Jorge Paz Amorim

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Belém, Pará, Brazil
Sou Jorge Amorim, Combatente contra a viralatice direitista que assola o país há quinhentos anos.

sexta-feira, 30 de novembro de 2012

Vítima do ocultismo do PIG

Dilma: Ciência sem Fronteiras já concedeu 18 mil bolsas de estudo.
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A presidenta Dilma Rousseff disse hoje (19) que o Programa Ciência sem Fronteiras concedeu 18 mil bolsas de estudo até novembro. Segundo ela, mais 3 mil nomes de alunos estão na lista de aprovados, na última chamada, para estudar em universidades de sete países no próximo ano.

“Eles vão aprender o que há de mais avançado em ciência e tecnologia no planeta. E, quando voltarem ao Brasil, vão ajudar a melhorar nossas universidades e a criar novas tecnologias para agregar valor e dar mais competitividade às nossas empresas, aos nossos produtos e aos nossos serviços”, avaliou.

No programa semanal Café com a Presidenta, Dilma destacou também que, a partir de amanhã (20), serão abertas 18 mil vagas para cursos que começam em setembro de 2013. Para ela, a meta do governo de levar 101 mil estudantes brasileiros ao exterior até 2014 será alcançada.

“O Brasil tem que enfrentar simultaneamente dois grandes desafios: o de combater a miséria e elevar o nosso país à condição de classe média e o de sermos capazes de criar tecnologia avançada e inovar, elevando o nosso país aos mais desenvolvidos do mundo. Esses jovens vão ajudar o Brasil a dar um salto em ciência, tecnologia e inovação, e a transformar nosso país em uma potência também na economia do conhecimento.”

http://ht.ly/fpl2v

Operários fecham acordo em Belo Monte

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Os operários da Usina de Belo Monte, no Pará, receberão aumento salarial de 11%, contemplando os que ganham até R$ 5 mil, aumento no vale alimentação de R$ 110 para R$ 200, além de poderem visitar a família cada três meses; o acordo foi fruto de uma negociação entre o Consórcio Construtor (CCBM) e a categoria; as medidas são de caráter retroativo e valem a partir do dia 1 de novembro

AM247 – Os operários da Usina de Belo Monte, no Pará, receberão aumento salarial de 11%, contemplando os que ganham até R$ 5 mil, aumento no vale alimentação de R$ 110 para R$ 200, além de poderem visitar a família cada três meses, pois antes era a cada seis. O acordo foi fruto de uma negociação entre o Consórcio Construtor (CCBM) e a categoria, representada pelo Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias da Construção Pesada no Estado do Pará (Sintrapav-PA), com votação em assembleia. As medidas são de caráter retroativo e valem a partir do dia 1 de novembro. 
Em relação ao reajuste salarial, os funcionários que trabalham nas áreas de gerência e supervisão ganharam aumento de 7%. Além disso, neste final de ano, os operários terão direito a dez dias de folga com passagens de ida e volta às suas cidades de origem pagas pela empresa. “Os trabalhadores depositaram uma confiança no sindicato e como resposta, o sindicato trouxe esses bons resultados para a categoria”, declara um dos representantes do Sintrapav, Roginel Gobbo, em entrevista ao Portal G1 Pará.
No último dia 12 de novembro, cerca de 8 mil trabalhadores paralisaram as atividades reivindicando tempo de visita aos familiares a cada três meses, aumento de vale refeição para R$ 300 e reajuste salarial. Durante o protesto, os funcionários atearam fogo em ônibus e nas máquinas e bloquearam a rodovia Transamazônica. Cinco operários estão presos na delegacia da cidade de Altamira.

'Brasil Carinhoso' chegará a 16,4 milhões de crianças e adolescentes

A presidenta Dilma anunciou mais um passo importante para acabar com a situação de pobreza no Brasil. A Ação Brasil Carinhoso está sendo ampliada para atender famílias que têm jovens de até 15 anos, alcançando 8,1 milhões de crianças e adolescentes. Com isso, serão atendidas 16,4 milhões de pessoas. Inicialmente, o programa era direcionado a famílias com filhos entre 0 e 6 anos. O anúncio foi feito ontem, em cerimônia no Palácio do Planalto. Dilma classificou a iniciativa como a mais forte de combate à pobreza extrema no Brasil: “Eu tenho que o Brasil que nós todos queremos construir é um país de classe média. E, para isso, nós colocamos, como uma de nossas prioridades, desde o início do governo, de retirar 16 milhões de brasileiros da pobreza. E o que estamos anunciando é um passo decisivo para essa sociedade de classe média que desejamos.” Os benefícios do Brasil Carinhoso serão depositados a partir de 10 de dezembro. Até agora, a ação já retirou 9,1 milhões de pessoas da extrema pobreza. Com a ampliação, serão mais 7,3 milhões. A ação engloba três pilares – renda, educação e saúde – com a garantia de que todas as famílias extremamente pobres com um ou mais jovens de até 15 anos tenham renda mínima superior a R$ 70 por pessoa. Ainda há o investimento em construção e repasse para creches e pré-escolas, com o aumento de 66% na verba destinada para alimentação das crianças.
(Blog da Dilma)

Jornalixo a Policarpo II

O jornal, que prestou-se ao papel de cúmplice do mega larápio Mário Couto, está hoje recheado de matérias a respeito daos desdobramentos da 'Operação Porto Seguro', sempre naquele estilo comum a todo o PIG, o de envolver o nome do ex-presidente Lula. No entanto, não publica uma linha sequer a respeito do depoimento do advogado que desmentiu matéria veiculada em um domingo, desmentindo o mentor da dita matéria.
Ao não se dar a respeito e muito menos demonstrar respeito ao leitor, chafurdou na lama em que se encontra o meliante a quem tentou dar fuga e, mais uma vez, mostrou que aqueles editorias prenhes de moralismo encenado não passa de disputa politiqueira, travada por contendores sem a mínima credibilidade.  

Jornalixo a Policarpo

Se o advogado citado na célebre gravação desmentiu o mega larápio Mário Couto, então, por extensão, desmentiu o jornal que se prestou a publicar as tramóias do ex-bicheiro e assaltante dos cofres da Alepa sem checar a veracidade da fita, muito menos ouvir o advogado acusado de intermediário.
Pode-se até achar que esse caso é de "mau jornalismo", por conta de procedimentos escusos adotados, que geraram uma matéria vil. Porém fica claro que o intuito do jornal, ao veicular conteúdo tão flagrantemente suspeito, tinha apenas um propósito: afastar o juiz que agia com independência do processo contra Mário Couto, garantindo-lhe com a referida 'reporcagem' a impunidade em um caso que pode ter gerado um roubo de cerca de R$200 milhões. Muito mais do que o montante da AP Nº470, que motivou o cleptosenador em tela a apresentar projeto instituindo o 'Dia do Mensalão'.
Reforça, também, a convicção de que o jornalismo brasileiro, colocado acima da lei pelo STF a quando da revogação da famigerada Lei de Imprensa dos milicos, está se tornando fora da lei ao supor que o céu é o limite para manter intocáveis as negociatas que mantém essas corporações não só poderosas economicamente, mas, também, com um poder político anormal para criar fatos, destruir, construir reputações e sentenciar quem tem legitimidade e quem não tem legitimidade para o exercício do poder. Vontade popular? Apenas um desprezível detalhe. Lamentável!

quinta-feira, 29 de novembro de 2012

A trágica comédia


"O mensalão, na minha visão, não era mensalão porque não era mensal. Isso foi a visão que a imprensa consagrou. Em segundo lugar, entendo que foram desrespeitados alguns princípios básicos do Direito, como a necessidade de prova para condenação, e não apenas a suspeita, a presunção de culpa. Além disso, foi violado o princípio do duplo grau de jurisdição." (jurista Celso Bandeira de Mello)

Viva a diferença!

Vamos acabar com essa cretinice de achar que as críticas desferidas ao relator da CPMI do Cachoeira, deputado Odair Cunha, pelo retirada dos pontos que acusavam o prevaricador da República e os mafiosos do PIG de envolvimento com o crime organizado, é coisa de quem tem vocação pra 'cabo Anselmo'. Isto ,sim, é uma grosseira leviandade na medida em que tenta calar a divergência pelo recurso ao mais deslavado stalinismo.
Com efeito, é inconcebível que se queira aprovar por aprovar um relatório apenas para não desgostar aliados, nem que isso atente contra a histórica combatividade do partido, o aguerrimento de sua militância e principalmente contra a razão pela qual existimos, qual seja, a de lutar para a construção de uma nação socialista.
Claro que não se vai fazer revolução no parlamento, porém, ao poupar do desgaste pela mão na massa que resolveram colocar na pizza que se está assando aliados nossos que estão com a cabeça no nosso governo, mas o coração ao lado daqueles que nos querem destruir, corremos o risco de pagar um preço muito alto. O de continuarmos deixando pra lá até o infinito todas as vezes que chegarmos em encruzilhadas semelhantes, até nossa desfiguração total.
Fica claro que seria melhor perder a votação que nossa altivez e que cada um arcasse com suas responsabilidades, afinal, a população merece saber com quem conta, quando conta e quais os limites dessas alianças. E perdemos a oportunidade de nos diferenciar não por mero artifício político, mas por renunciar ao enfrentamento com quem realmente comanda a reação a um governo democrático e popular, bem como as conquistas que implantou ao longo dos últimos dez anos, a ponto de fazer uma socialite entediada bostejar que já não tem graça ir a Nova Iork porque o porteiro do prédio hoje em dia também poder fazer a mesma viagem.
Não dá pra entender, também, o por quê de PCdoB e PSB, nossos maiores aliados do campo de esquerda, sairem do episódio como se nada tivessem com o assunto. Assim como não dá pra entender como a sociedade civil, centrais sindicais, movimento estudantil et caterva não serem mobilizados para esse combate, já que se trata da questão nevrálgica que permeia esse embate, submeter a mídia golpista ao império da lei e ao regime republicano, doa a quem doer, inclusive a alguns coroneis midiáticos que juram ser aliados do governo.
Se continuarmos deixando pra lá certamente não brigaremos jamais com os aliados. E desconfio que nem será preciso, pois chegará o dia em que estaremos tão parecidos com eles que o povo brasileiro nem saberá mais quem é quem. E aí fará qualquer escolha. É tudo a mesma coisa, né?

Reage PT!

 
É sintomático o recuo do deputado Odair Cunha e do presidente do PT, Rui Falcão, em relação ao indiciamento de jornalistas claramente acumpliciados com o crime organizado.
O PT tornou-se um partido invertebrado. No Congresso, a bancada inteira pesa menos que um Álvaro Dias.
E invertebradas são as instituições brasileiras. Instituições têm a Inglaterra, capazes de julgar os abusos de Rupert Murdoch sem receio de que seus magistrados sejam atingidos por ataques pessoais ou que se coloque em dúvida o compromisso das instituições com a democracia.
O próprio relatório inicial de Odair Cunha deixava claro que, ao propor o indiciamento do diretor da Veja em Brasília, Policarpo Jr., não se cogitava em brigas políticas ou em atentados à liberdade de imprensa, mas em combater especificamente alianças de veículos e jornalistas com o crime organizado. Era uma maneira de depurar a mídia e trazer a discussão dos limites da imprensa para uma arena republicana: o Judiciário, e não nas bobagens de um conselho de jornalismo, como se cogitou anos atrás.
Nem isso se consegue.
No Brasil, graças à covardia generalizada das instituições – Judiciário, Executivo, Legislativo e partidos –, a resistência contra essa aliança mídia-crime é individual, voluntarista, sujeitando os resistentes a ataques pessoais devastadores, porque sem limites judiciais.
Na série "O caso de Veja" (https://sites.google.com/site/luisnassif02/) relato com pormenores algumas dessas jogadas. Mostro o massacre sobre a juíza Márcia Cunha, que concedeu liminar contra Daniel Dantas; a armação contra o desembargador que confirmou a liminar; os ataques aos jornalistas que ousaram denunciar a trama. Mostro a parceria da revista com os esquemas de Dantas e Cachoeira. Em vão!
A abertura para as parcerias criminosas surgiu, inicialmente, da falta de limites aos exageros da mídia. O que, no início, era apenas mau jornalismo, tornou-se uma falta de critérios generalizada. Para alguns veículos, abriu-se a brecha para se oferecer como agente de guerras comerciais ou criminosas, como ocorreu na parceria Veja-Cachoeira ou Veja-Dantas.
É um sistema que, hoje em dia, não poupa ninguém, de presidentes de Tribunais a procuradores, de políticos a administradores ou vítimas meramente do mau jornalismo ou de jogadas criminosas.
Quem puder comprar proteção, faça como Ayres Britto. Quem se insurgir contra esse poder devastador, sofra as consequências, como Márcia Cunha.
Quando o indescritível Ministro Luiz Fux diz que o Judiciário não teme ninguém, digo, ele mente: teme o poder dos ataques individualizados da mídia. Teme sim, da mesma maneira que Odair Cunha, Rui Falcão, Ayres Britto e outros.
Só se melhorará a mídia com limites institucionais definidos pelo Judiciário ou pelo Legislativo, não pelo voluntarismo de pessoas que terminarão destruídas pelo poder avassalador da prática da difamação em larga escala.
Mas há falta generalizada de estadistas em todos os poderes da República.
Luis Nassif-Advivo/via Com Texto Livre

Apesar da direita reacionária, o Brasil avança.


Dados divulgados nesta quinta-feira (29) pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) apontam que a expectativa de vida do brasileiro atingiu 74,08 anos (74 anos e 29 dias) em 2011, um aumento de 0,31 anos (3 meses e 22 dias) em comparação a 2010 e de 3,65 (três anos, sete meses e 24 dias) em relação a 2000.
Assim, em 11 anos, a esperança de vida ao nascer no Brasil, teve um aumento anual de, em média, em 3 meses e 29 dias. Nessa última década, o aumento da expectativa de vida foi maior para os homens, com  5 meses e 23 dias a mais de vida do que as mulheres.
Mesmo assim, em 2011 um recém-nascido homem esperaria viver 70,6 anos, ao passo que as mulheres viveriam 77,7 anos.
A expectativa de vida é usado para medir a qualidade de vida da população e vem sendo usada pela Previdência Social como um dos parâmetros do fator previdenciário, para calcular as aposentadorias.

2011 registra queda na mortalidade infantil

A taxa de mortalidade infantil (até um ano de idade) em 2011 ficou em 16,1 para cada mil nascidos vivos (contra 19,4 óbitos para cada mil nascidos vivos em 2010) e a taxa de mortalidade na infância (até cinco anos de idade), em 18,7 por mil. Esta última, alcançando a meta estipulada para o quarto Objetivo de Desenvolvimento do Milênio (ODM) para 2015, de 19,9 por mil.
Nos domicílios com rede geral de esgoto a taxa de mortalidade infantil foi de 14,6 óbitos para cada mil nascidos vivos e a taxa de mortalidade na infância, de 16,8 óbitos para cada mil nascidos vivos, ambas abaixo das médias nacionais. Nos domicílios com esgotamento por vala, essas taxas subiram para 21,0 por mil e 24,8 por mil, respectivamente.
Com o resultado de 2011, queda na taxa de mortalidade infantil no período de 1980/2011 foi de 76,7%. O mesmo comportamento foi observado na taxa de mortalidade da infância, representando redução de 49% em relação ao ano de 2000, cujo valor foi de 36,6 por mil.
(UOL)

Duca....

Somente o "venha a nós". Ao "vosso reino", nada.

Começa a ficar ensurdecedor o silêncio do deputado psolista Edmilson Rodrigues a respeito da eleição da futura Mesa dirigente da Assembléia Legislativa. Como membro da oposição, é natural que dele se espere apoio(e voto) ao bloco que se formou para impedir que o PSDB faça o sucessor do também tucano Manoel Pioneiro.
E isso não fere os princípios político e ideológicos de ninguém. É apenas um meio para equilibrar forças políticas internas de uma casa legislativa. No entanto, esse silêncio pode ser interpretado também como uma equivocada atitude de desprezo para com a disputa, baseada naquele surrado mantra esquerdista da "farinha do mesmo saco", algo que tem provocado inúmeras interpretações equivocadas da conjuntura, com efeitos nefastos aos avanços da luta democrática e popular.

Dez anos da política de cotas

 



Há não muito tempo, um estranho conglomerado de jornalistas, artistas, antropólogos, esquerdistas arrependidos, entre outros, se lançou ao ataque contra a politica de cotas, contra as ações afirmativas. Afirmações como as de que estaríamos “introduzindo” (sic) o racismo no Brasil (brilhante afirmação de Ali Kamel, em livro propagandeado por milhares de posters), como se a escravidão não fosse um dos pilares da historia brasileira, a de que constitucionalmente “somos iguais diante da lei”, entre outras expressões da ignorância, da má fé, dos preconceitos, juntaram a antropólogos da USP, a gente como Caetano (que nem parece que nasceu na Bahia, antes de tornar-se um cronista conservador do Globo), a editorialistas indignados, em campanha frenética em torno do igualitarismo.

Não foi o suficiente para brecar esse avanço democrático no Brasil – o país mais desigual do continente mais desigual do mundo. O Judiciário aprovou por unanimidade a politica, o Congresso fez o mesmo, diante da impotência dos conservadores. A própria realidade desmentiu as falsas concepções dos conservadores, mostrando como os cotistas tem excelente desempenho, superior à media, a entrada deles não rebaixou o nível das universidades, ao democratizar o acesso às faculdades pelas cotas.

Estranhamente, durante a recente greve dos professores universitários, reitores de universidades federais, em manifesto, expressaram a opinião de que seriam eles e não os parlamentares – em nome de todo o pais – quem deveria decidir critérios de ingresso nas universidades. (E, em meio a centenas de assembleias da greve, não houve uma única manifestação de desacordo por parte dos grevistas.) São resquícios, junto a editoriais ranzinzas, da resistência à politica de cotas.

Como se o Brasil não tivesse uma divida histórica, gigantesca, com os milhões de pessoas, a primeira geração de trabalhadores da historia brasileira, que durante séculos construiu a riqueza do país, exportada para o consumo das elites europeias. Cometeu-se o maior crime de lesa humanidade, tirando do seu mundo a milhões de pessoas, trazendo-as como gado para as Américas, onde eram consideradas raça inferior, para produzir riquezas para os que cometiam esses horrendos crimes.

A política de cotas, iniciada no Brasil na UERJ, durante a reitoria de Nilcea Freire, cumpre dez anos, com enorme caudal de experiências a aprender, para liquidar de vez os preconceitos e repara, minimamente, as injustiças secularmente cometidas.

Me lembrarei sempre, na reunião com o primeiro grupo de alunos cotistas, quando uma senhora negra disse que ela vivia na favela do Esqueleto, que foi destruída para dar lugar aos prédios da Uerj. Ela passava sempre por ali e lhe doía que sua casa tivesse sido destruída para dar lugar a uma instituição que lhe negava o acesso. Até que finalmente ela pode voltar ao espaço que havia habitado, agora, orgulhosa, como estudante de Serviço Social graças à politica de cotas. Quantas histórias como essas estão aí para serem contadas, mas que a mídia privada esconde, porque não tolera a democratização por que o Brasil passa.
(Emir Sader)

A virtude e o porteiro de Lula

Danuza Leão, que foi esposa de Samuel Wainer, o criador do Última Hora -- principal veículo de resistência ao cerco udenista contra Vargas nos anos 50, lamenta a ascensão do consumo de massa no Brasil. Não por ter restrições ao consumo. Mas porque ficou difícil 'ser especial' nesses tempos em que 'todos têm acesso a absolutamente tudo, pagando módicas prestações mensais', explica na coluna que assina na Folha.

Musicais na Broadway perderam a graça, afirma, não pelo gosto duvidoso do que se oferece ali. "Por R$ 50 mensais, o porteiro do prédio também pode ir", lamenta-se.

"Enfrentar 12 horas de avião para chegar a Paris, entrar nas perfumarias que dão 40% de desconto, com vendedoras falando português e onde você só encontra brasileiros - não é melhor ficar por aqui mesmo?", questiona desolada diante das cancelas decaídas.

As raízes desse desencanto com o Brasil, personificado na elite caricatural assumida por Danuza, encontram uma explicação resumida no relatório da consultoria Boston Consulting Group (BCG)', divulgado nesta 3ª feira.

O estudo compara meia centena de indicadores econômicos e sociais de 150 países , coletados junto ao Banco Mundial, FMI, ONU e OCDE.

O Brasil emerge desse mosaico como a nação que melhor utilizou o crescimento econômico dos últimos cinco anos para elevar o padrão de vida e o bem-estar do seu povo.

O PIB brasileiro cresceu a um ritmo médio anual de 5,1% entre 2006 e 2011. Mas os ganhos sociais obtidos no período se equiparam aos de um país que tivesse registrado um crescimento explosivo de 13% ao ano, diz a análise. Ou seja, para efeito de redução da pobreza as coisas se passaram como se o Brasil tivesse crescido bem mais que a China nos últimos cinco anos.

O salto na qualidade de vida da população, segundo a consultoria, decorre basicamente da prioridade implementada à distribuição de renda no período. Algo que Danuza Leão intui em meio às dificuldades crescentes para se distinguir do porteiro de seu prédio.

As diferenças entre eles naturalmente continuam abissais. Mas registraram a queda mais rápida da história brasileira nos anos Lula, quando a pobreza recuou à metade e 97% da infância foi para a escola.

É o que demonstram também os dados do IBGE divulgados nesta 4ª feira:

a) o índice de Gini que mede a desigualdade encontra-se hoje no menor nível em 30 anos;
b) os 40% mais pobres ainda detém apenas 11% do total da riqueza do país.
c) mas o deslocamento da seta na década Lula é um fato: a renda dos 20% mais ricos, equivalente a 24 vezes a dos mais pobres em 2001, caiu para 16,5 vezes em 2011;
d) nesse período, triplicou a frequência de estudantes pretos e pardos nas universidades brasileiras.


Nada disso é captado no visor histórico de quem está obcecado em preservar espaços de um privilégio socialmente patológico, incorporado à rotina da classe dominante como se fora a extensão da paisagem tropical.

O desencanto inconsolável com o Brasil deixado por Lula inclui outras versões igualmente elitistas, mas de apelo não tão exclusivista.

O porteiro do prédio neste caso é a 'corrupção de massa' que o PT teria promovido, segundo os críticos, num aparelho de Estado antes depenado com elegância pelos donos do país.

Assim como o porteiro de Danuza, a corrupção no aparelho público agora comandado pelo PT também é real.

Não é o caso do que se convencionou chamar de Ação Penal 470 - ainda que a prática do caixa 2 de campanha, é disso que se trata, tenha igualmente nivelado o partido aos adversários, que todavia desfrutam da tolerância obsequiosa nos circuitos escandalizados com os forasteiros.

A atual operação Porto Seguro, a exemplo de outras desencadeadas pela Polícia Federal desde 2003, desnuda com generosa difusão midiática isso que antes era encoberto, pouco investigado e raramente punido.

Não é necessário revisitar o personagem do 'engavetador geral da
República', de bons serviços prestados à causa tucana, para contrastar o silencio de gavetas que agora são reviradas em agudos decibéis e cortantes editoriais.

Porém há nuances que a esquerda não pode mais ignorar.

A virtude que se cobra do campo progressista não é um dote imanente a porteiros que conquistaram o legítimo direito de viajar a prestação, tampouco a qualidade intrínseca de governantes eleitos pelos pobres.

Virtuosas --educativas-- devem ser as instituições, ancoradas em leis justas e indutoras da convivência solidária; no serviço público digno e transparente; na escola capaz de preparar cidadãos para o livre discernimento; nos bens comuns valorizados e desfrutados coletivamente; na informação plural e isenta etc.

Para isso, o partido que pretende mudar a sociedade tem a obrigação de associar à luta econômica o combate por ideias emancipadoras que ampliem o horizonte subjetivo para além do consumismo individualista. Do contrário sobra o vale tudo por dinheiro.

Entenda-se por vale tudo aquilo que leva um jovem ao crime por um par de tênis de marca. Ou o funcionário público subalterno que concede 'favores' em troca de um cruzeiro à Ilha Grande, com direito ao show da dupla 'Bruno e Marrone'.

O mais difícil na luta pelo desenvolvimento é produzir valores que não aqueles negociados em Bolsas. Não apenas esse, mas sobretudo esse passo a esquerda deve ao Brasil. E não parece recomendável adiá-lo ainda mais.
(Saul Leblon- Carta Maior)

O rigor seletivo do STF

Segundo informa, hoje, o Blog do Jeso, o Ministério Público Federal formulou mais uma denúncia contra o demopatife Lira Maia, junto ao Supremo Tribunal Federal, pois o assaltante em tela é deputado federal e tem foro privilegiado. Essa denúncia irá juntar-se a outras quatro ações penais que Lira responde no Supremo(AP 524, Ap 518, AP 517 e AP 484), fora outros tantos inquéritos em que é acusado de sucessivos assaltos, principalmente aos cofres da prefeitura de Santarém, quando lá esteve como inquilino, de 1997 a 2004.
Curioso que, desde de 2010, o decano do STF, ministro Celso de Mello, que o jurista Saulo Ramos chamou de "juiz de merda", não demonstra qualquer sinal de indignação e muito menos pressa em fazer andar andar tantas denúncias contra um notório assaltante em apatia totalmente contrastante com a postura aparentemente indignada, demonstrada recentemente. Estranho. Muito estranho!

Justiça à brasileira

(007BONDeblog)

Estado Palestino

A Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas (ONU) vota hoje (29) uma resolução que propõe a concessão do status de Estado observador à Palestina. O status permite que os palestinos opinem, mas sem direito a voto, e, segundo especialistas, abre espaço para as discussões sobre a criação de um Estado independente. A resolução, porém, divide opiniões. A União Europeia está fragmentada.
Os Estados Unidos e Israel buscam aliados na campanha contrária à resolução. O governo brasileiro é um dos copatrocinadores da proposta em favor da Palestina. Para ajudar nas articulações, o emissário do Brasil para o Oriente Médio mais a Turquia e o Irã, embaixador Cesário Melantonio Neto, foi para Nova York. A União Europeia não deverá apresentar uma posição comum.

A proposta é considerada aprovada se obtiver a maioria dos votos. Não há direito a veto. A delegação da Palestina intensificou as negociações nos últimos dias e espera conseguir o apoio de, no mínimo, 140 dos 193 países que integram a Assembleia Geral das Nações Unidas. Porém, as articulações são cercadas de cuidados para evitar retaliações financeiras ou diplomáticas.
A União Europeia não conseguiu chegar a uma posição comum. A delegação de Portugal vai votar a favor, assim como os embaixadores da França, Espanha, Dinamarca, Noruega e Áustria. As delegações do Reino Unido e da Alemanha indicaram que vão se abster.
Hanan Ashraui, um dos representantes da delegação da Palestina, disse que, uma vez aprovado o status, a prioridade será a busca pela reconciliação na região da Faixa de Gaza. Segundo ele, não há a expectativa de que o status modifique a situação atual, envolvendo o cerco israelense, mas é uma sinalização de avanço.
(Agência Brasil)

Bucha de canhão

Pelos corredores da Câmara Municipal de Belém, o recem eleito vereador Zeca Pirão desfila com a desenvoltura de um presidente, e muito dos tititis de corredores apontam nessa direção. Já na Assembléia Legislativa, o deputado Martinho Carmona faz reiterados discursos apelando à reciprocidade tucana, em retribuição a eleição do atual presidente, Manoel Pioneiro, em chapa única. E o faz dando a entender que considera secundário o acordo fechado entre seu partido e o PT para eleição da Mesa que comandará a Casa, no próximo biênio.
Tomara que não, mas, tudo se encaminha para que o Partido dos Trabalhadores, mais uma vez, seja usado como bucha do canhão do 'coronel' Barbalho, quando este resolve guerrear contra quem ousa tirar-lhe um naco do poder amealhado ao longo de décadas. Triste! 

Bucci vê "inferno astral" do PT

247 - O PT vive seu inferno astral e terá que sanar seus desvios se não quiser queimar sua reputação em praça pública. A tese é de Eugenio Bucci, ex-presidente da Radiobras e professor de jornalismo da USP. Leia:
O inferno astral da estrela branca
Eugenio Bucci
Uma estrela branca, de cinco pontas, sobre fundo vermelho. Vermelho bombeiro. Vermelho Coca-Cola. Vermelho do Boi Garantido. Vermelho bolchevique. Vermelho total. Uma estrela branca emoldurada de vermelho.
Convenhamos, não era um símbolo que primasse pela originalidade ou pela ousadia. Não era inusitado, não era inventivo, era apenas óbvio. Mesmo assim, foi ele que vingou. Na falta de um logotipo mais profissional, mais publicitário (a indústria do marketing só chegaria mais tarde àquelas plagas), foi esse o símbolo adotado pelo Partido dos Trabalhadores, o PT, bem no seu início, no começo dos anos 80: uma estrela branca, banal, sobre fundo vermelho.
Diz a lenda que quem costurou a primeira bandeira do partido foi dona Marisa Letícia, em pessoa, a mulher do líder metalúrgico de cognome Lula, astro maior do partido da estrela. Desde então, a marca do PT ficou inscrita no DNA da democracia que sobreveio à ditadura militar no Brasil. Não dá para entender o Brasil de hoje sem entender o PT e sua estrela. O PT é um dos construtores, se não o principal, do Estado de Direito em que hoje vivemos por aqui. A começar da derrubada da ditadura.
Foram as greves do Sindicato dos Metalúrgicos de São Bernardo do Campo, lideradas por Lula, que puseram contra a parede o aparato repressivo do regime militar, forçando o recuo definitivo. Mais tarde, a campanha por eleições diretas, as Diretas-Já, que levou milhões de cidadãos às ruas em 1984, tinha José Dirceu na organização logística de todo o movimento - revelava-se ali o estrategista e empreendedor arguto, ambicioso e brilhante, o principal articulador da máquina partidária e do que ele gostava de chamar de "arco de alianças" que conduziria Lula à Presidência da República em 2002. Em 1988, a nova Constituição brasileira saiu do Congresso com a inconfundível impressão digital da estrela branca sobre fundo vermelho.
A história é conhecida. Está aí para ser vista e reconhecida. Gerações de excelentes quadros políticos se formaram na militância de esquerda e, cedo ou tarde, acabaram passando por organizações clandestinas e pelas instâncias do PT, onde aprenderam quase tudo o que sabem. São gestores públicos, intelectuais, parlamentares, até mesmo jornalistas, veja você, alguns já passados dos 80 anos, outros ainda na casa dos 30, que conheceram o Brasil e seus excluídos desfraldando a bandeira vermelha com a estrela branca. Aprenderam política no PT. Nos movimentos sociais, aprenderam a solidariedade, a justiça, a disciplina, a ousadia. Depois, no exercício de cargos públicos, aprenderam que a competência técnica não pode esperar, conheceram os estilos de governança e o imperativo da conciliação.
O PT alcançou o poder, abrandou o sectarismo e, mais maduro, ajudou então a moldar as próprias instituições da República, com acertos notórios. No Supremo Tribunal Federal (STF), hoje tão rigoroso e elogiado, a maioria dos atuais ministros foi indicada por governantes petistas. A Polícia Federal, hoje tão implacável e festejada, cresceu e se fortaleceu sob governos petistas. O Estado brasileiro está melhor, o que também é mérito da estrela branca sobre fundo vermelho.
A despeito de um muxoxo aqui, de um nariz torcido acolá, todo mundo sabe disso. Os agentes políticos, os de direita e os de esquerda, têm plena noção de que o protagonista maior da evolução democrática pós-ditadura atende pelo nome de Partido dos Trabalhadores. Só quem parece não estar à altura desse fato histórico é, ironicamente, o próprio PT. Com reações destemperadas, como que regurgitadas de uma adolescência que já passou, mostra que talvez não entenda bem o seu próprio papel e o seu próprio lugar.
A pior dessas reações foi a conclamação de uma onda de manifestações públicas em protesto contra decisões do Supremo Tribunal Federal no julgamento do mensalão. É compreensível que muitos petistas se sintam indignados ao ver uma figura pública do porte de José Genoino condenada pelo crime de corrupção, e isso com o voto do ministro Dias Toffoli, o mesmo que, até outro dia, trabalhava para o partido da estrela. É compreensível, mas a indignação não autoriza ninguém a fazer comício contra o Supremo. Há canais legais para pedidos de reconsideração judicial. Se, em lugar de discutir o processo e seus eventuais erros tópicos, o PT ergue palanques para contestar a legitimidade da própria Corte, como se ela não passasse de um instrumento de perseguição partidária, estamos diante da ameaça de ruptura institucional.
Nesse ponto, a postura da presidente Dilma Rousseff, de respeito declarado ao STF, contrasta com os arroubos irrefletidos - e serve para enquadrá-los. Dilma leva em conta que a mesma Corte que condenou uns absolveu outros, inclusive alguns militantes do PT. Logo, se devemos aceitar com um sorriso as absolvições, temos de acatar também as condenações e interpor os recursos que o direito processual admite. Fora disso, resta o tumulto.
O PT parece não saber como agir. Vive um refluxo amargo, um atordoamento, embora siga acumulando vitórias eleitorais. Esta semana ficou ainda mais tonto. Foi apanhado no contrapé por outro cruzado de esquerda, com novas denúncias de corrupção. Uma investigação da Polícia Federal revelou irregularidades escabrosas comprometendo servidores públicos de alta patente no governo federal. O que fará o PT em seu inferno astral? Atos públicos? Vai acusar os policiais de sanha persecutória? Ou vai exigir mais transparência? Ou vai punir, pelo seu próprio estatuto, os filiados envolvidos?
O PT precisa arcar com a responsabilidade de fortalecer a democracia que ajudou a conquistar. Eis o seu lugar e o seu papel. Se não enfrentar e sanar agora, já, os seus próprios desvios, o partido da estrela branca emoldurada de vermelho acabará por queimar sua reputação em praça pública. Será uma pena. A pior de todas as penas.

quarta-feira, 28 de novembro de 2012

Quer dizer que Collor tem aquilo roxo e o deputado Odair tem aquilo róseo?

O SR. FERNANDO COLLOR (Bloco/PTB – AL. Pronuncia o seguinte discurso. Sem revisão do orador.) – Sr. Presidente desta sessão, Srªs e Srs. Senadores, a reunião de hoje, dia 28, da CPMI, foi destinada à leitura do relatório pelo Deputado Odair Cunha.
Após uma acalorada discussão sobre os procedimentos regimentais a serem seguidos no tocante à discussão e votação do documento final, S. Exª, o Relator, antes de iniciar a leitura, estranhamente retirou as partes 6 e 7 de seu documento. Esses dois tópicos tratam exatamente do indiciamento do jornalista Policarpo Junior, da revista Veja, e do encaminhamento das provas respectivas ao Conselho Nacional do Ministério Público para apuração da conduta do Procurador-Geral Roberto Gurgel dos Santos perante as investigações da operação Vegas da Polícia Federal.
Digo estranhamente, Sr. Presidente, porque o que se deve questionar hoje é o que de fato acontece ou que de fato aconteceu entre a apresentação inicial do relatório, ocorrido no dia 28 deste mês, portanto há 10 dias somente, tão somente 10 dias, e a leitura resumida feita no dia de hoje. Afinal, que fatos levaram a relatoria a retirar exatamente as principais partes do seu contundente e detalhado relatório, consubstanciado – vale frisar – em mais de 5 mil páginas?
Para demonstrar a importância, a amplitude e o alcance das conclusões em relação a esses dois temas a que chegou o Deputado Odair Cunha, assessorado por uma competente e diversificada equipe técnica, basta reproduzir as palavras do próprio Relator na peça inicial publicada, divulgada e distribuída publicamente na semana passada.
Sobre o núcleo de imprensa – vale dizer –, contido em 349 páginas do relatório – 349 páginas foram dedicadas somente a tratar do chamado núcleo de imprensa –, disse o Relator Odair Cunha e abro aspas: “Não restam dúvidas de que o jornalista Policarpo Junior aderiu à organização criminosa de Carlos Cachoeira, colaborando intensamente para o êxito e a continuidade de suas atividades e a impunidade de seus líderes”. Fecho aspas.
Registrou, ainda, o Relator em seu documento as palavras do Juiz da 11ª Vara da Justiça Federal em Goiás, Dr. Paulo Augusto Moreira Lima, ao decretar a prisão do Sr. Carlos Cachoeira, nos seguintes termos, abro aspas – palavras do Juiz da 11ª Vara da Justiça Federal em Goiás, especificamente em Anápolis: “Ademais…
Ademais, os meios de proteção ao esquema criminoso alcançaram a utilização e manipulação da própria imprensa, sempre mediante pagamento, tudo com o escopo de tentar desqualificar o trabalho desenvolvido por órgãos sérios de persecução e preservar negócios espúrios.
E continua o Sr. Juiz: “Detectou-se, ainda, nas investigações os estreitos contatos da quadrilha com alguns jornalistas para a divulgação de conteúdo capaz de favorecer os interesses do crime.”
Fecho aspas, para continuar novamente com as palavras do juiz citado pelo relator em seu relatório hoje apresentado. “O poderio era tanto que a organização criminosa contava com o apoio de jornalistas para ‘bater’ em trabalhos sérios que poderiam atrapalhar os ‘negócios’.”
Ele aqui coloca entre aspas: “Há provas de que políticos abriram seus gabinetes para os criminosos, jornalistas venderam matérias e empresários apoiaram e contaram com o apoio de membros da quadrilha.” Fecho novamente aspas. Palavras do Juiz da 11ª Vara, em Goiás, Paulo Augusto Moreira Lima, utilizadas no relatório da CPMI.
Além disso, às pp. 4.506 e 4.507, o relator, especificamente sobre Policarpo Júnior, assevera que “nessa urdida engenharia criminosa, que tinha como apoio um braço midiático, Policarpo Júnior foi um dos profissionais da imprensa mais requisitados pelo líder da quadrilha”. E continua: “Carlos Cachoeira não era um informante privilegiado”.
Isto aqui é do texto do relator do primeiro relatório apresentado semana passada aos integrantes da CPMI. Diz ele, continuando:
Carlos Cachoeira não era um informante privilegiado. Não abastecia jornalistas e profissionais da imprensa porque estava enlevado de um espírito cidadão. (…) Ele simplesmente os usava para atingir ou assegurar o êxito de seus objetivos criminosos. (…) Na quadra da realidade que se afirma, exsurge como aviltante da inteligência e da própria dignidade das cidadãs e dos cidadãos deste País justificar os cerca de 8 anos [oito anos!] que sustentam a relação Cachoeira x Policarpo
Apenas como uma singela relação entre fonte e jornalista.
As investigações sobre esse profissional nos permitem divisar que Policarpo Júnior não mantinha com Carlos Cachoeira uma vinculação que se consubstanciava apenas na relação de jornalista e fonte. Estavam unidos em propósitos claros e adrede articulados durante muitos anos.”, palavras do Relator, Deputado Odair Cunha.
Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, pergunto a quem quer que seja se essas constatações são secundárias, como justificou o Relator para retirá-las do documento, apesar da contundência e clareza de sua própria argumentação no relatório. A gravidade desses fatos, vinculando setores da imprensa, mais particularmente a revista Veja, sempre ela, e seus servidores com o crime organizado, é ou não é de interesse da sociedade brasileira? Sobre a conduta do Procurador-Geral da República, o Relator manifestou-se, em seu documento inicial, nos seguintes termos dos quais destaco alguns trechos que, por si só, revelam o crime de prevaricação, improbidade administrativa e crime de responsabilidade, cometido por Roberto Gurgel Santos. Disse o Relator: “apuraram-se fortes indícios de desvios de responsabilidade constitucional, legal e funcional, praticadas pelo Dr. Roberto Gurgel. O PGR é livre para formar seu convencimento, mas, obrigatoriamente, ele deve tomar uma decisão fundamentada, seja ela qual for. Ele não pode permanecer inerte, obstando o prosseguimento de uma investigação policial. Sem incorrer no risco de cometer exageros, as razões assinaladas pelo Dr. Roberto Gurgel, para justificar o sobrestamento, nas palavras dele, Gurgel, ao se justificar por escrito à CPMI da Operação Vegas não se sustentam. Em primeiro lugar porque simplesmente não existe o instituto do sobrestamento de inquérito policial; trata-se de um termo inédito no processo penal brasileiro. Em segundo lugar, porque o PGR não efetuou nenhuma ação controlada, como também ele alegara, ele, Procurador-Geral, na sua defesa. Se os autos da Operação Vegas permaneceram paralisados em seu gabinete não houve nenhuma ação, tampouco controlada, aliás, o próprio Dr. Roberto Gurgel
Aliás, o próprio Dr. Roberto Gurgel admitiu que não fez ação controlada. Porém, ele recorre a esse instituto em seu ofício para justificar, para legitimar o seu discurso, ao alegar que o inexistente instituto do sobrestamento tem fundamentação análoga à da ação controlada. Portanto, o próprio Dr. Roberto Gurgel admitiu não ter feito nenhuma ação controlada, mas, sim, algo parecido com uma ação controlada o qual ele chamou de sobrestamento.
Continuo lendo palavras colocadas pelo Relator Odair Cunha em seu relatório apresentado há cerca de 10 dias.
Em terceiro lugar, ciente de que não estava fazendo nenhuma ação controlada, o Dr. Roberto Gurgel chegou a argumentar que decidiu sobrestar o inquérito no intuito de possibilitar a retomada das interceptações telefônicas e de investigação.


(Conversa Afiada)


O PT não é isso!


Eu sou um grande cagão medroso!

CNI diz que manutenção da Selic em 7,25% garante investimentos


 A manutenção da taxa básica de juros (Selic) em 7,25% é decisiva para garantir a confiança do empresário e estimular os investimentos, de acordo com nota divulgada pela Confederação Nacional da Indústria (CNI) tão logo o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central anunciou a decisão.
De acordo com a CNI, a manutenção dos juros em um patamar reduzido é importante no cenário atual, em que não há riscos expressivos de alta da inflação e a recuperação da atividade produtiva ainda não se consolidou.
A entidade lembra ainda que, com juros básicos reduzidos, as ações da política de financiamento devem se concentrar na queda dos custos dos empréstimos, na redução dos spreads bancários [diferença entre o que os bancos pagam aos aplicadores e os que cobra dos tomadores] e na ampliação do crédito.
Segundo a CNI, os efeitos benéficos da queda dos juros básicos chegará aos tomadores finais de recursos. "Essa é a vertente financeira da redução dos custos de produção, crucial à retomada do investimento e do crescimento sustentado".
(Agência Brasil)

Professores aposentados custeavam o desfile da Imperatriz Leopoldinense e não sabiam

Corre o risco do desfile da Imperatriz Leopoldinense ficar R$15 milhões mais pobre. Esse é o valor calculado de quanto Simão Lorota estava caloteando professores aposentados pelo estado, ao não pagar-lhes a diferença salarial referente aos meses de janeiro e fevereiro, agora determinada pela justiça, por conta do reajuste do piso salarial dos professores.
O pagamento terá de ser feito pelo IGEPREV, que vem sendo objeto de notas esquisitas na imprensa local a respeito de sua situação de penúria. Como nessa área administrativa não existe obra do acaso, é bem possível que essa "penúria" já fizesse parte do plano para o calote nos professores, afinal, a Imperatriz vem pra ganhar, empurrando com a barriga o pagamento correto dos vencimentos daquela categoria. Credo!

Absolvido no STF, Rocha quer tentar o governo do Pará


Absolvido no julgamento do mensalão, o ex-deputado federal Paulo Rocha (PT-PA) diz que deixou de ser senador e governador pela ligação de seu nome com o escândalo.
Em sua primeira entrevista após a absolvição, passado o que chama de "linchamento" da imprensa, Rocha diz que se "recoloca" na disputa pelo governo estadual.
Rocha era líder do PT na Câmara em 2005 quando estourou o mensalão, e renunciou ao mandato em Brasília para evitar a cassação.
Ele era acusado de lavagem de dinheiro por ter recebido R$ 820 mil do mensalão, por ordem do então tesoureiro do PT Delúbio Soares.
Segundo Rocha, R$ 620 mil foram para pagar dívidas do PT no Pará e o restante foi para o PSB, sem passar por ele.
Foi absolvido após um empate entre os ministros do STF, o que favoreceu os réus.
Prevaleceu o entendimento de que Rocha não tinha conhecimento da origem ilegal dos recursos. A seguir, trechos da entrevista à Folha.

Tarso Sarraf/Folhapress
O ex-deputado Paulo Rocha (PT-PA), absolvido no julgamento do mensalão
O ex-deputado Paulo Rocha (PT-PA), absolvido no julgamento do mensalão
*
Folha - O senhor ficou feliz com sua absolvição?
Paulo Rocha - Não fico feliz porque fomos julgados politicamente --a nossa geração. É isso o que foi: era julgar o governo Lula. O PT errou? Errou, ao fazer o caixa dois. E, a partir desse erro, pegaram para transformar no que disseram ser o maior esquema de corrupção do Brasil. Foi coberto como espetáculo pela grande mídia. Isso aí é uma resposta da elite brasileira ao que o Lula disse "nunca antes na história desse país".
Mas foi um alívio para o sr.?
É claro que é um alívio, é uma carga pesada sobre você. Principalmente uma figura política como eu. Minha absolvição me beneficia para me recolocar de novo na disputa política do Estado. Mas já trouxe prejuízos. Deixei de ser governador [era um dos nomes do partido em 2006, mas não chegou a concorrer], deixei de ser senador [perdeu a disputa em 2010].
Que cargo vai disputar agora?
Sou uma das principais figuras do PT do Pará, estou dentro do projeto do PT. O PT vai montar um projeto político de disputa de 2014 e eu sou figura importante do partido, estou no projeto.
Governo do Pará ou Senado?
Vou estabelecer uma estratégia política, nós queremos ganhar o governo do Estado de novo. Naturalmente que sou um dos nomes importantes do PT. Mas tem um processo, alianças políticas. Estamos conversando.
A exposição ao mensalão prejudicou sua eleição em 2010?
Sim, a própria inelegibilidade pedida pelo Ministério Público [porque renunciou ao mandato] me prejudicou. Eu ia ser o senador mais votado do Pará. A votação do Flexa [Ribeiro, eleito senador pelo PSDB] foi 1,8 milhão. Do Jader [Barbalho] foi 1,79 milhão. Eu tive 1,73 milhão. Foi equilibrado, mesmo com o desgaste sobre mim e sobre o Jader com a Lei da Ficha Limpa, outro absurdo que o Supremo não deu conta de resolver, o problema da constitucionalidade. Era óbvio que [a lei] não valia para 2010.
Do ponto de vista pessoal, o que o sr. passou após ter sido vinculado ao mensalão?
Isso não me conteve na minha atividade política, mas é claro que houve um desgaste muito grande. Você está exposto a achincalhes, vivemos nosso calvário.
Entrou em depressão?
Não, a gente já está acostumado a esse tipo de disputa. Somos de uma geração que, ao querer mudança no país, foi tachada de muita coisa já. Mensaleiro era só mais uma. Fomos tachados de subversivos quando não se tinha democracia. Tudo se modificou [na ditadura] a partir da nossa ação política, desses que estão sendo condenados, principalmente José Genoino e José Dirceu. Não merecíamos um julgamento dessa forma, a partir de um erro que todos cometem, que é o financiamento de campanha. Foi muito injusto. Não é verdade que o PT e os principais líderes sejamos corruptos.
O sr. passou a exercer alguma atividade remunerada após deixar a Câmara?
Eu vivo de R$ 10 mil da aposentadoria da Câmara, após 20 anos de mandato. Os trabalhos que fazia com mandato continuo fazendo sem mandato. Recebendo prefeitos, deputados.
(Folha.com)

terça-feira, 27 de novembro de 2012

Brasil tem maior aumento do bem-estar entre 150 países


 Por luisnassif- advivo
O Brasil foi o país que melhor utilizou o crescimento econômico alcançado nos últimos cinco anos para elevar o padrão de vida e o bem-estar da população. Se o Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro cresceu a um ritmo médio anual de 5,1% entre 2006 e 2011, os ganhos sociais obtidos no período são equivalentes aos de um país que tivesse registrado expansão anual de 13% da economia.
A conclusão é de levantamento feito pela empresa internacional de consultoria Boston Consulting Group (BCG), que comparou indicadores econômicos e sociais de 150 países e criou o Índice de Desenvolvimento Econômico Sustentável (Seda, na sigla em inglês), com base em 51 indicadores coletados em diversas fontes, como Banco Mundial, FMI, ONU e OCDE.
O desempenho brasileiro nos últimos anos em relação à melhoria da qualidade de vida da população é devido principalmente à distribuição de renda. "O Brasil diminuiu consideravelmente as diferenças de rendimento entre ricos e pobres na década passada, o que permitiu reduzir a pobreza extrema pela metade. Ao mesmo tempo, o número de crianças na escola subiu de 90% para 97% desde os anos 90", diz o texto do relatório "Da riqueza para o bem-estar", que será oficialmente divulgado hoje. O estudo também faz referencia ao programa Bolsa Família, destacando que a ajuda do governo as famílias pobres está ligada à permanência da criança na escola.
Nessa comparação de progressos recentes alcançados, o Brasil lidera o índice com 100 pontos, pontuação atribuída ao país que melhor se saiu nesse critério de avaliação. Aparecem a seguir Angola (98), Albânia (97,9), Camboja (97,5) e Uruguai (96,9). A Argentina ficou na 26ª colocação, com 80, 4 pontos. Chile (48º) e México (127º) ficaram ainda mais atrás.
Foram usados dados disponíveis para todos os 150 países e que fossem capazes de traçar um panorama abrangente de dez diferentes áreas: renda, estabilidade econômica, emprego, distribuição de renda, sociedade civil, governança (estabilidade política, liberdade de expressão, direito de propriedade, baixo nível de corrupção, entre outros itens), educação, saúde, ambiente e infraestrutura.
O ranking-base gerou a elaboração de mais três indicadores, para permitir a comparação do desempenho, efetivo ou potencial, dos países em momentos diferentes: 1) atual nível socioeconômico do país; 2) progressos feitos nos últimos cinco anos; e 3) sustentabilidade no longo prazo das melhorias atingidas.
Como seria de se esperar, os países mais ricos estão entre os que pontuam mais alto no ranking que mostra o estágio atual de desenvolvimento. Nessa base de comparação, que dá conta do "estoque de bem-estar" existente, a lista é liderada por Suíça e Noruega, com 100 pontos, e inclui Austrália, Nova Zelândia, Canadá, EUA e Cingapura. Aí o Brasil aparece em posição intermediária, com 47,8 pontos.
Para Christian Orglmeister, diretor do escritório do BCG em São Paulo, o desempenho alcançado pelo Brasil é elogiável, mas deve ser visto com cautela. "Quando se parte de uma base mais baixa, é mais fácil registrar progresso. O Brasil está muito melhor do que há cinco anos em várias áreas, até mesmo em infraestrutura, mas é preciso ainda avançar muito mais."
Entre os países que ocupam os primeiros lugares nesse ranking de melhoria relativa dos padrões de vida da população nos últimos cinco anos, a renda per capita anual é muito diversificada, indo desde menos de US$ 1 mil em alguns países da África até os US$ 80 mil verificados na Suíça. Além do Brasil, mais dois países sul-americanos _ Peru e Uruguai _ aparecem na lista dos 20 primeiros. Também estão nela três países africanos que em décadas passadas estiveram envolvidos em guerras civis _ Angola, Etiópia e Ruanda _ e que nos anos recentes mostram fortes ganhos em relação a padrão de vida. Da Ásia, aparecem na relação Camboja, Indonésia e Vietnã.
Nova Zelândia e Polônia também integram esse grupo. O crescimento médio do PIB neozelandês foi de 1,5%, mas a melhora do bem-estar foi semelhante à de uma economia que estivesse crescendo 6% ao ano. Na Polônia e na Indonésia, que atingiram crescimento médio do PIB de 6,5% ano, o padrão de vida teve elevação digna de uma economia em expansão de 11%.
O estudo também compara o desempenho recente dos Brics - além do Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul - na geração de mais bem-estar para os cidadãos. Se em relação à expansão da economia, o Brasil ficou atrás dos seus parceiros entre 2006 e 2011, o país superou a média obtida pelo bloco em áreas como ambiente, governança, renda, distribuição de renda, emprego e infraestrutura, diz Orglmeister. China, Rússia, Índia e África do Sul aparecem apenas em 55º, 77º, 78º e 130º, respectivamente, nessa base de comparação, que é liderada pelo Brasil.
O desafio brasileiro, agora, é manter esse ritmo no futuro, afirma o diretor do BCG. "O Brasil precisa avançar em quatro áreas principalmente", diz. "Na melhora da qualidade da educação, na infraestrutura, na flexibilização do mercado de trabalho e nas dificuldades burocráticas que ainda existem para fazer negócios no país."
Para Douglas Beal, um dos autores do trabalho e diretor do escritório do BCG em Dubai, nos Emirados Árabes Unidos, embora os indicadores reunidos para produzir o Seda pudessem ser utilizados para produzir um novo índice, esse não é o objetivo do levantamento. "A meta é criar uma ferramenta de benchmarking, que possa fornecer um quadro amplo. com base no qual os governos possam agir."
   http://www.advivo.com.br/node/1163176/via Justiceira de Esquerda

Sumiu? Ninguém sabe, ninguém viu.

Em março de 2010, o então presidente do IPEA esteve em Belém para abrir uma sede daquele instituto em Belém, por sinal, sua primeira representação fora de Brasília. Na ocasião, o presidente, aquela altura o economista Márcio Porchmann, declarou que a Amazônia deveria "protagonizar outra forma de desenvolvimento, buscando um modelo que compatibilize sustentabilidade, agregação de valor e geração de riqueza com distribuição de renda". E disse mais, "que o que o Pará deve buscar, inclusive no tocante à indústria de alimentos, é a criação de produtos sofisticados e a agregação de valor em todas as suas cadeias produtivas."
Passados dois anos, não se ouve mais falar em agregação de valor, nem na cadeia produtiva de extração mineral, o governador ignorou a ALPA; continuamos exportando a amendoa do cacau e nunca mais se ouviu falar de fábrica de chocolate, a não ser em filme, preocupando-se o mandatário máximo do estado apenas com ações pontuais de caráter compensatório a respeito de eventuais medidas emanadas do poder central, que porventura tenham afetado a arrecadação direta de impostos, pouco se importando se essa medida aqueceu a economia do país como um todo. É esse o Pará quase parado que ele faz?

Líder do PT defende ida de Cardozo e de Adams ao Senado

O senador Walter Pinheiro (PT-BA) defendeu hoje (27) a ida do ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo,  e do advogado-geral da União, Luis Inácio Adams, ao Senado para prestar esclarecimentos sobre a Operação Porto Seguro da Polícia Federal. O líder do PT na Casa disse que os lideranças querem ainda que os presidentes das agências onde trabalhavam os investigados compareçam ao Congresso para dar explicações.
A PF encontrou irregularidades na Agência Nacional de Águas (ANA), na Agência Nacional de Transportes Aquaviários (Antaq) e na Agência Nacional de Aviação Civil (Anac). No total, seis pessoas foram presas na ação de sexta-feira (23).
Cardozo, como ministro da Justiça, é responsável pela Polícia Federal que prendeu suspeitos e investiga um esquema de favorecimento de interesses privados em processos públicos. Já Adams é o advogado-geral da União e superior hierárquico de um dos investigados.
“Essa é uma coisa que assusta todos nós. Funcionários, inclusive de carreiras, utilizando a estrutura em benefício próprio e até beneficiar terceiros. Acho que a Polícia Federal foi importante e mostra o papel institucional, a ação correta desse organismo de combate a corrupção”, destacou o senador.
O senador disse ainda que mesmo com as investigações policiais e os inquéritos, a atuação do Congresso é importante. “[É fundamental que o Congresso também continue] o processo rigoroso de apuração para ver a extensão das ações que foram patrocinadas [pelo grupo] na estrutura pública”.
O ministro da Justiça já tem data para ir à Câmara. Na próxima terça-feira (4), ele estará na Comissão de Segurança Pública e Combate ao Crime Organizado, onde falará sobre a Operação Porto Seguro e a série de atos violentos que ocorre em São Paulo.
(Agência Brasil)

Jornal Nacional 'engasga' e não veicula operação da PF sobre vice da CBF

http://glo.bo/XXzMzX
O Jornal Nacional da TV Globo de segunda-feira encerrou de forma inusitada, com o apresentador Willian Bonner pedindo desculpas por "problemas técnicos que impediram de veicular" matéria sobre a Operação da Polícia Federal que investiga duas organizações criminosas, uma de doleiros que fizeram remessas ilegais para o exterior, e outra de policias e advogados que faziam espionagem criminosa sobre dados sigilosos.

Entre as vítimas já identificadas da arapongagem estão um senador, ex-ministros, prefeitos, desembargadores e, curiosamente... uma filial de "uma Rede de TV". A Polícia Federal não divulgou os nomes.

Um dos alvos de busca e apreensão foi o presidente da Federação Paulista de Futebol e vice-presidente da CBF, Marco Polo Del Nero. A operação não teve relação com futebol, mas ao contrário do que disse Bonner, teve a ver sim com o escritório de advocacia criminalista de Del Nero. O próprio cartola, na TV Record, desmentiu Bonner, dizendo que teria obtido informações da organização acreditando serem legais, como trabalho de despachantes.

Por coincidência, a TV Globo sempre manteve boas relações comerciais com a cartolagem do futebol brasileiro, onde conquista os direitos de transmissão dos campeonatos e da seleção, desde os tempos de Ricardo Teixeira.

Se eu fosse desconfiado, eu acharia que uma emissora que comete essa falha, estaria com algum rabo preso e quereria esperar ver o que todo mundo publica sobre a operação, para só depois noticiar.

A TV Record noticiou:
(Os Amigos do Presidente Lula)

Da série(interminável) 'Era lorota'.

Em 2010, o PIB do Pará cresceu 8%, ficando acima da média nacional(7,8%). Naquele ano, nosso PIB ficou em R$77,8 bilhões, um incremento de R$19,4 bilhões na economia do estado, o que proporcionou ao Pará a liderança na região bem como significativa contribuição para que o Norte passasse a representar 5,3% do PIB nacional, contra os 4,7% da pesquisa anterior. Ressalte-se que esses dados foram divulgados pelo insuspeito(de ser petista) IDESP, logo, qualquer proselitismo que pretenda dar conotação politiqueira ao fato deve ser encaminhada ao salafrário Freire.
Certamente, esses dados nos remetem à retórica lorótica desfiada em janeiro de 2011, quando assumiu o governo, fez cara cinicamente compungida e editou um ucasse de orientação falsamente austera, como se tivesse herdado um governo de "terra arrasada", o que, agora, de acordo com esses dados divulgados pelo IDESP, ve-se que não passava de lorota. A confirmar a factualidade dessa afirmação, Simão ter saído pelo pelo mundo promovendo a mais desenfreada gastança, a ponto de dispensar licitação em 95% das operações feitas por sua administração.
É até possível que apareça algum pascácio querendo desmentir os fatos, declarando que esse crescimento independeu do governo de Ana Júlia, que foi apenas reflexo do alto crescimento verificado no país. No entanto, se isso ocorrer, deve o dito pascácio imediatamente dedizer-se, pois estará levantando a hipótese estúpida de que em um estado com tantas carências e com uma economia tão dependente é possível dar-se ao luxo de desatrelar-se do poder central, quando, de fato, o que ocorreu para que nossa economia tenha tido un ano tão bom foi justamente a parceria em quase todos os programas do governo federal.
Resta disso tudo uma conclusão; nunca antes nesse país um governo de estado conseguiu resultados tão espetaculares, sendo por isso tão execrado pela mídia  e por parte da classe política, a ponto de ser derrotado por algo que, como se vê, é um não-governo. A negação de tudo que foi jurado no altar das promessas vãs, vulgo palanque eleitoral, algo que só poderia produzir isso que aí está: uma sucessão de "ações entre amigos". Lamentável!

Mas se move!

Com o banditismo usual, a Agência Globo tonitruou a papeluchos espalhados pelos quatro cantos do país que o emprego formal caiu 24%, nos últimos dez meses. Ressalte-se que a queda verificada dá-se em comparação com os meses correspondentes do ano passado, embora o texto sugira que o país caminha perigosamente para uma "espanholização", coisa absolutamente mentirosa, pelo menos por enquanto.
Mês a mês, o país continua gerando saldo positivo na geração de empregos formais, menos que no ano passado, é verdade, no entanto, este ano, segundo cálculos do Ministério do Trabalho, fonte da matéria citada, gerará 1,4 milhão de postos de trabalho com carteira assinada. Pra se ter uma ideia, isso é cerca de 1/4 de todos os empregos formais gerados durante os 8 anos de governo FHC, inclusive os dois primeiros, em que a euforia com o Plano Real produziu textos surreais que até hoje reproduzem auto explicações inúteis;  e com a perspectiva de gerar quase o dobro desse número, caso as previsões de crescimento de nossa economia se concretizem, na faixa de 4% do PIB.
Com efeito, a saudade do tempo dos ganhos fáceis no cassino financeiro e da concentração da renda do país nas mãos dos mesmos poucos beneficiários das políticas neoliberais ainda vai matar essa gente, de resto, algo que não fará mal nenhum ao país. Pelo contrário.

segunda-feira, 26 de novembro de 2012

Te cuida, Antonio Carlos Nunes!

PF acaba de prender presidente da Federação Paulista de Futebol

: Nesta madrugada, agentes da Polícia Federal cumpriram busca e apreensão na casa de Marco Polo del Nero, que é presidente da Federação Paulista de Futebol e era cotado para assumir a presidência da CBF na Copa de 2014; diversos documentos foram apreendidos e ele está, neste momento, prestando depoimento; deve continuar detido; clima é de guerra na instituição; Del Nero já havia sido investigado por Protógenes Queiroz, que depois se tornou consultor da CBF e hoje, como deputado federal, tenta criar a "CPI da PF". (247)

Álvaro Dias, o Gervásio Morgado do Senado, quer enfiar ainda mais a mão no bolso do contribuinte

Curioso que Álvaro Dias é sempre a voz da midiazona pra detonar o governo federal.
O STF diz que a aposentadora de ex-governadores é inconstitucional, mas até janeiro de 2011 o único ex-governador que havia tido a aposentadora cassada pelo STF, adivinhem? Zeca do PT!
A Álvaro Dias já não basta acumular o salário de senador e a aposentadoria ainda quis receber mais de um milhão de indenização. A cara de pau deste tucano é peroba pura.
(Maria Frô)

domingo, 25 de novembro de 2012

Dilma é mais lembrada que Lula pelo IBOPE

Dilma é mais lembrada do que Lula para 2014. Pesquisa revela que 26% dos eleitores citam a presidente contra 19% do ex, mas no texto diz que José Serra, Aécio Neves e Marina Silva são lembrados, respectivamente, com 4%, 3% e 2%. Tanta omissão, mentira e ilação da Corrupta por nada. É de chorar de tanto rir!

(Aposentado Invocado)

Trapalhadas do cleptoalcaide, sandices liberais e factoides do futuro prefeito.

Quer dizer que notas passadas, publicadas na principal coluna do jornal, não valem mais nada. Ou seja, aquela 'pérola' que dizia que D. Costa ia deixar R$800 milhões para o sucessor; que os secretários receberam ordens para registrar em cartório a situação das obras em andamento, bem como quanto ia ser deixado em caixa para suas respectivas continuidades, não passava de trambique ilusionista, pior, fina sensibilidade a qualquer balela desde que viesse acompanhada da maviosa melodia emanada da caixa registradora sob domínio do cleptoalcaide?
No entanto, assim como não dava pra acreditar naquelas sandices, é bom verificar primeiro se esse "rombo" que o futuro prefeito alega ter no orçamento para o ano que vem não é um ardil para modificar o percentual de remanejamento de recursos de uma rubrica para outra, sem autorização legislativa. Por sinal, suas explicações ao "diário oficioso" carecem de consistência e só aumentam as suspeitas a respeito de suas intenções na medida em que, tanto o rombo de $40 milhões nas obras do BRT quanto o resultado primário das contas de 2012 não são situações consolidadas e tendem a deesaparecer assim que operações de crédito se concretizarem.
Claro que um gestor eleito tem toda a legitimidade para implantar aquilo que prometeu em campanha, até mesmo porque esse foi o desejo manifestado pela maioria do eleitorado. O que incomoda é a surrada entrada de tucanos em cena sempre como "salvadores da pátria" e construtores do novo em cima de terras arrasadas.
Claro que Duciomar é uma desgraça, no entanto, por culpa exclusiva da inércia de Simão Lorota que paralisou inexplicavelmente o 'Ação Metrópole' do governo Ana Júlia, é que ele encontrou espaço para iniciar o tal BRT, pesadelo para quem por ali passa, seja dormindo ou acordado. E agora não há outra saida: queira ou não Zenaldo, a cidade só volta à normalidade anterior com a conclusão daquela obra. E desde que a famigerada alteração proposta por Morgado no Plano Diretor não seja aprovada. Qualquer mudança de rota nesse momento significará aumentar ainda mais a angústia do belenense a ponto de correr-se o risco de chegar à surreal situação de sentir saudades do cleptoalcaide. Toc, toc, toc...

Hic, hic

Segundo Franssineti Florenzano informa, Gervásio Morgado queria engordar sua aposentadoria por invalidez(moral?) trocando-a de proporcional para integral por estar, agora, acometido do Mal de Parkinson, pretensão que, ainda segundo Franssineti, a justiça barrou por não ter a perícia médica oficial constatado tal doença em  Morgado.
Na verdade, pelo que se nota nas andanças pelos bares da cidade, e até em registro feito no plenário da Câmara Municipal de Belém, a doença que acomete Morgado não é MAL DE PARKINSON, mas MAL DE BARKINSON, pela sua óbvia adoração ao etilismo, coisa, aliás, que é seu direito, desde  que a conta não seja paga pelo contribuinte, inclusive os 10% do garçom.

sábado, 24 de novembro de 2012

Justiça condena Boris Casoy e TV Band a indenizar gari ofendido em telejornal



A 8ª Câmara de Direito Privado de São Paulo condenou o jornalista Boris Casoy e a TV Bandeirantes a pagar R$ 21 mil de indenização por danos morais ao gari Francisco Gabriel de Lima. Na noite de réveillon de 31 de dezembro de 2009, após Francisco Lima aparecer em uma vinheta desejando feliz natal, uma falha técnica levou ao ar o áudio de Boris dizendo: "Que merda: dois lixeiros desejando felicidades do alto da suas vassouras. O mais baixo na escala do trabalho".( Veja vídeo)
O áudio foi transmitido ao vivo durante o jornal da Band e gerou grande repercussão. No dia seguinte, quando o vídeo já tinha milhares de visualizações na internet, Boris Casoy se retratou sobre o comentário que definiu como “uma frase infeliz”. ”Peço profundas desculpas aos garis e a todos os telespectadores", afirmou Boris Casoy. O caso não terminou na imprensa e foi parar na Justiça.
Francisco Lima alegou que foi humilhado pelos comentários “preconceituosos” do âncora do jornal da Band. Contou em juízo que foi abordado por dois jornalistas da Rede Bandeirantes que solicitaram que desejasse felicitações de ano novo para veiculação na TV e que não imaginava que sua participação lhe renderia “preconceito e discriminação”.
O gari ainda afirmou que não percebeu arrependimento na retratação “burocrática e pouco conveniente” de Boris Casoy e que suas desculpas não bastaram para “estancar a ferida lesada”.
Frase infeliz
Boris Casoy teve que se apresentar à Justiça e pessoalmente afirmou que jamais teve o intuito de criticar o gari pela profissão exercida. Também disse que não houve discriminação, desrespeito nem humilhação à dignidade de Francisco Lima e que, mesmo assim, pela “frase infeliz” pediu espaço à direção do telejornal para pedir desculpas.
A TV Bandeirantes também tentou convencer a Justiça de que o episódio não teria causado dano moral ou humilhação ao gari. Citou a reportagem de um jornal em que Francisco Lima teria dito que “não guarda qualquer mágoa ou revolta”, o que demonstraria uma clara renúncia a uma indenização. A emissora chegou a afirmar que o gari “utiliza-se da prestação jurisdicional para obtenção de lucro fácil”.
A TV Bandeirantes ainda entendia que não poderia ser responsabilizada pela fala de Boris Casoy, porque ele “emitiu opinião própria e desvinculada da edição do Jornal da Band”. Também alegou que é impossível obter controle sobre tudo o que o âncora do telejornal fala em programas ao vivo.
Desculpas insuficientes
Para o TJSP (Tribunal de Justiça de São Paulo), “ainda que sinceras”, as desculpas de Boris Casoy não são suficientes para reparar o dano causado ao gari. A decisão destacou que Francisco Lima avisou aos familiares que iria 'aparecer na televisão' e que a “lamentável ocorrência efetivamente ofendeu a dignidade do autor (gari)”.
Ainda de acordo com a decisão, a alegação de que não houve intenção de ofender o gari não absolve o jornalista e a emissora. Ressalta que Boris Casoy, “experiente na profissão que exerce há décadas, seguramente conhece os bastidores de um programa apresentado ao vivo e que, muitas vezes, o intervalo é interrompido sem maiores avisos ou o áudio 'vazado'. Houve descuido de sua parte. E, ainda que tenha dito tais falas 'em tom de brincadeira', como narrou ao Juízo a testemunha (e também jornalista) Joelmir Beting, o fato danoso ocorreu e seguramente poderia ter sido evitado”.
Por fim, o TJSP concluiu que a emissora é responsável pelo conteúdo que veicula e, por isso, deve dividir o valor da condenação com Boris Casoy.
(UOL/Os Amigos do Presidente Lula)

Energia barata, Fiesp e Aécio

Davis Sena Filho
DAVIS SENA FILHO 
A Fiesp finalmente aderiu à campanha do governo federal pela diminuição da conta de luz. Porém, nem sempre o caminho está livre e desta vez a pedra se chama Aécio Neves
A Federação das Indústrias de São Paulo (Fiesp) deu início, após um tempo em silêncio, à campanha publicitária nos meios de comunicação privados para cobrar apoio dos congressistas para que seja aprovada a Medida Provisória nº 579, de autoria da presidenta Dilma Rousseff, que tem por propósito diminuir a conta de luz - o preço das tarifas de energia - e dessa forma incrementar e fortalecer ainda mais a economia interna do País.
Porém, nem sempre o caminho está livre, e, consequentemente, os obstáculos têm de ser superados.  A pedra no caminho se chama Aécio Neves (PSDB), senador tucano, ex-governador de Minas Gerais e que representa os interesses dos acionistas privados das companhias de energia. Aécio é o lobista mais importante que luta contra a redução da conta da luz, compromissado que é com aqueles que tem muitas ações na Cemig e não querem ter seus lucros diminuídos, mesmo se for em detrimento dos interesses da população brasileira e dos capitães da indústria, que há anos pedem tarifas de energia mais baratas. Tucanos, os que venderam o Brasil, realmente trabalham pelo capital — o privado — é claro. Não tem jeito. São viciados.
A campanha publicitária para baixar o preço da energia iniciou após a presidenta trabalhista Dilma Rousseff chamar às falas a Fiesp e seu presidente, deputado Paulo Skaf (PSB/SP), além de ter questionado também o presidente da Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro (Firjan), Eugênio Gouvêa Vieira. Os empresários reclamavam que o custo da energia elétrica no Brasil estava a prejudicar a competitividade da indústria nacional. Só que os dois capitães da indústria, de forma estranha, calaram-se por vários dias.
Dilma, então, assinou a MP 579, que estabelece novas regras para o setor elétrico brasileiro e estima uma redução média de 20,2%. A MP trata da renovação antecipada da concessão das usinas hidrelétricas que estão prestes a vencer, o que propiciará a redução das tarifas de energia. Entretanto, para sua surpresa, a presidenta passou a enfrentar resistência de parlamentares de oposição e até mesmo de alguns da base do Governo que são ligados às empresas geradoras de eletricidade, a maioria empresas estatais sob a administração de governadores do PSDB, conduta de típicos tucanos neoliberais que não causa nenhuma surpresa.
Os empresários da indústria, os que mais abriam a boca por causas dos custos da energia e os maiores beneficiados pelo marco regulatório do governo, malandramente ficaram quietos, diferente do que fizeram na época da CPMF, quando foram até a Praça da Sé e montaram um circo para que o Congresso não a prorrogasse, o que causou sérios prejuízos no que  é concernente à arrecadação do SUS.
Com a pressão da presidenta trabalhista, eles resolveram se mexer, porque ficariam muito mal na fita perante a categoria empresarial, o povo brasileiro, além de terem sido duramente questionados pelo Governo. Contudo, nada a estranhar, grandes empresários formam uma classe corporativa, de perfil neoliberal, e nem sempre o que apregoam reflete a verdade de suas intenções.
Skaf é deputado pelo PSB, mas, evidentemente, tal homem de negócios não é socialista. Está no PSB por questões de espaço ou porque achou charmoso ser um grande empresário e ser filiado a um partido cuja sigla tem a palavra "socialista". Quando Paulo Skaf foi candidato ao governo de São Paulo em 2010, ele apresentou a seguinte proposta digna de um neoliberal: cobrança de mensalidade nas universidades públicas, além de outras propostas que nem vale à pena citar.
Não sei até que ponto e os motivos pelos quais os dois principais dirigentes da poderosa indústria brasileira quase recuaram. Os acionistas das companhias transmissoras de energia elétrica são poderosos, muito ricos, estrangeiros e brasileiros, que não tem compromisso com o Brasil por serem rentistas. A mesma coisa acontece com a telefonia e a banda larga.
A verdade é que os governos tucanos de FHC — o Neoliberal — jamais deveriam alienar bens públicos e estratégicos para o País, como o fizeram com a Telebras e a Vale do Rio Doce. Deu no que deu: tarifas altíssimas, descumprimento de contratos, liderança de reclamações nos Procons e a negativa de disseminar a telefonia e a banda larga por todos os rincões do Brasil.
Por seu turno, os presidentes da Fiesp e da Firjan resolveram aderir às ações do Governo Federal, bem como já deram início à campanha para que os preços de energia caem, tanto no âmbito doméstico quanto no empresarial — industrial. É por intermédio da observação atenta que passamos a conhecer aqueles que são lobos e usam peles de ovelhas. Pelo menos eles reformulam suas ações até então muito questionadas. Antes tarde do que nunca. É isso aí.

Renda cresce mais nas áreas pobres rurais

O setor rural brasileiro, no período entre 2003 e 2009, cresceu mais economicamente se comparado ao restante do pais. Segundo dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD/IBGE), a chamada “nova classe média”, que atingia 20,6% da população rural em 2003, chegou a 35,4% dessa população em 2009 e deverá atingir a casa dos 50% em 2014, mantida a tendência atual. A renda cresceu mais nas áreas pobres rurais do que nas cidades, assim como a renda na região Nordeste cresceu mais do que no Sudeste. Um novo estudo, realizado pela Fundação Getúlio Vargas, revela que a pobreza no campo, em comparação com as grandes cidades, caiu 16,2% entre 2009 e 2010.

Os dados são do livro ˜Superação da pobreza e a nova classe média no campo˜, de Marcelo Neri, Luisa Carvalhaes Coutinho de Melo e Samanta dos Reis Sacramento Monte (FGV Editora), lançado quinta-feira (22), na VIII Feira Nacional da Agricultura Familiar e Reforma Agrária, no Rio de Janeiro. Produzido pelo Núcleo de Estudos Agrários e Desenvolvimento Rural do Ministério do Desenvolvimento Agrário (NEAD/MDA), o livro é resultado de pesquisa realizada por Marcelo Neri, presidente do Instituto de Pesquisa Econômica e Aplicada (Ipea) e professor da Fundação Getulio Vargas.

Segundo esse estudo, esse crescimento de renda no campo esteve menos associado ao agronegócio e mais à expansão de transferências públicas no meio rural (aposentadoria rural, Benefícios de Prestação Continuada (BPC), Bolsa Família, entre outros programas. O crescimento acumulado de 71,8%, de 2003 a 2009, aponta ainda o estudo, equivale a 3,7 milhões de brasileiros do campo que passaram a integrar a classe C (um universo de 9,1 milhões de pessoas em 2009).

Entre 2003 e 2009, a renda per capita media do brasileiro que vive na área rural cresceu 6,1% ao ano em termos reais, ou seja, já descontada a inflação e o crescimento populacional, afirma também a pesquisa. Ela passou de R$ 212,58 para R$ 303,30. O crescimento médio nacional no mesmo período foi de 4,72%.



Além dos programas de transferência de renda, como o Bolsa Família, dos benefícios da Previdência e do aumento do salário mínimo, as políticas públicas de desenvolvimento rural e de fortalecimento da agricultura familiar vêm desempenhando um papel fundamental na redução da pobreza no campo, destaca o ministro do Desenvolvimento Agrário, Pepe Vargas. Quem circula pelos pavilhões da Feira Nacional da Agricultura Familiar tem uma amostra bem significativa desse universo em expansão representado pela agricultura familiar brasileira.

Programas sociais aumentam renda no campo

Os programas sociais representam um fator importante desse processo de ascensão social no meio rural. Segundo o livro “Superação da pobreza e a nova classe media no campo”, a fonte de renda que mais cresceu na área rural foi a de programas sociais (21,4% contra 12,9% da media nacional). Esse crescimento foi influenciado principalmente pela criação do Programa Bolsa Família, em 2003, e suas expansões posteriores. O reajuste do salário mínimo, que cresceu 45% nesse período e o crescimento de 5,58% da renda da previdência no piso também contribuíram para o aumento de renda no meio rural. Já a renda do trabalho tornou-se menos importante na área rural do que no resto do pais, correspondendo a 66,5% da renda média da população rural (contra 76% da media nacional).

Entre 1993 e 2009, a taxa de pobreza entre crianças de zero a quatro anos caiu 35,2%, aponta a mesma publicação. Essa queda tende a subir com a idade até chegar a 85,2% na população acima de 60 anos. A maior parte dessa queda da pobreza das crianças no campo, 29,4%, ocorreu entre 2003 e 2009, contra 8,7% entre 1992 e 2003.

O livro organizado por Marcelo Neri traz no final um capítulo sobre o futuro, que defende a construção de uma nova agenda de políticas sociais rurais. O Brasil, sustenta, precisa ir alem do “dar mercado aos pobres”, completando o movimento dos últimos anos. “Devemos tratar o pobre co o protagonista de sua história e não como um passivo receptor de transferências de dinheiro oficiais e de créditos consignados a benefícios. O programa Territórios da Cidadania propõe fazer isso a partir de uma perspectiva pública˜. Os desafios a superar nesta área não são poucos.

Um dos principais “gargalos logísticos” para os pequenos agricultores está ligado ao problema do acesso aos mercados consumidores. Políticas de acesso a esses mercados, tais como a formação de cooperativas de pequenos produtores, podem facilitar o processo de compras governamentais. O mesmo se aplica a uma política de transporte rural, com a garantia de estradas capaz de ligar esses produtores aos mercados consumidores, ao fortalecimento das políticas de microcrédito e à qualificação das escolas rurais.
(Marco Aurélio Weissheimer- Carta Maior)