar a esperança, a auto-estima, uma vida melhor para dezenas e dezenas de milhões de pessoas. Se pode prometer que ia fazer com que todos os brasileiros teriam três refeições diárias e cumprir.

Isso é insuportável para quem promoveu sempre a miséria e a passividade do povo, para quem governou para as elites e foi sempre recompensado pelas elites, enganando o povo e se enganando que iam ficar para sempre no controle do Estado e da política.

Lula incomoda. Por isso é atacado, atacado, atacado. Ninguém é mais atacado do que o Lula, ninguém causa mais temor nas elites tradicionais do que o Lula, pela força política e moral que ele adquiriu e que o povo reconhece nele.

Lula mostrou que se pode governar sem falar inglês, sem almoçar e jantar com os donos da mídia, sem ter medo das elites tradicionais, sem temor a aliar-se com quem se faz necessário para fazer o que é necessário e fundamental para o povo e para o Brasil. Lula mostrou que se pode defender os interesses do Brasil e ao mesmo tempo ser solidário com os outros países e com os outros povos.

Lula desmentiu mitos, sua vida é uma afirmação de que um outro mundo é possível, de que as elites podem falar todos os dias contra os interesses populares, mas quando o povo consegue visualizar uma política diferente e lideres que as defendem, se pronuncia contra as elites.

Lula tinha que dar errado, na vida e na política. E deu certo. Isso é insuportável para as elites tradicionais, isso gera medo neles, acordam e dormem com o fantasma do Lula na cabeça, nas redações dos jornais, revistas televisões, nas reuniões dos especuladores e dos seus partidos, nos organismos que pregam um mundo de poucos e para poucos.

Quem tem medo do Lula, tem medo do povo, tem medo das alternativas populares, tem medo que o Brasil vá se tornando, cada vez mais uma democracia social, de forma irreversível. Por isso cada palavra do Lula, cada sorriso, cada viagem, cada homenagem, cada abraço que dá e recebe do povo, incomoda tanto a alguns e provoca esse sentimento de confiança que o Brasil está dando certo em tanta gente.

Ter medo ou esperança no Lula é a própria definição de onde está cada um no Brasil e no mundo de hoje.

(Emir Sader)

Por que Jordy mentiu?

“Na minha opinião, infelizmente a Mara e o Jordy resolveram partidarizar a questão. A Mara foi enfática ao dizer aos jornalistas que a cela de Dirceu é ‘ampla e iluminada’, sendo que nem pôde entrar no local, porque a cadeira de rodas não permitia a passagem”, disse Wyllys. “Respeito muito a Mara, mas ela não visitou a cela. Acho estranho afirmar categoricamente uma coisa sem ter entrado. Ficou na porta.” Segundo Wyllys, a cela de Dirceu está cheia de infiltrações e é compartilhada com outros presos, que não estavam presentes porque, ao contrário dele, receberam o benefício de sair para trabalhar. “Não tem privilégio algum, aquilo lá é um horror. O próprio Ministério Público apontou isso, é um absurdo dizer o contrário. Eu não tenho relação alguma com Zé Dirceu, meu partido faz oposição ao PT e posso afirmar o que vi com meus próprios olhos: não existem regalias."

Palavras do deputado Jean Wyllys(PSOL/RJ), transcritas no blog de Cynara Menezes, também membro da Comissão de Direitos Humanos da Câmara Federal, também presente no presídio da Papuda a quando da avaliação das possíveis 'regalias' na cela de José Dirceu, vistas por uma deputada que nem entrou na cela, conforme afirma Wyllys; e outro que considerou regalia o que há em outras celas, além do tamanho da mesma, explicada pela direção do presídio pela adaptação do espaço outrora usado para outra finalidade. De qualquer modo, à primeira vista, longe da regalia que tenta justificar a patranha Barbosiana ao impor o regime fechado.

Jordy já havia aproveitado em outra oportunidade a ausência do presidente titular da mesma Comissão para fazer aquilo que a Globo desejava, em repúdio a Venezuela, mesmo sabendo que a posição sorrateiramente assumida não refletia a da maioria dos pares. Desmentido, fechou-se no seu mandato reaparecendo nesse outro momento importante e novamente apequenando sua atuação, estranhamente fazendo coro à vingança que a direita opera contra Zé Dirceu, mesmo auto intitulando-se socialista, o que deveria pesar historicamente na sua consciência e ajudá-lo a não manchar seu mandato com concessões que mancharão sua biografia.

Como diz Fernando Brito, do blog Tijolaço, "é simplesmente inacreditável o nível de degradação a que chegou a oposição no Brasil. Não consegue ganhar no voto, então apela para o jogo mais sujo que se possa imaginar". No entanto, de alguns esperava-se que mantivessem ao menos a aparência da ética que utilizaram exitosamente como marketing político durante as eleições de 2010, não descendo à degradação de desmentir os fatos pra auferir dividendos politiqueiros, aquilo que caracteriza a politicagem que dizem combater. Mas, só dizem. Na hora do fazer, caem em tentação e apelam para o jogo mais sujo que se possa imaginar pra saciar sua ânsia de poder. Lamentável!

terça-feira, 29 de abril de 2014

Senador fora da lei. Ou será fora da lei senador?


Senador FLEXA RIBEIRO do PSDB (é claro) é dono da PREMIUM que está construindo o prédio dentro do rio.
E o pior, esse Senador está legislando em causa própria, pois, como relator da Código Florestal, propôs emenda com o intuito de diminuir a faixa de proteção dos rios e cursos de água urbanos, ou seja, com a intenção evidente de beneficiar seus empreendimentos.
E outra, é autor de uma PEC que visa tirar da União o domínio das chamadas terras de Marinha. Com que objetivo hein?
E será que é por isso que o prefeito de Belém, Zenaldo Coutinho, que também é do PSDB, não ordenou aos órgãos da prefeitura de Belém (SEURB e SEMMA) que embarguem imediatamente essa obra irregular e criminosa?
Tá na hora da Comissão de Ética do Senado investigar essas questões e o MP e TJ mandar demolir essa aberração que é a construção deste edifício que beneficia meia dúzia de elitizados, em detrimento de toda a sociedade.
Não vamos recuar, vamos à luta até que este prédio venha ao chão, e os responsáveis por essa agressão ao meio ambiente e aos munícipes sejam devidamente enquadrados na LEI.
(Marquinho do PT/via Facebook)

Clubes esportivos pedem aprovação de parcelamento de dívidas em até 25 anos

O presidente da Câmara, deputado Henrique Eduardo Alves, se reuniu nesta terça-feira (29), com representantes de clubes e entidades desportivas. Os dirigentes pediram a aprovação de proposta que permite o parcelamento em até 25 anos das dívidas de clubes de futebol e entidades desportivas com o Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), o Imposto de Renda, o Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS), a Timemania e o Banco Central.

Paralelamente, eles defenderam a aprovação da Lei de Responsabilidade Fiscal do Esporte, tornando obrigatório, por exemplo, que clubes e entidades esportivas apresentem certidões negativas de débitos com a União para poderem participar de competições oficiais.

Essas propostas fazem parte do texto substitutivo ao projeto que cria o Programa de Fortalecimento dos Esportes Olímpicos (Proforte – PLs 5201/13 e 6753/13).

(Portal da Câmara dos Deputados)

Os barões da banca e da droga

Arquivo













Na última década, o HSBC colaborou com os cartéis da droga do México e da Colômbia na lavagem de dinheiro num montante de cerca de 880 bilhões de dólares


O caso do banco britânico HSBC constitui um exemplo suplementar da doutrina «demasiado grandes para serem encarcerados». Em 2014, o grupo mundial HSBC emprega 260.000 pessoas, está presente em 75 países e declara 54 milhões de clientes.

No decurso do último década, o HSBC colaborou com os cartéis da droga do México e da Colômbia – responsáveis por (dezenas de) milhares de assassinatos com armas de fogo – na lavagem de dinheiro num montante de cerca de 880 bilhões de dólares.

As relações comerciais do banco britânico com os cartéis da droga perduraram, apesar das dezenas de notificações e avisos de diversas agências governamentais dos EUA (entre as quais o OCC - Office of the Comptroller of the Currency).

Os lucros obtidos não só levaram o HSBC a ignorar os avisos, mas, pior ainda, a abrir balcões especiais no México, onde os narcotraficantes podiam depositar caixas cheias de dinheiro líquido, para facilitar o processo de lavagem.

Apesar da atitude abertamente provocatória do HSBC contra a lei, as consequências legais da sua colaboração directa com as organizações criminais foram praticamente nulas. Em Dezembro de 2012, o HSBC teve de pagar uma multa de 1900 milhões de dólares – o que equivale a uma semana de receitas do banco – para fechar o processo de lavagem.

Nem um só dirigente ou empregado foi sujeito a procedimento criminal, embora a colaboração com organizações terroristas ou a participação em actividades ligadas ao narcotráfico sejam passíveis de cinco anos de prisão. Ser dirigente de um grande banco dá direito a carta branca para facilitar, com total impunidade, o tráfico de drogas duras ou outros crimes.

O International Herald Tribune (IHT) fez uma reportagem sobre os debates realizados no departamento de Justiça. Segundo as informações obtidas pelo jornal, vários procuradores pretendiam que o HSBC se declarasse culpado e reconhecesse ter violado a lei que o obriga a informar as autoridades sobre a ocorrência de transações superiores a 10.000 dólares identificados como tendo origem duvidosa. Daí resultaria a cassação da licença bancária e o término das actividades do HSBC nos EUA. Após vários meses de discussão, a maioria dos procuradores tomou outro rumo e decidiu que melhor seria não processar o banco por atividades criminosas, pois era necessário evitar o seu encerramento. Convinha mesmo evitar manchar demasiado a sua imagem.

A modesta multa de 1900 milhões de dólares é acompanhada duma espécie de liberdade condicionada: se, entre 2013 e 2018, concluírem que o HSBC não pôs fim definitivo às práticas que originaram a sanção (não é uma condenação), o Departamento de Justiça poderá reabrir o processo. Em resumo, a medida pode resumir-se assim: «Anda, meu patife, passa para cá uma semana do teu ordenado, e não voltes a repetir a brincadeira nos próximos cinco anos». Aí está um belo exemplo de «demasiado grande para ser condenado».

Em Julho de 2013, numa das reuniões da comissão senatorial que investigou o caso HSBC, Elizabeth Warren, senadora democrata do Estado de Massachusetts, apontou o dedo a David Cohen, representante do Ministério das Finanças e subsecretário responsável pela luta contra o terrorismo e a espionagem financeira.

A senadora disse, grosso modo, o seguinte: «O governo dos EUA leva muito pouco a sério a lavagem de dinheiro (…) É possível encerrar um banco que se dedica ao lavagem de dinheiro, as pessoas envolvidas podem ser interditas de praticar uma profissão ou actividade financeira e toda a gente pode ser mandada para a prisão. Ora, em Dezembro de 2012, o HSBC (…) confessou ter lavado 881 bilhões de dólares dos cartéis mexicanos e colombianos da droga; o banco admitiu igualmente ter violado as sanções. O HSBC não o fez apenas uma vez, é um procedimento recorrente. O HSBC pagou uma multa mas nenhuma pessoa foi banida do comércio bancário e não se ouviu falar dum possível encerramento das actividades do HSBC nos EUA. Gostaria que respondesse à seguinte questão: quantos bilhões de dólares um banco tem de lavar, antes de se considerar a possibilidade de encerrar a prática?»

O representante do Tesouro acusou o golpe, respondendo que o processo era demasiado complexo para permitir uma conclusão. A senadora declarou a seguir que quando um pequeno vendedor de cocaína é apanhado, fica uns quantos anos na prisão, enquanto um banqueiro que lava bilhões de dólares de droga pode regressar tranquilamente a casa, sem receio da Justiça.




A biografia de Stephen Green ilustra bem a relação simbiótica entre a finança e a governança. A coisa vai ainda mais longe, pois ele não se contentou em servir os interesses do grande capital, enquanto banqueiro e ministro; é também prior da igreja oficial anglicana e escreveu dois livros sobre ética e negócios, um dos quais intitulado «Servir a Deus? Servir a Mamom?». O título do livro remete para o Novo Testamento. «Ninguém pode servir dois senhores; porque ou há de odiar um e amar o outro, ou se dedicará a um e desprezará o outro. Não podeis servir a Deus e ao Mamom». Mamom representa a riqueza, a avareza, o lucro, o tesouro. Encontramos esta palavra em aramaico, hebraico e fenício. Por vezes Mamom é usado como sinónimo de Satã. Quanto a Stephan Green, é elogiado pelas mais altas autoridades universitárias e é manifestamente intocável.

Passemos em revista alguns elementos da sua biografia. Começa a sua carreira no ministério britânico do Desenvolvimento Ultramarino, depois passa para o setor privado e trabalha para o consultor internacional McKinsey. Em 1982 é contratado pelo HSBC (Hong Kong Shanghai Banking Corporation), o mais imporrtante banco britânico, onde ascende rapidamente a funções de alta responsabilidade. Finalmente, em 2003, torna-se director executivo do HSBC e em 2006 acede à presidência do grupo, onde permanece até 2010.

As acusações feitas pelas autoridades americanas em matéria de lavagem de 881 bilhões de dólares do dinheiro dos cartéis da droga e de outras organizações criminosas dizem respeito ao período 2003-2010. Segundo o relato das 334 páginas tornadas públicas por uma comissão do Senado norte-americano em 2012, Stephan Green, desde 2005, foi informado por um empregado do banco que o HSBC tinha mecanismos de lavagem no México e levava a cabo múltiplas operações suspeitas. Ainda em 2005, a agência financeira Bloomberg, com sede em Nova Iorque, acusa o HSBC de lavagem de dinheiro da droga.

Stephen Green responde que se trata de um ataque irresponsável e sem fundamento, que põe em causa a reputação dum grande banco internacional acima de todas as suspeitas. Em 2008, uma agência federal norte-americana comunica a Stephen Green que as autoridades mexicanas descobriram a existência de operações de lavagem realizadas pelo HSBC México e uma das suas filiais num paraíso fiscal das Caraíbas («Cayman Islands Branch»). A agência acrescenta que a situação pode implicar uma responsabilidade penal para o HSBC.

A partir desse momento, as autoridades norte-americanas de controle dirigem repetidos avisos à direção do banco, muitas vezes aflorando a gravidade dos fatos. O banco promete alterar os seus comportamentos, mas na realidade prossegue as práticas criminosas. Finalmente os avisos dão lugar em Outubro de 2010 a um aviso para pôr termo às práticas ilegais. Em finais de 2012, após a apresentação pública do relatório da comissão senatorial e meses de debate entre diferentes agências de segurança dos EUA, é aplicada uma multa de 1900 milhões de dólares à HSBC.

Stephen Green está em boa posição para saber o que fazia o banco no México, nos paraísos fiscais, no Médio Oriente e nos Estados Unidos, pois além de dirigir o conjunto do grupo HSBC, dirigiu no passado o HSBC Bermudas (estabelecido num paraíso fiscal), o HSBC México, o HSBC Médio Oriente. Presidiu igualmente o HSBC Private Banking Holdings (Suíça) SA e o HSBC América do Norte Inc.

Quando veio a público, em 2012, que o HSBC teria de pagar uma considerável multa nos EUA por branqueamento de dinheiro dos cartéis da droga, Stephen Green já tinha passado de grande patrão do HSBC a ministro do governo conservador-liberal conduzido por David Cameron.

Voltemos um pouco atrás para descobrir que o timing seguido por Stephen Green foi perfeito. Coisa de artista. Em Fevereiro de 2010, publica o livro O Justo Valor: Reflexões sobre a Moeda, a Moralidade e Um Mundo Incerto. O livro é apresentado ao público nestes termos: «Será que alguém pode ser ao mesmo tempo uma pessoa ética e um homem de negócios eficaz? Stephen Green, simultaneamente sacerdote e presidente do HSBC, acha que sim.» Reparem que a «pessoa ética e o homem de negócios eficaz» são identificados com o «sacerdote e presidente do HSBC». A publicidade é patente. Na mesma época recebe o título de doutor honoris causa, concedido pela School of Oriental and African Studies (SOAS) da Universidade de Londres.

Em Outubro de 2010, pela segunda vez desde 2003, a justiça dos EUA avisa o HSBC para que ponha termo às suas actividades criminosas. O público ainda não está ao corrente. É tempo de Stephen Green abandonar o navio. Em 16 de Novembro de 2010, a pedido de David Cameron, é nobilitado pela rainha de Inglaterra e passa a ser o «barão» Stephen Green de Hurstpierpoint do condado do Sussex ocidental. Nada disto pode acontecer por acaso. Para um homem de negócios que permitiu o branqueamento de dinheiros dos «barões» da droga, trata-se duma bela promoção. À conta disso torna-se membro da Câmara dos Lordes em 22 de Novembro de 2011. Se lessem isto num blog, diriam certamente que o autor estava a exagerar.

Em Dezembro de 2010 demite-se da presidência do HSBC e em Fevereiro de 2011 sobe a ministro do Comércio e Investimento. Depois de empossado no cargo, coloca os seus bons serviços à disposição do patronato britânico, com o qual mantém relações muito frutuosas e estreitas, uma vez que desde Maio de 2010 ocupa o posto de vice-presidente da Confederação da Indústria Britânica.

Desempenha um papel igualmente importante na promoção de Londres, que se prepara para receber os Jogos Olímpicos em Julho de 2012. É durante esse mês que uma comissão norte-americana envia o seu relatório sobre a questão do HSBC. Stephen Green recusa responder às perguntas dos membros da Câmara dos Lordes em relação à sua implicação no escândalo. É protegido pelo presidente do grupo dos lordes conservadores, que diz que um ministro não tem de vir diante do Parlamento dar explicações sobre negócios estranhos ao seu ministério.

David Cameron afirmou em 2013 que lorde Green fez um «soberbo trabalho» ao intensificar os esforços do Governo britânico para reforçar as exportações britânicas, para fazer avançar os tratados comerciais e especialmente o tratado transatlântico entre a União Europeia e os EUA. Lorde Green esforçou-se muito para aumentar as vendas de armas britânicas nos mercados mundiais. Terminou o seu mandato de ministro em Dezembro de 2013 e dedicou o seu precioso tempo a dar conferências (certamente muito bem remuneradas) e a receber os favores propiciados por numerosas autoridades acadêmicas.

A sua carreira certamente não ficará por aqui. A sua hipocrisia não tem limites. Em Março de 2009, quando o HSBC estava metido até ao pescoço na lavagem de dinheiros de organizações criminosas, Green teve o descaramento de declarar, numa conferência de imprensa a propósito das responsabilidades na crise iniciada em 2007-2008: «Estes acontecimentos evocam a questão da ética do sector financeiro. Dá a impressão que, muito frequentemente, os responsáveis não se perguntam se as suas decisões são correctas e apenas se ralam com a sua legalidade e conformidade aos regulamentos. É necessário que este sector retome o sentido da correcção ética como motor das suas actividades.» É assim que Stephen Green, vampiresco tubarão, navegando acima das leis, se dirige aos sabujos que vão pressurosos repercutir as suas belas palavras na grande imprensa.

Green e todos quantos organizaram o branqueamento de dinheiro no seio do HSBC devem responder pelos seus atos perante a justiça e ser condenados severamente, sofrer privação de liberdade e ser obrigados a realizar trabalhos de utilidade pública. O HSBC deveria ser encerrado e a direcção despedida. Em seguida o mastodonte HSBC deveria ser retalhado, sob controlo cidadão, numa série de bancos públicos de média dimensão, cujas missões seriam estritamente definidas e exercidas no quadro dum estatuto de serviço público.

(Eric Toussaint/Tradução: Rui Viana Pereira/Revisão: Maria da Liberdade/via Carta Maior)

Vannuchi: 'O Supremo não é infalível. É 100% político e erra'

Analista lembra que STF já deportou Olga Benário para morrer na Alemanha nazista e já convalidou atos da ditadura. 'É composto de pessoas que têm convicções políticas e sua visão de mundo', diz

Os meios de comunicações se esforçam para desconstruir Lula e sua importância no xadrez político nacional. A opinião é do cientista político Paulo Vannuchi, que em comentário hoje (29) na Rádio Brasil Atual observa como foi superdimensionada a repercussão da entrevista que o ex-presidente concedeu à rede portuguesa RTP no fim de semana. Sobretudo um rápido trecho em que Lula diz que o julgamento do mensalão teria sido 80% político e 20% técnico.

“Eu até diria que o julgamento foi 100% político. Em primeiro lugar, o Supremo Tribunal Federal de um país, como corte constitucional, é, sobretudo, um tribunal político. Não há dúvidas a respeito disso. Segue a lei, a Constituição, e deveria seguir sempre”, afirma. “Mas é claro que o seu julgamento, como no impeachment de Collor, é altamente político. Não tem esse conteúdo que a mídia tenta dar, promovendo nas manchetes da primeira página a resposta de seu herói, Joaquim Barbosa, ao Lula.”

E exemplifica: “De novo, como no tempo da ditadura, as pessoas que agridem a democracia gritam: 'Eu defendo a democracia'. O Supremo tem posições políticas no Brasil, já convalidou todos os atos da ditadura (como o AI-5), com honrosas exceções. Ele convalidou a deportação para a Alemanha de Olga Benário Prestes, grávida de Anita Leocádio, a filha de Luís Carlos Prestes, sabendo que a deportação de uma judia comunista traria como resultado seu extermínio. O Supremo já convalidou a cassação dos nossos 15% dos eleitores que votaram no Partido Comunista na Constituinte de 1946. O Supremo não tem certificado algum de ser infalível. Ele erra”.

Segundo o analista político, os processos eleitorais fazem aflorar as posições e conflitos políticos. E, para ele, o que aflorou agora foi uma opinião que o ex-presidente evitava externar. “Agora, o Lula vai seguir falando que esse julgamento foi político e teve condenações sem provas. A prova mais cabal disso é que esse mesmo Barbosa que a imprensa volta a apresentar como herói anti-Lula é o sujeito que está descumprindo a lei do Brasil ao manter ilegalmente em regime fechado condenados que têm direito a regime aberto. E segue inventando chicanas jurídicas e expondo alguns a situações inclusive de risco de morte.”

Vannuchi insiste que a corte é composta de seres humanos. “E os seres humanos votam, têm opiniões políticas... As convicções jurídicas das pessoas sempre se vinculam à sua visão de mundo, à maneira de interpretar a sociedade, seja mais a favor dos pobres e da classe trabalhadora ou mais a favor do sistema, das velhas instituições e das elites dominantes. Então, Lula está rigorosamente certo. Se houver um reparo a fazer é dizer que o julgamento foi 100% político.”

(Rede Brasil Atual)

Corre, Joaquinzão, corre!



Joaquinzão do PSTF(Partido do Supremo Tribunal Federal) sentiu o golpe. Ao expor para o mundo aquilo que as gangues midiáticas detentoras do monopólio da informação ocultam internamente, Lula expôs toda a pequenez do comportamento do presidente da mais alta Corte do país.
Agora o mundo tomará conhecimento da arbitrariedade que é o regime fechado imposto a José Dirceu, condenado pelo plenário ao semi-aberto; que uma promotora delinquiu ao tentar quebrar o sigilo telefônico do Palácio do Planalto, sob a omissão cúmplice de Barbosa, apenas para manter Dirceu no regime fechado; que o duplo grau de jurisdição concedido ao tucano Eduardo Azeredo foi negado à maioria dos réus da AP 470; que um inquérito que comprovava não ter havido desvio de dinheiro público foi arbitrariamente retirado dos autos da dita ação sem maiores explicações pelo relator(o mesmo que presidiu as sessões), enfim, tudo aquilo que a OAB condenava, que juristas do porte de um Bandeira de Melo condenavam na postura arrogante de Joaquim Barbosa, que os autos desmentiam agora é do conhecimento do mundo, demonstrando que no no quesito justiça o país ainda está nos tempos da condenação dos irmãos Naves, este  um dos maiores erros jurídicos que o Brasil conheceu.
Diante do posicionamento do político atualmente de maior credibilidade que o país conhece e um dos mais respeitáveis líderes políticos do mundo, certamente a Corte Interamericana de Direitos Humanos terá em mãos para julgar os recursos interpostos pelos réus que sentiram injustiçados pela truculência barbosiana elementos decisivos para emitir seu juízo e colocar em xeque a postura provinciana e chicanista da maioria dos membros do STF, principalmente quem declarou que não tinha provas pra condenar um dos réus, no entanto o faria porque a literatura jurídica assim permitia.
Resta à direita reacionária, às gangues midiáticas e a todos os segmentos que ulularam com o justiçamento espetaculoso promovido continuar vociferando internamente contra o comentário de Lula, já que para fora do país esses segmentos não tem qualquer importância. Ainda bem!

Democracia social X oligarquia argentária

A prostração política e ideológica nas fileiras progressistas é talvez o mais grave desafio à reeleição da Presidenta Dilma. O PT topa virar esse jogo?


O jogo de 2014: democracia social X oligarquia argentária. O PT topa?

A prostração política e ideológica nas fileiras progressistas é talvez o mais grave desafio à reeleição da Presidenta Dilma.

Sem superá-lo -- ao menos mitigá-lo-- fica difícil esperar da sociedade a compreensão mais que nunca necessária sobre o que está em jogo em outubro de 2014.

A dissipação que reduz tudo a uma grande noite dos gatos pardos é a lenha na fornalha do conservadorismo. A isso se dedica em tempo integral a emissão conservadora.

Para reagir é preciso desassombro na identificação dos problemas.

O primeiro passo é admitir os erros de avaliação estratégica na origem do desalento.

Não se trata do varejo das perdas e danos intrínsecos a um governo de coalizão, determinado pela correlação de forças existente na sociedade e no cenário internacional.

Esse ônus sempre existiu, desde que o PT optou por ser uma força eleitoralmente competitiva.

O partido, todavia, tinha –e tem— a obrigação histórica de manter viva a tensão política e ideológica decorrente das suas escolhas.

O conflito entre o respeito ao jogo institucional e o compromisso com a construção de uma democracia social no país tornou-se endógeno ao PT.

Lula personifica essa contradição que manteve viva, transparente, em seus dois governos.

A superlativa presença do seu discurso na cena política era a evidencia mais crua de uma tentativa de negociar e repactuar , diariamente quase, o equilíbrio entre os dois polos.

O que se fez nos últimos anos, em certa medida, foi a tentativa de hibernar essa tensão insolúvel nos marcos da democracia representativa brasileira.

Em vez de expressá-la, adotou-se a aposta economicista , ancorada na suposta repetição de um desempenho de indicadores convencionais semelhantes ao do ciclo Lula.

A premissa mostrou-se incompatível com a transição de ciclo em curso no capitalismo mundial, refletida internamente na anemia do investimento , da exportação, da receita fiscal e da renda.

O conjunto trouxe o conflito redistributivo --despolitizado pelo governo-- para o campo desgastante do terrorismo inflacionário, a ser combatido com juros siderais, segundo o mantra argentário.

Expectativas expansionistas imaterializáveis fizeram o resto, contratando frustrações que o conservadorismo agora se esmera em hipertrofiar, salgando o preço da luta eleitoral.

Hoje parece claro que a superação da ênfase no consumo (correta durante a crise), rumo a um novo ciclo de investimento, deveria ter sido precedida da obsessiva construção de linhas de passagem para impulsionar um salto da passividade política ao discernimento engajado nas escolhas do desenvolvimento.

Não foi feito.

A evidência mais crua dessa omissão, que deu ao conservadorismo a hegemonia narrativa do processo, foi o fato de o PT, seus principais líderes e dirigentes, ademais de o governo, terem subestimado a importância de uma regulamentação da mídia para, ao menos, criar um contraponto de pluralidade ao monólogo plutocrático.

O conjunto obriga agora o campo progressista a disputar a narrativa econômica nos termos insolúveis impostos pela emissão conservadora, a saber: descontrole inflacionário versus juros argentários.

Mais que isso.

A avalanche ofuscou o discernimento ideológico dos quadros progressistas mais avançados, rebaixando a sua percepção sobre a verdadeira natureza do embate histórico em curso no país.

O nome do jogo não é inflação versus arrocho, mas democracia social negociada versus anomia conservadora.

Ou alguém acredita que um governo Aécio Neves --ou Campos/Marina, tanto faz, teria outro lubrificante para sua receita ortodoxa que não um vergalhão de desemprego e esmagamento do poder aquisitivo do mercado de massa criado nos últimos anos?

Por força dessa omissão, o saldo desses 12 anos de conflito – objetivamente favorável à sociedade brasileira como o demonstram as estatísticas sociais-- vem sendo pulverizado entre as pás de um moinho satânico.

Interesses rentistas insaciáveis , uma coalizão conservadora desprovida de proposta defensável em palanque e uma guerra aberta midiática unem-se na determinação de sepultar, de uma vez por todas, o último obstáculo eleitoral à hegemonia absoluta dos mercados no país: o PT.

O tempo e o terreno perdidos nesse rally têm uma chance de ser parcialmente recuperados na campanha eleitoral de 2014.

Desde que se dê a ela a destinação correta que não poder ser confundida com a mera formalidade publicitária.

Trata-se de um momento condensado da luta política.

Assim entendido pode corrigir o passado com a pactuação de um futuro distinto do mero compromisso com a inércia do presente.

O divisor de águas consiste em devolver ao programa de 2014 uma dimensão crucial do desenvolvimento esmaecida nos últimos anos: a sua determinação política.

Não se pode mais atribuir à economia aquilo que compete à correlação de forças decidir.

É preciso trazer para o embate eleitoral a verdade nua e crua temida pelo conservadorismo: a repactuação negociada de um novo ciclo de investimento com a distribuição da riqueza é indissociável de um avanço da democracia.

O resto é arrocho.

E há requisitos incontornáveis para que não seja arrocho.

O principal deles é equilibrar a presença do grande capital na mídia e no sistema político.

A regulação da estrutura de comunicação audiovisual e a reforma do sistema político, subtraindo de ambos a supremacia do dinheiro sobre a pluralidade, constitui o grande requisito à retomada do investimento, do crescimento e da reordenação do futuro.

Nada disso é estranho à história do PT e à trajetória do campo progressista brasileiro.

Essa aderência –repita-se, com as contradições e conflitos que lhe são intrínsecos— precisa retomar o espaço nobre no discurso e na prática petista.

Ignorar a centralidade da democracia na campanha de 2014 pode transformá-la num gigantesco buraco negro da esperança progressista.

A democracia, como diz o historiador e ensaísta italiano Luciano Canfora, em entrevista recente no El País, não consiste no governo da maioria simplesmente por dar à contagem dos votos a sua representação política.

Ela o será na medida em que exista um Estado social diante do qual quem não detém a riqueza na sociedade, ainda assim, tem peso efetivo na vida política e instrumentos para exercê-lo.

Ainda que ziguezagueante e contraditório quem guarda coerência com essa agenda no Brasil é o campo progressista liderado pelo PT. Mas não raro empurrado por outros partidos e movimentos sociais, ademais de arguido pela crítica de intelectuais que se colocam à esquerda nesse espectro político.

A essência do conflito com o qual o PT fundiu o seu destino consiste –para emprestar mais uma vez as lições de Canfora-- em entender a democracia como um experimento político que, sem expropriar radicalmente a riqueza, assume como imperativo coloca-la a serviço da finalidade social do desenvolvimento.

Até onde essa contradição poderá evoluir nos marcos de um sistema produtor de mercadoria não é um problema meramente teórico, mas de prática política.
É também, em essência, a grande esfinge que habita a alma do PT.

Mas que ainda não o devorou.

Ao contrário.

Os últimos 12 anos deram ao partido e a seus militantes um conjunto objetivo de conquistas a defender contra a regressividade intrínseca ao projeto conservador para o Brasil.

Mas revelaram, também, desafios incontornáveis a encarar.

O principal deles é a rebelião rentista que insiste em subordinar a democracia aos seus desígnios, amputando sua capacidade de dar à riqueza uma finalidade social.

O economista Thomas Piketty, professor da Escola de economia de Paris, autor do elogiado ‘O capital no século XXI’ (leia a série de resenhas sobre o livro nesta pág), demonstra como a regressividade patrimonialista, inerente à hegemonia financeira em nosso tempo, está promovendo uma mutação na sociedade capitalista.

Ela conduz a uma desigualdade extremada, que aprofunda e perpetua as diferenças de berço, caminhando exatamente no sentido de destruir o papel social da democracia, pelo qual lutam as forças progressistas de todo o mundo. Sendo o PT uma de suas expressões relevantes.

Piketty mediu a regressão em marcha calibrada pela supremacia financeira nas últimas décadas.

Nos EUA e na Inglaterra, por exemplo, antes da Primeira Guerra Mundial, o 1% mais rico detinha 20% da renda nacional. Por volta de 1950, essa proporção cairia a menos da metade. De 1980 para cá a parcela reservada ao 1% disparou de novo.

Nos Estados Unidos ela já retornou ao ponto em que estava um século atrás.

É como se o ciclo neoliberal tivesse varrido do mapa histórico, de fato, a revolução russa e a construção do Estado do Bem Estar Social dela decorrente.

Daí para configurar aquilo que Piketty denomina como a consolidação de uma desigualdade de castas hereditárias, basta acrescentar o declínio de bandeiras republicanas como a taxação da herança e dos lucros superlativos do rentismo.

As conquistas sociais e o crescimento do emprego no Brasil nos últimos anos, na contramão da restauração neoliberal pós-crise, não excluem o país do risco de se tornar também uma correia de transmissão da perversidade hereditária --quase biológica.

A causa apontada por Piketty nas economias ricas está presente no capitalismo brasileiro.

Ganhos sempre superiores ao crescimento médio da economia, deslocam para o capital a juros –o rentismo-- fatias progressivamente mais gordas da riqueza social.

A dilatação da desigualdade daí decorrente, não sendo corrigida por políticas públicas de taxação de lucros e herança, semeia os alicerces de uma sociedade oligárquica ordenada pela posse original do patrimônio, transmitido de pai para filho.

Uma rápida comparação entre a série histórica do PIB e a evolução da taxa de juro no país (fontes: IBGE, FGV, Ministério da Fazenda e BC) mostra que no período entre 1995 e 2012, ou seja, por 17 anos, a taxa de juro real praticada no Brasil só ficou abaixo da variação do produto uma única vez, em 2010 (6,2% e 7,5%, respectivamente).

No segundo governo FHC, para um crescimento médio do PIB da ordem de 2%, a taxa de juro real ficou em 18,5%.

No segundo governo Lula, para um PIB médio de 4,5% a taxa de juro real foi da ordem de 11,7%.

Nos três primeiros anos de Dilma (2010-2013), o PIB médio foi da ordem de 2%.
A taxa de juro real foi caiu para 3,3%.

O estreitamento progressivo da diferença explica uma fatia expressiva do jogral do Brasil aos cacos recitado incansavelmente pela colunismo isento, a serviço do dinheiro grosso.

A rebelião contra a ‘Dilma intervencionista’, nesse sentido, é a rebelião da república rentista e de seus porta-vozes de orelhada ou holerite contra a redução real da Selic.

Ademais de corroer as pontes que levam a uma convergência da riqueza, o interdito preserva um confortável bunker de rentabilidade líquida para o capital a juro, imiscível com as urgências de investimento do país.

O conjunto remete à esfinge que povoa a alma do PT : o dinheiro não pode determinar o limite da democracia que, ao contrário, deve subordina-lo aos interesses da sociedade.

A palavra de ordem do conservadorismo em 2014 é deixar ao mercado o escrutínio desse conflito.

A campanha progressista, ao contrário, deve repactuar com o eleitor as linhas de passagem –que incluem sacrifícios, prazos e avanços, mas que deem à democracia a hegemonia do processo.

Foi abraçado a essa bandeira que o PT nasceu e se tornou a principal força política do país.

Deve agora reafirmar ao eleitor a sua capacidade de aprofundar esse compromisso na direção do país por mais quatro anos.

Em última instância, significa fazer do embate entre democracia social versus oligarquia argentária o grande duelo da eleição de 2014. E do futuro brasileiro.

O PT topa?

(Saul Leblon)

"Somos todos macacos"

Emir Sader















Depois da enésima vez que jogaram bananas contra jogadores negros na Europa, Daniel Alves resolveu comer a banana e Neymar declarou: “Somos todos macacos”. É o começo da reação, que os próprios europeus parecem incapazes de fazer, contra a discriminação nos campos de futebol, que é apenas a extensão da vida cotidiana em países que se consideram “brancos e civilizados”.

A Europa “civilizada” se enriqueceu às custas da escravidão e do seu corolário – a discriminação e a redução dos negros a “bárbaros”. Vieram com a cruz e a espada a “civilizar-nos”, isto é, destruir as populações nativas e submete-las ao jugo da dominação colonial. Tiraram milhões de africanos do seu mundo para trazê-los como animais a trabalhar como escravos para explorar as riquezas daqui e enviá-las para enriquecer a Europa “civilizada”.

Todo o movimento histórico da “liberdade, igualdade, fraternidade”, foi feito em função da libertação dos servos da gleba europeus, desconhecendo a escravidão que essa mesma Europa praticava. Ninguém – salvo o solitário Hegel – tomou conhecimento da Revolução Haitiana contra a dominação da França “emancipada” por sua revolução, mas opressora da primeira Revolução Negra de independência nas Americas.

Séculos depois, quando a Europa “civilizada” termina com seu Estado de bem estar social e joga no abandono a milhões de pessoas – antes de tudo os imigrantes, que foram trabalhar em condições degradantes quando suas economias os necessitavam -, o racismo mostra toda sua força. Os partidos de extrema direita são os que mais se fortalecem, ao mesmo tempo que o racismo aparece nos também nos campos de futebol, sem que gere indignação na Europa “civilizada”.

Ao mesmo tempo, desenvolvem uma campanha discriminatória contra o Brasil, desenhando um país de “cobras, tigres, macacos”, além de ser, segundo o absurdo e estúpido informe do Ministério de Relações Exteriores da Alemanha, “um país de alto risco”. Fosse assim porque estão instalando fábricas da BMW, da Mercedes, além de ampliar a da Volkswagen e várias outras?

Fazem por isso porque o Brasil de hoje incomoda os adeptos do neoliberalismo, que leva a Europa a um desastre social, enquanto nós – e vários outros países da América Latina – crescemos e diminuímos a desigualdade e a miséria. Nós os incomodamos porque estamos fora do Consenso de Washington, que eles tentaram impor-nos, nos causaram muitos danos, mas de que soubemos recuperar-nos e somos a região do mundo que se contrapõe aos descaminhos que a Europa assume.

Vamos recebê-los com a maior cordialidade no Mundial de Futebol. Comendo e oferecendo bananas a todos eles, assumindo que: “Somos todos macacos”.

(Emir Sader)

segunda-feira, 28 de abril de 2014

Terceira etapa do Minha Casa, Minha Vida será lançada em junho

O governo vai lançar em junho a terceira etapa do programa habitacional Minha Casa, Minha Vida, que beneficia famílias de baixa renda. A data foi definida hoje (28) em reunião entre a presidenta Dilma Rousseff, ministros ligados ao programa e representantes da construção civil.

“Estamos já com a certeza da existência do programa em sua terceira fase. As condições, os números e os volumes de recursos serão objetos de trabalho, tanto na área do governo quanto na área empresarial, com as contribuições dos movimentos sociais, de todos aqueles envolvidos dentro do programa”, disse o ministro das Cidades, Gilberto Occhi.

Apesar da indefinição sobre os números, o presidente da Câmara Brasileira da Indústria da Construção (Cbic), Paulo Safady Simão, adiantou que o Minha Casa, Minha Vida 3 deverá prever a construção de 3 milhões de unidades habitacionais. A segunda fase do programa, que está em vigor e tem metas até o fim de 2014, prevê 2,75 milhões de residências.

Segundo Occhi, mais de 2,4 milhões de unidades habitacionais do Minha Casa, Minha Vida 2 já foram entregues ou estão contratadas. Até o fim do ano, o governo deve entregar ou contratar cerca de 400 mil.
Unidades do Programa Minha Casa, Minha VidaTânia Rêgo/Agência Brasil

O anúncio da terceira etapa antes da

conclusão da atual fase é importante para o planejamento das construtoras, segundo Simão, representante do setor. “O processo de construção de programa como esse não é uma coisa simples, começa na busca do terreno, na compra, na contratação, na elaboração dos projetos, dos licenciamentos, é um prazo muito longo. É importante que tenhamos esse sinal agora em junho para que os empresários possam se movimentar e, ao longo do tempo, estar formando as novas unidades”, avaliou.

Perguntado sobre o possível caráter eleitoreiro do anúncio a poucos meses da disputa presidencial de outubro, Simão disse o setor considera o Minha Casa, Minha Vida um programa de Estado, que deve ser mantido independentemente dos resultados eleitorais. “Pelo contrário, vejo até com uma obrigação do governo deixar isso implantado.”

O Minha Casa, Minha Vida financia casas e apartamentos para famílias com renda até R$ 5 mil por mês. As condições do financiamento variam de acordo com a renda familiar. O programa foi criado em 2008, quando Dilma era ministra-chefe da Casa Civil no governo do então presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

(Agência Brasil)

Dieta parlamentar

Segundo uma dessas muitas pesquisas que circulam por aí, o preço da refeição fora de casa, em Belém, é a mais alta do país, embora seu consumo tenha crescido cerca de 40%, até mais do que a média nacional(30%), talvez em função do pleno emprego que o país atingiu, mesmo com Simão Lorota remando contra a maré do emprego e venha concorrendo pra que tenhamos seguidamente déficit nos números dos empregos com carteira assinada.

Voltando à comilança, não se sabe se recente medida da justiça paraense, determinando que os vereadores da Câmara Municipal de Belém reduzam de R$14 mil pra R$ 7 mil o auxílio alimentação que se auto concedem além dos salários que recebem, tem algo a ver com a dita pesquisa. Se não tem, não importa. A referida medida moralizadora, o presidente da CMB anuncia que a Casa está em regime de austeridade(?) e talvez não possa pagar a reposição salarial, legalmente obrigatória, a que tem direito os servidores municipais na sua data-base, primeiro de maio próximo, parece que ainda não é o suficiente pra convencimento do Ministério Público, que pretende simplesmente acabar com esse pantagruelismo da edilidade belenense contra o erário do legislativo municipal, extinguindo totalmente a benesse.

De qualquer modo, espera-se que esse inibidor de apetites, prescrito liminarmente pela justiça à fome excessiva dos parlamentares de Belém, torne-se em breve receita aplicável à extinção de outros penduricalhos criados pra engorda de ganhos daqueles que deveriam dar exemplo de austeridade. Afinal, a vereança nada mais é do que o exercício da representação popular na relação política que o Poder Legislativo estabelece com a sociedade e demais instituições. Logo, a remuneração que percebem esses representantes do povo deveria refletir aquilo que ocorre com os seus representados, jamais constituir-se motivo de escárnio e revolta a quem os elegeu.

Melhora a distribuição do consumo regional no Brasil

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Dá para perceber certa tristeza no editor do Estadão que colocou o título de “Sudeste deixa de responder por mais da metade do consumo brasileiro” na matéria que mostra que o consumo no Brasil caminha na direção de um ainda distante equilíbrio regional.

Afinal, se o Sudeste tem 42% da população brasileira, é essa a percentagem que, na teoria, deveria deter do consumo.

E se no Nordeste estão 28% dos brasileiros, deveria representar 28% o consumo que se faz lá.

Portanto, os números previstos na pesquisa de consumo feita pela consultoria IPC Marketing que mostram que São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais e Espírito Santo “responderão por 49,21% de tudo o que será consumido no País este ano” são, ainda o retrato de uma (menor) injustiça, e que não é com o Sudeste.

A matéria, aliás, o registra, dizendo que a “menor participação do Sudeste pode ser explicada pela melhora econômica das demais regiões brasileiras”, uma vez que também o Norte do país (8,4% da população) vai, finalmente, chegar a 6% do consumo nacional.

Não quer dizer que ninguém esteja consumindo menos, é obvio, uma vez que o volume total deve crescer para todos. Mas mais para os mais pobres.

A pesquisa informa que é o salário-mínimo o grande motor desta expansão: só as aposentadorias, majoritariamente de um salário, respondem por 20% da renda na região Nordeste.

O Bolsa Família, mesmo que seja visto com um olhar preconceituoso de que alimenta uma multidão de preguiçosos, só representa 3%.

“”Há dez anos, não existia uma classe média, principalmente no Nordeste. Quando o governo fez chegar dinheiro no bolso da população de mais baixa renda, ele fez com que essa parte da população tivesse uma condição melhor de vida e obviamente de consumo”, diz Marcos Pazzini, diretor da empresa que fez a pesquisa.

Mas quem fica preocupado com os “haitianos” da Bahia desembarcarem em São Paulo tem motivo de sobressalto.

É que se acaso viessem aquelas “medidas impopulares” da dupla AA (Aécio-Armínio Fraga) o crescimento que tem ajudado a diminuir a imigração iria pro brejo.

Ainda bem que quem vai pro brejo é a dupla.

(Fernando Brito/Tijolaço)

Cobertura do Mais Médicos em SP fortalece Padilha e explica ataques

Uma breve pesquisa na internet ajuda a explicar a tempestade que se abateu sobre o pré-candidato do PT a governador de São Paulo, Alexandre Padilha. São Paulo, para quem não sabe, é um dos principais destinos dos profissionais do programa Mais Médicos, implantado pelo pré-candidato do PT durante sua gestão no Ministério da Saúde.

Vamos aos números. Até aqui, o Sudeste foi a região que mais recebeu profissionais do programa federal, com 4.164 médicos; o Nordeste ficou em segundo, com 4.147 médicos; o Sul, com 2.261; o Norte, com 1.764; o Centro-Oeste, com 893. Juntas, as regiões Sul e Sudeste receberam 6.425 dos 13.235 profissionais do Mais Médicos existentes hoje no país.

São Paulo tem 287 municípios contemplados pelo Mais Médicos, ou 44% dos seus 645 municípios. Nesse universo de pequenas e grandes cidades paulistas, a população mais carente desses lugares passa a ter, muitas vezes pela primeira vez, a presença de um médico por perto.

São Paulo, portanto, agora tem 100% da sua demanda por médicos atendida pela iniciativa do governo federal. São 2.101 médicos em 287 municípios. A atuação desses profissionais vai beneficiar 7,2 milhões de paulistas, ou quase um quarto do eleitorado do Estado – hoje com cerca de 30 milhões de eleitores.

As classes média-média e média-alta, com seus planos de saúde, acham que embromam o povão com essa história de médicos cubanos escravos. O povão está vivendo ao lado desses médicos. Devido à natureza do povo cubano, seus médicos estão se misturando à população, estão ficando conhecidos. Alguém acha que esses locais beneficiados irão acreditar nessa história?

O povo atendido pelo Mais Médicos sabe muito bem quanto esses profissionais eram necessários nessas regiões em que médico não dava as caras, obrigando legiões de pobres coitados a se deslocarem para as regiões que dispõe de médicos, mas sofrendo durante horas com a viagem para muitas vezes conversarem com eles durante 15 minutos.

A expectativa da direita paulista é a de que exista mais classe média-média e média-alta em São Paulo do que povão sem plano de saúde e que não tinha acesso a médicos e que agora passa a ter. Tolice. Ignorância da realidade. A classe social beneficiada pelo Mais Médicos é maioria esmagadora.

Ora, mas são “só” 7 milhões de beneficiados pelo Mais Médicos em São Paulo, dirão os mais desatentos. Não é bem assim. Os 7 milhões beneficiados são os atendidos diretamente, mas essas pessoas beneficiadas têm amigos, parentes, colegas de trabalho etc. E sobre essas pessoas de seu círculo de relações sociais exercerão influência, contando do benefício.

O mesmo vale para o Brasil. Quem tenta enxergar a realidade do país através da mídia acha que todo mundo é contra o PT. Ocorre que na mídia quem fala é um contingente diminuto, quem ouve é um contingente diminuto dos brasileiros. A maioria vive em outro mundo e não é ouvida nem em pesquisas de opinião.

Padilha, portanto, ainda será muito alvejado, nesta campanha. Isso porque na hora em que o eleitorado beneficiado pelo Mais Médicos souber que o autor do programa é candidato a governar o Estado por certo irá votar nele em peso, pois o programa implantado pelo pré-candidato do PT tem uma aprovação próxima à unanimidade no país todo.

O PT tem uma candidatura forte para o governo do Estado e um adversário dessa candidatura que está se enfraquecendo e que pode se enfraquecer muito mais quando as pessoas passarem a pensar em eleição.

O cartel tucano no metrô e na CPTM sumiu da mídia para não afetar Alckmin, mas durante a campanha eleitoral o assunto vai ressurgir. Uma CPI está sendo criada no Congresso. Não vai dar para esconder dos paulistas que o sofrimento deles nos trens decorre da corrupção na compra e na reforma destes.

Alckmin não é cobrado na mídia, mas será cobrado na campanha.

Aliás, a premissa que embasa este texto vale para as eleições em todos os níveis. Hoje, só a oposição fala – através da mídia “isenta”. Mas se a campanha na TV e no rádio for bem feita, ficará difícil convencer os brasileiros a trocar a melhora de vida que vêm experimentando por catilinárias ideológicas contra Cuba ou sobre “corrupção”.

Na hora em que o brasileiro tiver que colocar seu ganha-pão e seu novo padrão de vida em jogo numa aposta eleitoral, quem conhece este povo sabe que irá votar pelo que tem na mão, não pelo que lhe prometem dar aqueles que, quando ocuparam o Poder, não deram nada, razão pela qual foram defenestrados pelos eleitores.

(Blog da Cidadania)

Fritando o 'bicho'

Segundo a coluna 'repórter70', bibelot dos tempos da ditadura que ainda enfeita o jornalixo liberal, o guincho que queria  arrastar o carro de uma senhora, lá na avenida Duque de Caxias, e foi impedido porque a dita cuja sentou-se à sua frente, estava com a licença de funcionamento vencida há sete meses.

Como dizem as más línguas que o proprietário da empresa desses guinchos é o malfeitor/senador Mário Couto, então, é provável que ele tenha feito algo de muito grave que tenha contrariado os interesses dos donos do jornal, que até pouco tempo atrás repercutiam positivamente as bizarrices, quaisquer que fossem elas, do antigo comparsa do gangster Aniz Abraão Davi .

Ou, então, Simão Lorota deve estar usando a mídia liberal para afastar definitivamente da disputa pela vaga do Senado Federal o recandidato tucano. Coincidentemente, a nota a respeito do guincho saiu dois dias após a vinda do presidenciável socialista Eduardo Campos ao Pará, com direito a visita ao governador e prefeito de Belém, ambos tucanos, tudo devidamente registrado e enaltecido pelo jornalixo liberal.

Claro que a dita nota não faz qualquer referência ao proprietário do guincho, limitando-se a registrar que se tratava de ação de um ente público contra uma suposta ilegalidade cometida por um particular, só que quem devia dar o exemplo, o ente público autor da iniciativa, perdeu a autoridade para tal ao recorrer a meios ilegais para operar. Então, com a precisão de um serial killer recorrentemente demonstrada nesses casos, a famigerada coluna age como aquele antigo anúncio de remédio pra queda de cabelo: faz apenas uma coceirinha para dar o primeiro aviso. Vejamos se o (im)popular Tapiocouto entende ou será necessário passar o ridículo de ver publicado algo mais caliente a fim de provocar sua queda e a consequente desistência da disputa pela única vaga disponível para o Senado.