Jorge Paz Amorim

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Belém, Pará, Brazil
Sou Jorge Amorim, Combatente contra a viralatice direitista que assola o país há quinhentos anos.

sexta-feira, 12 de setembro de 2014

Atirado aos tubarões


Cerca de um ano antes do lançamento de sua candidatura presidencial pelo PSDB, Aécio Neves foi alvo de reportagem da revista Carta Capital conjecturando a respeito de uma possível saída do então governador de Minas Gerais do ninho tucano.

O restante da história é sabido por todos. Aécio desmentiu, aparentemente empoderou-se internamente ganhando a presidência nacional da legenda, antecipou o lançamento de sua candidatura à chefe da Nação e saiu por aí defendendo o legado de FHC, inclusive com reabilitação para a cena política de auxiliares do ex-presidente e tão mal afamados como o chefe.

Isto nunca lhe de rendeu um ponto percentual em avanço nas pesquisas de intenção de voto, por mais que a mídia partidarizada a seu lado fizesse uma das mais violentas ofensivas contra  um governo eleito e, indiretamente, tudo fizesse para inflá-lo.

Veio a tragédia, seguida da comoção e culminando com o renascimento do marinismo eco/fundamentalista. Este, em um primeiro momento, parecia a luz(da providência divina?) no fim do túnel que a direita sonhava há doze anos, refletida em pesquisa que a colocavam quase em posição de apenas aguardar o dia da consagração.

Baixada a poeira do 'velício'(mistura de velório com comício) e exposta a candidata ao exame mais detalhado a respeito de seu preparo, eis que a candidata ensaia uma trajetória de queda a partir do desencanto geral da nação por significar tão pouco diante da expectativa criada.

Então, aflora o depravado espetáculo da traição e os donos do PSDB de São Paulo rifam Aécio, em nome do ódio devotado ao PT, e passam a pregar o voto útil em Marina. Vale dizer, a turista acidental viajante do trem pessebista é vista como se fosse um Itamar, feito refém de FHC e responsável indireto pela 'Era da Privataria', que agora ensaia um improvável retorno recorrendo à mesma sordidez de outrora.

Resta saber se Aécio aceitará docilmente esse enterro previamente anunciado, após promessa de ressurreição. Se for esperto adaptará o meme dos jovens manifestantes de junho passado, 'na dúvida, se a Globo apoiar seremos contra'; e dirá, se o PSDB paulista for a favor, deverei ser contra até por questão de sobrevivência. Talvez, assim, consiga sair maior do que entrou nessas eleições e bem maior do que aquilo que seus companheiros de partido armaram pra ele. Conseguirá?

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