Jorge Paz Amorim

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Sou Jorge Amorim, Combatente contra a viralatice direitista que assola o país há quinhentos anos.

quinta-feira, 18 de setembro de 2014

O risco PMDB é maior que o risco de pesquisas manipuladas


Desde 2002, conforme mostra o frei Leonardo Boff, os institutos de pesquisa ligados aos grandes grupos midiáticos inventam cenários e manipulam números a fim de adequar os resultados aferidos às suas vontades conservadoras. Não tem dado certo, mas eles insistem e repetem esse procedimento talvez imaginando que causam algum estrago nas candidaturas do campo popular.

Tolice. Serra, Alckmin e Serra novamente foram alvo de projeções otimistas que os colocavam como capazes de derrotar ou Lula ou Dilma, inventando uma série de fatores que pouco tinham a ver com a realidade que era vivida. Pode-se até afirmar que o símbolo dessa farsa foi a célebre bolinha de papel, atirada contra o candidato tucano José Serra, no centro do Rio de Janeiro, em 2010, que a mídia tentou transformar em vil agressão da selvageria esquerdista, patuscada que a população ignorou, mas levou os analistas de fancaria a desenvolver teses a respeito do estrago que o episódio estaria causando na candidatura Dilma. Pura balela.

Mais uma vez, nestas eleições, percebe-se o quanto a mídia aposta em suas pesquisas e percebe-se que elas, como anteriormente, têm provocado muito trovão e pouca chuva, tal é a manipulação grosseira detectada nos resultados divulgados.

Mas, pra não dizer que vivemos uma onda de nostalgia eleitoral, há um fato novo que deve ser relevado pelo seu alto grau de periculosidade, principalmente porque ocorre da maneira mais sorrateira. É o efeito que pode ter a atuação do PMDB anti-Dilma, que levou quase a metade do partido a cerrar fileiras na oposição à petista e sabe-se lá quantos a mentir por conta de interesses particulares contrariados.

Nunca é demais lembrar, e repetir sempre, o que ocorreu com Ulysses Guimarães, candidato pemedebista à presidência da República, em 1989, em um cenário que seu partido tinha os 27 governadores, o presidente do país, era presidente da Câmara Federal e tinha presidido o Congresso Constituinte, além da maioria parlamentar. No entanto, Ulysses mal chegou aos 4% dos votos válidos e ficou longe da disputa pra ver quem ia ao 2º turno, embora seu partido tenha mantido a folgada maioria parlamentar, o que demonstra o grau de trairagem a que foi submetido o candidato presidencial do partido. Talvez porque sua marchinha de campanha, em certo trecho, dizia "...E acabar com a malandragem que tem por aí...." uma advertência que não deve ter agradado muitos dos seus correligionários.

Na mesma linha, Dilma teve a coragem de enfrentar vários lobbies em que estavam envolvidos alguns chefetes pemedebistas, bem como destronou de seus feudos uns tantos outros que trataram de pular fora do barco, criando uma situação surreal: o PMDB compõe a chapa petista ao mesmo tempo que é o maior partido de oposição a essa chapa.

Agora, diante da declaração do candidato a vice na chapa de Marina Silva, Beto Albuquerque, bruscamente deixando de lado a 'nova política' e reconhecendo que não se governa o país sem a co-participação do PMDB é possível que a enorme banda oposicionista do partido de Sarney já faça parte da nau eco/liberal. No Rio de Janeiro, por exemplo, são nítidos os sinais de que a coligação 'Aezão' tenha dado lugar ao 'Marizão' e assim sucessivamente.

Perspicaz como poucos na política brasileira, Lula deve ter o mapa completo da dissidência e o tamanho do estrago que pode fazer na votação de Dilma. Pedro Simon, no Rio Grande do Sul; Luiz Henrique, em Santa Catarina; Paulo Skaff, em São Paulo; Sérgio Cabral, no Rio de Janeiro; Ricardo Ferraço, no Espírito Santo; Gedel Vieira Lima na Bahia; Jarbas Vasconcelos, em Pernambuco; Henrique Eduardo Alves(RN); e Romero Jucá(RO) são apenas algumas das lideranças pemedebistas que fazem oposição abertamente e não é de hoje, daí nem preocuparem tanto. O problema pode estar naqueles que juram estar fechados no apoio incondicional à chapa Dilma/Temer, porém fazendo jogo duplo. Espera-se que Lula esteja a par do nível a que chegou a traição como ardil político, neutralizando o estrago no tocante à disputa presidencial, já que no âmbito legislativo e nas eleições pra governadores dos estado o estrago, infelizmente, parece iminente.


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