Jorge Paz Amorim

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Belém, Pará, Brazil
Sou Jorge Amorim, Combatente contra a viralatice direitista que assola o país há quinhentos anos.

segunda-feira, 21 de abril de 2014

Armadilha udenista

Uma das coisas que chama a atenção nesse período de pré campanha eleitoral no Pará é a adoção, por parte de quem está no governo do estado, do surrado discurso moralista de que a não reeleição do atual governador significa retrocesso com a volta do Barbalhismo ao comando do estado. Lembrando que Simão foi eleito graças ao apoio do desafeto da hora, que rompeu com o governo petista que ajudou a derrotar Almir Gabriel. Aliás atitude semelhante a de 2002, só que com o sinal trocado, quando ajudou a derrotar a petista Maria do Carmo.
Cansado de ser o fiel da balança e favorecido pelo fato das correntes majoritárias petistas não possuírem um nome forte para lançar candidatura própria, Jader Barbalho percebeu que o momento era propício para antecipar o lançamento de Helder Barbalho, segundo fontes pemedebistas o nome do ex-prefeito ananin estava sendo preparado para 2018, persuadindo a direção nacional do PT de que era hora do partido de Lula dar a sua contribuição, abrindo mão da cabeça da chapa.
Bancado desde o 1º turno o nome de Helder, caberá agora enfrentar esse discurso moralista e manuelino que estende aos descendentes de Jader o estigma da iconografia na malversação do dinheiro público no Pará, mesmo que tenhamos visto ao longo desses anos surgirem concorrentes de peso.
Por isso,devagar com esse andor, pois nele o que não falta é santinho do pau oco. Mais uma vez, os tucanos valem-se de sua relação promíscua com segmentos midiáticos e estratégicos da justiça e ministério público para apontar seus dedos enlameados na cara dos outros sem o menor constrangimento, enquanto se servem do aparato construido em oito anos naqueles ambientes pra evitar que seus inúmeros malfeitos sejam investigados. É assim no âmbito federal, quando FHC, talvez o maior gatuno da história recente desse país, José Serra, Aécio Neves e outros menos votados mas não menos desonestos continuam impunes e as respectivas ações que tramitam contra si engavetadas.
Será assim aqui no Pará, nos indicam os sucessivos editoriais combatendo a corrupção(com palavras) do jornal oficioso do governo do estado, ele mesmo beneficiário de verbas públicas destinadas pelo governador, em troca de publicidade degenerada em nome de um princípio fundamental da administração pública.
Fora no seio daquela classe social bastante reacionária que adora criminalizar a atividade política, mas sonha em beneficiar-se de alguma iniciativa estatal em qualquer nível, tem todo o jeito de tiro no pé essa maneira de conduzir a campanha. Jatene está longe de ser a vestal que seus acólitos tentam passar à população. Como os emplumados do ninho nacional, vive do sumiço do processo que flagrou sua relação depravada com a Cerpasa, em 2002, e que bem poderia colocá-lo fora do cenário político por um longo tempo, caso viesse a julgamento. Isto sem contar o dia-a-dia desse seu segundo mandato, marcado por medidas capazes de lhe criar os mesmos embaraços, caso sua relação com o MP paraense não fosse marcado pelo compadrio, caracterizado pelo nepotismo cruzado com que se sustenta essa relação.
Diante disso e da forte influência da mídia populista do Barbalhismo, é pouco provável que as camadas mais populares embarquem nesse discurso janota que as vozes oficiosas fazem. Reforçado, talvez, esse desdém pela presença insólita de D. Costa na disputa, desmoralização total e absoluta a qualquer lisura que se queira resgatar em qualquer disputa pública. Por isso, além da falta de projetos estratégicos que combatam o nosso imenso atraso sócio econômico, a eleição que irá apontar o governador do estado a partir de 2014, será lembrada também por consagrar o cinismo como retórica diversionista, em que os contendores estarão sempre cobertos de razões na acusação aos adversários, mas todos com seus telhados de vidro destroçados quando foram o alvo dos ataques.

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