Jorge Paz Amorim

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Belém, Pará, Brazil
Sou Jorge Amorim, Combatente contra a viralatice direitista que assola o país há quinhentos anos.

sexta-feira, 24 de outubro de 2014

Apenas Simão Lorota


Deplorável, a performance do governador Simão Lorota, ontem, no debate televisivo, contra seu adversário na disputa do segundo turno pro governo do Pará. Sem compostura, agressivo, verborrágico, recorreu o tempo todo à expressão, "O povo do Pará sabe..." para auto absolver-se das críticas que recebia, esquecido que o povo, de fato, sabe do governo que fez e que lhe rendeu a posição de quarto pior do país dentre todos os 27 governadores, no início deste ano, portanto, uma avaliação definitiva de todo o período em que esteve no cargo.

Culpar a ex-governadora Ana Júlia pelo descalabro com que tratou os prédios das escolas públicas sob sua responsabilidade foi, além de covardia contra quem não podia defender-se, chamar os milhares de alunos que foram às ruas protestar de desmemoriados. Aliás, é apenas isso que Simão tem pra oferecer, a empulhação pra justificar sua incúria como administrador. Se alunos como os das escolas "Ulisses Guimarães", "Costa e Silva", "Orlando Bittar" e centenas de outras não engrossaram os protestos contra o descaso é porque Ana Júlia interveio nessas escolas melhorando suas instalações, pois, no início de 2006(quem era o governador?), as escolas citadas tiveram suas aulas paralisadas porque chovia mais dentro do que fora de suas dependências. Há farto material jornalístico comprovando o estado de abandono dessas escolas à época.

Ultrapassou as raias do mais vil cinismo quando questionado pelo adversário sobre o percentual destinado no orçamento que enviou à ALEPA para a área da cultura, 0,75% , respondendo que isso representa mais de R$100 milhões, no entanto, não disse que desse total devem ser deduzidos o pagamento de pessoal do setor e o custeio da máquina administrativa(pagamento de água, luz, manutenção das instalações etc) sobrando realmente uma quantia que mal daria pra pagar as lágrimas derramadas espontaneamente pela cantora Fafá de Belém a quando da passagem da Virgem de Nazaré, durante o Círio.

Insiste na farsa da 'herança maldita', porém, não explica que a mesma mão que baixou decreto proibindo uma série de despesas correntes mandou Mensagem ao legislativo propondo o reajuste de estratosféricos 65% do próprio salário, do salário do seu vice-governador, secretários, segundo escalão, além de criar uma nova faixa de assessoria especial, de livre nomeação e acima das duas faixas já existentes, uma autêntica ala vip, paga com dinheiro público, composta predominantemente por parentes de políticos a ele ligados e membros de outros poderes, enquanto fazia sumir dos contracheques dos professores a gratificação do FUNDEB.

Nem precisa entrar no detalhe sórdido do polêmico início da carreira do atual governador. A defesa feita pelo próprio é reveladora de sua trajetória espantosa de cantor de bar pra sustentar a família ao patrimônio que hoje acumula. Mas chamou a atenção a rudeza com que Simão referiu-se ao fato, por iniciativa própria, repita-se. Enfim, o desempenho de leitor de script acabou revelando não o governador eficiente que ele imagina ser, mas o que a avaliação popular lhe conferiu, daí o apuro eleitoral em que se encontra. Simples assim.

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