Jorge Paz Amorim

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Belém, Pará, Brazil
Sou Jorge Amorim, Combatente contra a viralatice direitista que assola o país há quinhentos anos.

quarta-feira, 16 de abril de 2014

O "mau negócio" de Graça Foster.

Ao tentar ser transparente e técnica em sua explanação, ontem(15), na CAE do Senado Federal, a presidenta da Petrobras, Graça Foster, acabou fornecendo o mote para que a oposição aumente a pressão pela instalação de uma CPI exclusiva a fim de investigar a compra da refinaria de Pasadena como fato mais que determinado, mínimo detalhe do requerimento oposicionista, expurgando a ameaça de uma investigação mais ampla a partir de vantagens auferidas por servidores públicos em transações de entes públicos com empresas privadas.
Custa crer que uma executiva acostumada a lidar com as mais felpudas raposas do mercado do petróleo fosse ingênua a ponto de não perceber que a direita brasileira tem apenas um objetivo: buscar a ajuda do mercado internacional ao seu projeto político ofertando em troca do financiamento desse projeto a mina de dinheiro que representa a nossa empresa de petróleo, notadamente nossas reservas contidas no pré-sal. Para essa escória da casa grande, é inconcebível que essa dinheirama toda esteja legalmente comprometida com a escola e a saúde públicas, certamente, na visão desses escravocratas, uma heresia e uma mudança de rumo em tudo aquilo que foi feito até agora em cinco séculos. Minério de ferro, manganês, borracha, ouro, madeiras nobres, enfim, várias riquezas extraídas do nosso solo e sub solo levadas daqui até o colonizador por um preço vil, porém, as migalhas aqui deixadas representaram fortunas incalculáveis à uma minoria.
Ao declarar, diante de lobos famintos por escândalos, que "Hoje, olhando aqueles dados, não foi um bom negócio, não pode ser um bom negócio. Quando você tem de tirar do seu resultado, não há como reconhecer que tenha feito um bom negócio. Isso é inquestionável do ponto de vista contábil" a atual presidenta da Petrobras podia até estar visando eventual deslize da gestão que lhe antecedeu, no entanto, foi inoportuna ao fornecer munição ao adversário, basta ver as manchetes dos principais impressos piguentos, ou melhor, a manchete, já que nem se deram ao trabalho de contextualizar o deslize. Ao contrário, apartaram a declaração de Graça do todo e mandaram bala naquilo que lhes interessava estampar em favor da sua posição conservadora.
Se essa gigantesca mancada tem conserto este só pode ser na política, terreno pra onde direita sempre conduz o embate e o governo tenta fugir, mesmo diante de partidos adversários conduzidos por líderes atabalhoados, por uma imprensa despida de credibilidade e por burocratas que, de tão rapaces, não passam despercebido da população e são facilmente identificados como aliados daqueles que queriam vender o país, só não o fazendo porque foram enxotados do poder. De fato, evitar embate político com essa corja é um erro gravíssimo do governo, assim como teve resultados desastrosos a performance excessivamente técnica de Graça Foster. Que sirva de lição enquanto é tempo.  

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