Jorge Paz Amorim
- Na Ilharga
- Belém, Pará, Brazil
- Sou Jorge Amorim, Combatente contra a viralatice direitista que assola o país há quinhentos anos.
sábado, 30 de abril de 2011
Quando o treinador faz a diferença
Para o 2º tempo do jogo, Muricy Ramalho sacou do time Zé Love e colocou o zagueiro Bruno Aguiar, adotando claramente o 3-5-2. Adiantou Arouca, Danilo e Elano pelo meio; Jonathan e Léo pela laterais e posicionou Paulo Henrique Ganso fazendo uma espécie de "pião" entre o centro do campo e a intermediária sãopaulina.
Resultado, um segundo tempo primoroso santista ante um tricolor inerte, que foi sendo golpeado indefeso até ir a nocaute. A dupla Ganso e Neymar, revival suis generis da Pelé/Coutinho, soube suportar com dignidade monástica os momentos de sufoco, ah... como é gostoso ver o Neymar quando está focado apenas em brindar o público com aquilo que provoca enlevo, sem aquelas encenações marrentas e detestáveis; e como é prazeiroso ver o Ganso surgir das trevas de uma atuação apagada e, de repente, iluminar o palco do espetáculo como uma espécie de Orson Welles dos gramados, gerando luz nos espaços mais sombrios.
É o tipo do jogo em que o torcedor vencedor fica igual a pinto no lixo, o perdedor consolado pela qualidade do vencedor e o indiferente(como eu) querendo mais e lamentando que o tempo de acréscimo tenha sido de apenas três minutos. Égua do jogão!
O passado condena, o presente é sombrio e o futuro depende da ação policial
E quando se pensava que o banditismo estava limitado à juventude, constatamos perplexos na reportagem da jornalista Jalília Messias, ontem na TV Liberal, que o assalto explorava seres indefesos em idade ainda mais tenra. É o caso do jovem Ricardo Rafael Moreira, que desde o seu primeiro ano de vida era usado para que um mafioparlamentar embolsasse criminosamente mais de R$15 mil mensais. A propósito, segundo o promotor que investiga o caso, há o uso de pessoas de origem humilde como doceiras, costureiras, domésticas, entre outras, tinham o nome incluido na folha da AL permitindo que esses assaltantes repugnantes se locupletassem com dinheiro com o dinheiro público.
A situação é insustentável, embora notórios gatunos insistam em tirar por menos. Quem assistiu a matéria da TV Liberal e viu o ar de espanto do jovem deve perguntar:e agora? Entre os inúmeros efeitos produzidos por essa artimanha, um é bizarro. Será que isso vai gerar contagem de tempo de serviço?
Certamente não na medida em que ato ilegal não gera direito. Mas, caso fique comprovado que o outrora bebê e hoje jovem foi usado à sua revelia, poderá o mesmo ser beneficiário de uma indenização, obviamente paga com dinheiro público. Trata-se, então, de condenar o meliante que urdiu tal patifaria a ressarcir o Estado por conta dessa despesa. É o mínimo que se espera da justiça.
Saúde tucana
IBGE REVELA: FHC CHOVEU NO MOLHADO, PSDB ESQUECEU O "POVÃO" FAZ TEMPO.
A maior taxa de mortalidade infantil do país, conforme os dados do Censo de 2010, divulgado pelo IBGE nesta 6º feira, ocorre no Estado mais rico da federação. Há 17 anos conduzido pelo 'modo tucano de governar' - os últimos três sob a batuta do 'gestor' José Serra, São Paulo registrou 6.111 óbitos de crianças com menos de 1 ano em 2010, um recorde funesto na radiografia do IBGE. A Bahia ocupa a 2º colocação: 3.083 mortes.
Regionalmente, o Sudeste também se sobressai no ranking sombrio: 11.984 crianças menores de um ano morreram na região entre agosto de 2009 e julho de 2010, a maior taxa do Censo. O Nordeste paupérrimo aparece logo atrás: 11.349 mortes. O Sudeste tem a maior fatia da população brasileira (42%), o que mecanicamente o absolveria.
Ocorre que a região também abocanha a maior proporção do PIB (56,5%), um contraste chocante que se repete no caso do Estado paulista: com 21,5% da população brasileira, SP é a unidade da feredação que detém a maior parcela do PIB (33,9%). Por que tanta riqueza e 'eficiência' não se traduz em maior saúde neonatal? Com a palavra a mídia e o colunismo isentos.
Do site Carta Maior
sexta-feira, 29 de abril de 2011
Sandices
Tudo mentira que se soma a operação abafa. Os tucanos tinham uma numerosa bancada que, somada a do PMDB, instalaria quantas comissões quisesse. Se não o fez foi por incompetência e por saber que os inúmeros factóides criados, se fossem postos à minúcia, desmascarariam mais os investigadores do que aos investigados, daí o trapalhão parlamentar passar quatro anos fazendo apenas barulho inconsequente.
Agora, diante da confrontação com investigação séria sobre roubos confessadamente cometidos, só faltando saber quantos e quais são efetivamente os ladrões, vem o tucano sugerir sutilmente que se faça um mutirão pela impunidade. Quanta canalhice!
Tiro no pé
"Dilma e Lula dão nó tático na oposição midiática
Dilma e Lula gravam juntos a propaganda partidária do PT na TV e no rádio.As inserções vão ao ar na semana que vem.
Como disse Lula, a imprensa demo-tucana ficou de "namorico" com Dilma, na vã esperança de achar que elogiando ela, estariam rebaixando Lula, e semeando discórdia.
Deu tudo errado para a oposição. A imagem de Lula continua inabalável e prestigiadíssima no Brasil e no mundo todo. E Dilma já conquistou a admiração de boa parte do eleitorado que votou em Serra influenciado por preconceito e por medo.
Agora vão ter que engolir os dois juntos, como as grandes lideranças mais influentes nas eleições de 2012, para desespero da oposição."
É o que dá ser burro e achar que todo mundo é igual ao conluio demotucano, sem convicção ideológica.
-Extraido do blog Amigos do Presidente Lula.
quinta-feira, 28 de abril de 2011
Prioridades tucanas
Com essa perversa economia, Simão paga todas as mensalidades da casa que alugou do presidente da Unimed, preço anual de R$308 mil; e ainda sobra um trocado para ajudar a pagar a casa do vice Helenílson. Como dizia um slogan do tempo dos milicos, "Tudo pelo social". Égua!!!
Naufragou
Agora, além da postura reparadora da população, resta a perspicácia do Ministério Público de cobrar legalmente dos responsáveis por esse crime que expliquem o porquê do seu cometimento. Após oito anos de assaltos e desatinos, claro que sabemos a resposta, mas é claro que isso precisa de enquadramento legal a fim de que não termine impune.
Sem sigilo, sem manobras.
Mas é preciso que isso não vire um baile da saudade, tão a gosto de certos nostálgicos ávidos para desviar o foco do principal dessa investigação, evitando a evolução no tempo da investigação a respeito do uso doloso da folha de pagamento da AL para pendurar despesas privadas, aí incluidas aquelas gastas em campanhas políticas.
Outrora, essa mesma Assembléia já deu mostras que corta na carne despesas de origem ilegal, quando puniu com rebaixamento de categoria funcional, e até demissão, servidores que utilizaram-se de documento de escolaridade falsificado para usufruir gratificações.
Agora surge outra oportunidade de se passar novamente a Casa a limpo. Só que agora a coisa é mais grave porque há indícios da participação de muitos parlamentares beneficiando-se de esquemas criminosos tocados por funcionários.
Lamentavelmente, temerosa de que ocorra um racha que a imploda, a maioria governista prefere fazer proselitismo contra abertura de uma CPI deixando os deputados estaduais à margem do processo. Inusitadamente Polícia Federal, Polícia Civil, ministérios públicos, Estadual e Federal, Câmara Federal e Receita serão atores nessa investigação, porém, os representantes do próprio poder investigado, não. Uma pena, afinal, tudo aquilo que está sendo anunciado como providência tomada pela presidência pode não ser suficiente e virar letra morta assim que a poeira desse tufão sentar, principalmente por tratar-se de medida autocrática, perdendo-se ótima oportunidade de tomar medidas conjuntas, a partir de um esforço conjunto. Paciência!
quarta-feira, 27 de abril de 2011
Tortura é crime imprescritível
Elder Ogliari, de O Estado de S.Paulo
A farsa dos direitos humanos dos EUA
Jovens presos em Guantánamo não eram ameaça para os EUA, diz jornal
Entre as histórias pessoais está a de um menino de 14 anos que se ofereceu para trabalhar como pedreiro e acabou sendo cooptado por um grupo de talibãs, de onde passou para mãos americanas. Outro caso é de um afegão que trabalhava para um senhor de guerra fazendo trabalhos manuais e quando chegaram os americanos foi levado para Guantánamo.
"Não nos consta nenhuma razão para que o detento tenha sido enviado para as instalações de Guantánamo", diz um dos documentos.
"Não é membro da al Qaeda nem um líder talibã. Não oferece ameaça para os interesses dos EUA e de seus aliados", afirma outro.
O único detento menor de 18 anos que as autoridades atribuíram um alto valor para os serviços de inteligência foi o canadense Omar Ahmed Jader, filho de um tenente de Osama bin Laden, o único dos mais jovens que permanece até hoje na base militar. Outros cinco detentos as autoridades reconheceram que não podiam extrair qualquer informação, sete foram classificados com "baixo" valor, e dois com "médio".
Apesar da linguagem protocolar nos documentos, em alguns casos os agentes chegaram a mostrar compaixão, como na ficha de Naqib Ullá, um afegã que ingressou em Guantánamo com 14 ou 15 anos.
"É um menino que foi recrutado à força pelos talibãs. Mesmo que possa ter algum valor para nossos serviços de inteligência, a informação que dispõe não é tão importante como a necessidade de tirar o jovem deste ambiente atual e dá-lo a oportunidade de crescer fora do extremismo radical", escreveu o general Geoffrey Miller em um memorando.
Todos os menores ingressaram na prisão entre 2002 e 2003, e a maioria saiu por volta de 2006, mas algumas transferências se estenderam até 2009. Em média, os detentos permaneceram três anos e meio em Guantánamo.
É difícil, porém, quantificar o número exato de crianças e adolescentes que passaram pela base militar em Cuba. Além dos 14 presos que tinham menos de 18 anos antes de entrar na prisão - quatro deles com 15 anos ou menos -, outra dezena estava a ponto de completar a maioridade ou acabara de fazer 18 anos.
Da Agência O Globo
Fique de olho no apito!
Há uma jogo entre um time "grande"(parlamentares) e um time "pequeno"(servidores comissionados). De repente, ocorre um desentendimento generalizado e o pau canta. Fora a turma do deixa-disso, todos brigam até os ânimos serenarem. É quando o árbitro da partida(comissão de sindicância), que a tudo assistiu, resolve expulsar apenas aquele(a) que ele, árbitro, julga ter sido o pivô da confusão.
De tão escandalosa, a decisão é contestada e entra em cena o tribunal desportivo(Polícia Civil e Ministério Público). Este assiste fitas, colhe depoimentos e apreende a "súmula" do jogo e descobre que havia nesta uma série de anotações que, por algum motivo, foram ocultadas na hora de se tomar uma decisão.
Retoma-se o julgamento, mas, por enquanto, é nítida a (má) intenção de punir o menor número possível de envolvidos naquele rififi, embora esteja difícil porque podem entrar em cena observadores do tribunal desportivo superior(Comissão Externa da Câmara Federal). É bom ressaltar que essa tendência, de aplicar suspensão apenas a Robgol e Juvenil, pode despertar a mesma ira que a farsa da sindicância despertou, provocando uma reação que atinja proporções ainda mais corrosivas aos interesses dos que querem tirar por menos esse imbroglio. Não está fácil, mas é bom a opinião pública não cochilar, pois que senão o cachimbo cai e muitos bandidos acabam impunes.
terça-feira, 26 de abril de 2011
Consequências
Cinismo desmedido
Duas "obras" diametralmente opostas
A ESCOLA MODELO
Protesto do escritor e jornalista Alfredo Garcia
grande oportunidade de permanecerem calados. Deram uma no cravo e
outra na ferradura. Repondo os fatos para quem – grande parte dos
(e)leitores – os desconhece: recentemente, em acordo conchavado, os
senhores edis decidiram denominar – com todo louvor, diga-se – a
extensão da atual Avenida Independência que vai da Rodovia Augusto
Montenegro (em Belém) até “aos limites do município de Ananindeua”
como Avenida Jornalista Laércio Wilson Barbalho. Esta proposta, vale
assinalar, foi feita pelo vereador José Scaff Filho (PMDB), a quem
parabenizo, inicialmente.
A graciosidade veio na sequência: para homenagear o centenário da
Assembleia de Deus, cuja história está intrinsecamente ligada ao Pará,
sem dúvida, os senhores parlamentares do legislativo municipal
resolveram denominar a outra extensão da Avenida Independência como
Avenida Centenário da Assembleia de Deus, em detrimento do escritor
Dalcídio Jurandir, que até a presente data nomeava a avenida na
extensão que vai da Rodovia Augusto Montenegro até a Avenida Júlio
César.
Justifica-se, naturalmente, a decisão dos senhores vereadores por dois
fatos: a) Total desconhecimento de quem foi Dalcídio Jurandir, de sua
importância para a história cultural e política do Pará; b) Desejo de
agradar aos nobres integrantes da Assembleia de Deus, no que vai um
nada louvável toque eleitoreiro na votação.
Senhores vereadores: como escritor paraense lastimo muito a decisão de
Vossas Excelências, o que somente prova o total divórcio desse
Legislativo, que deveria ser um dos primeiros a legislar em defesa de
tal iniciativa, com a nossa Cultura, com a nossa Literatura. Sim,
senhores, sabemos que nós, escritores paraenses, somos quase uma raça
em extinção, mas ainda somos formadores de opinião, temos famílias e
influência entre o eleitorado, especialmente o mais esclarecido, o
qual, faço lembrar, votará na eleição do ano que vem.
Atenciosamente,
ALFREDO GARCIA
Escritor e Jornalista
Sócio Nº 6 da Ass. Paraense de Escritores (A.P.E)
N.B.Como não houve repercussão à altura da iniciativa, de resto desastrada, na medida em que havia alternativas outras para homenagear o centenário da Assembléia de Deus, essa é a prova de que o desrespeito à memória de Dalcídio Jurandir, na sociedade, ficou longe da unanimidade burra que tanto incomodava Nelson Rodrigues.
segunda-feira, 25 de abril de 2011
O gordinho tá certo!
DELFIM : QUEM CONTROLA A MÍDIA IMPÕE SUA VISÃO
ECONÔMICA E COLOCA EM XEQUE A DEMOCRACIA
"...Há opiniões de gente do governo (e também de fora) de que o momento não é propício a uma ampla discussão do problema (o desafio da inflação e suas intercorrências na questão dos juros e a relação destes com a valorização cambial), porque isso poderia deteriorar ainda mais as expectativas inflacionárias. Concordo que essa é uma preocupação importante, mas a ampliação do debate hoje é necessária para que não prevaleça o pensamento único imposto à imprensa por grupos restritos que se julgam portadores de uma ciência econômica que, na verdade, não existe. 'Cientificamente', os vastos recursos do sistema financeiro influem decisivamente na construção das expectativas da inflação. São elas que dão o suporte necessário à elevação das taxas de juro. Nosso papel é insistir em questionar esse mecanismo das expectativas que o Banco Central acaba sancionando. No final, oficializa a estimativa de inflação que é a do próprio sistema financeiro (...) este é um processo perverso que pode por em xeque a própria democracia: quem controla a mídia acaba impondo a sua vontade. Vivemos um período relativamente longo (nos anos que antecederam a eleição de Lula) em que o debate econômico esteve interditado. Com a 'virada da agenda' em favor do crescimento com inclusão social, parece ter renascido o interesse em discutir a política econômica de forma ampla, sem restrições" (Delfim Netto/ Carta Capital)
domingo, 24 de abril de 2011
"Cupim" rides again
Espera-se que a tardia era do aquário cupínico não sofra tantos reajustes em seus preços como ocorreu com a Estação, cujo preço final até hoje não se sabe se foi três, quatro, cinco, seis vezes maior do que o anunciado inicialmente, burlando acintosamente a lei Nº8.666/96. E viva a Operação Rêmora!
Apologia da impunidade
Ou seja, acusa tardiamente o relator da citada CPI da Pedofilia, então deputado estadual, hoje deputado federal, Arnaldo Jordy, de ter recebido propina do dito empresário para mante-lo fora do alcance das denúncias feitas pela comissão.
Com essa revelação, o jornal é réu confesso da prática de pelo menos um delito, pois, se sabia em detalhes da tramóia de Jordy, seu papel era o de fazer a denúncia e não omitir-se contribuindo para a impunidade de tão abjeto crime; além de defensor intransigente de que nada se apure agora, quando todas as evidências apontam a existência de uma quadrilha, comandada pelo pemedebista Domingos Juvenil, pelo petebista Robson Nascimento, pelo senador tucano Mário Couto e muito provavelmente mais alguns pemedebistas, pelo menos. Assim, defende a Futrica(Diário) que a recompensa pelo silêncio no suposto episódio Jordy é apurar a bandidagem praticada na Assembléia até um ponto em que não incomode o candidato laranja do dono do jornal.
Completando esse quadro surrealista, mais adiante, sob Jader Barbalho, artigo do sindicalista Charles Alcântara condenando a corrupção. Credo!!
sábado, 23 de abril de 2011
Ecos de Eldorado do Carajás
Semana de festa no assentamento 17 de abril. Ainda que para homenagear as vítimas do massacre de Eldorado dos Carajás, um dos episódios mais trágicos na história do Movimento dos Trabalhadores Sem Terra (MST), o clima era de confraternização e os convidados, recebidos com alegria.
O assentamento leva o nome da data do massacre, que ocorreu a 21 quilômetros dali, quinze anos atrás. Em marcha rumo a Belém, mais de mil sem-terra reivindicavam a desapropriação do complexo Macaxeira, terreno que hoje o assentamento ocupa. O ato culminou na morte de 19 camponeses, executados pela Polícia Militar em operação ordenada pelo governador Almir Gabriel (PSDB) e reforçada pelo secretário de Segurança Pública, Paulo Sette Câmara, que autorizou o uso da força policial para retirar os manifestantes da rodovia.
Os sem-terra reagiram às bombas de gás lacrimogêneo com paus e pedras, ao que a PM respondeu disparando tiros. Segundo a perícia, no entanto, a maior parte das mortes ocorreu instantes depois do enfrentamento, quando os manifestantes já estavam rendidos. Fora os mortos, cerca de 70 manifestantes foram gravemente feridos e mutilados por armas brancas utilizadas pela polícia. Dos 154 policias denunciados pelo Ministério Público, apenas dois foram condenados: o coronel Mario Collares Pantoja e o major José Maria Pereira. Ambos aguardam em liberdade o fim do processo.
Desde então, o mês da tragédia é chamado de abril vermelho e tornou-se principal período de lutas e ocupações do MST.
Durante os dias da semana do 17 de abril, foram organizadas oficinas de artes, plenárias e debates. Na praça central do assentamento, houve shows de música todas as noites. Foi inaugurada a biblioteca José Saramago, com fotos de Sebastião Salgado decorando as paredes. Saramago fazia parte da grande rede informal de apoiadores do MST no mundo, que inclui de Chico Buarque ao grupo Rage Against the Machine, do fotógrafo Salgado ao linguista Noam Chomsky.
No dia seguinte à inauguração da biblioteca foi lançado o livro de poesias de Diva Lopes, militante do movimento.
A programação encerrou-se no domingo, 17, dia em que centenas de sem-terra refizeram a marcha pela rodovia PA-150, até a curva do “S”, local do massacre. Quase todos jovens militantes, caminharam por aproximadamente três horas sob o sol, entoando palavras de ordem e cantorias.
O palanque na curva do “S”, onde os convidados fizeram seus discursos e dois shows foram apresentados, foi montado diante do monumento que marca o lugar da tragédia. Ali ficam dezenove troncos de castanheiras queimados, um para cada vítima fatal do massacre.
Para abrir o ato foi celebrada missa pelo bispo diocesano de Marabá, dom José Foralosso. Em seguida, diversos políticos discursaram, entre eles a senadora Marinor Brito (PSOL-PA), a deputada estadual Bernadete ten Caten (PT)e o prefeito de Eldorado dos Carajás, Genival Diniz Gonçalves.
“Na história de luta dos povos, foram se consolidando lugares sagrados. Lugares até os quais se caminha para abastecer-se de energia e continuar a luta. Esse é um lugar sagrado, junto a essas castanheiras. Lembramos do momento em que mataram à queima roupa nossos companheiros. Não podemos esquecer, não vamos descansar. Se nos calarmos, até as pedras gritarão!”, declarou João Pedro Stédile, da direção nacional do MST.
José Sebastião de Oliveira é um dos muitos sobreviventes que vivem no assentamento 17 de abril. No dia do massacre, foi ferido na perna.
“Achava que eles estavam de brincadeira, só querendo nos assustar dando tiros para o alto. Foi quando vi meu colega deitado no chão, com a boca aberta. Foi o primeiro a cair e era do meu grupo”, conta. José não gosta de falar no assunto.
Segundo ele, recordar é sofrer duas vezes. Reclama que já falou muito a jornalistas, que insistem em contar a história com erros factuais. “Já vi jornal dizendo que o tiroteio começou à noite. Foi às cinco da tarde! Estava claro! Mas eles continuam dizendo isso…”
Quando perguntei a José sua idade, ele respondeu incerto. Seriam 53 ou 54 anos. Ao conferir com a esposa, ao lado, foi corrigido: na verdade, são 63. Ele reluta, mas relembra. As vítimas que conseguiram alguma indenização receberam menos do que tinham direito. O tratamento médico oferecido pelo governo também é considerado insuficiente.
Ao longo dos anos, cinco vítimas morreram entre um consulta e outra, em decorrência dos ferimentos recebidos no dia do massacre. Mas os danos mais graves muitas vezes são psicológicos. E persistem.
José diz que vai vai trabalhar esperando o dia em que os policiais voltarão para matá-lo. “Eram pistoleiros vestidos de policiais. Eu sei, olhei bem nos olhos deles, assim de pertinho! Outro dia encontrei um e voltei a olhar nos olhos dele. Como que não tem vergonha? Ele acha que eu não vou lembrar?”, se pergunta, emocionado.
“A escravidão nunca acabou, se não é no pão de cada dia, é no tratamento. Os fazendeiros continuam aí empregando trabalho escravo. Falo mesmo, a gente é tratado feito lixo”, esbraveja.
Josimar Pereira de Freitas preside há quatro anos a associação dos mutilados do massacre de Eldorado dos Carajás. Estava presente no dia 17 de abril e levou um tiro que lhe custou a perna direita.
Três levantamentos foram feitos para averiguar o número de mutilados. O Ministério Público chegou a 69, a Comissão Pastoral da Terra, da Igreja Catíolica, contou 75. Mas, segundo os cálculos do MST, são mais de cem.
Entre as vítimas, vinte receberam uma indenização que varia de 25 a 93 mil reais. Essas pessoas foram cadastradas e seus pedidos encaminhados à Justiça. Com o passar do tempo, mais vítimas procuraram ajuda financeira, mas o prazo para que a Justiça analisasse os casos já tinha expirado.
“A gente nunca achou que isso pudesse acontecer: o próprio Estado partir para cima do povo. Também não acreditamos que depois conseguiríamos alguma coisa de indenização, por isso as pessoas foram se organizando aos poucos”, explica Josimar.
A governadora Ana Júlia Carepa, do Pará, reabriu o caso por decreto e mais 30 pessoas puderam receber indenização de 20 mil reais, valor acordado com a Justiça. Todas as vítimas devem receber também uma pensão vitalícia de 308 reais.
Ainda restam desaparecidos. Para Josimar existem duas hipóteses: os corpos foram esquartejados e escondidos por policiais ou as pessoas que faziam parte da manifestação fugiram da região para sempre. “Nesses dias, como 17 de abril ou 7 de setembro, sempre aparece alguma mãe procurando um filho ou um filho em busca da mãe”, conta.
Josimar tira o sustento do lote de terra que cultiva no assentamento. Cria porcos, galinhas e bezerros. Cultiva milho, cana, arroz, entre outros produtos. Sem a perna, diz que sente terríveis dores nas costas.
“Imagina quando eu tenho de carregar um saco de 70 quilos de terra. Uma perna é falsa, então apóio todo o peso na outra e aí atrapalha o corpo inteiro. Como as minhas costas, por exemplo. A sequela física é horrível e vai piorando com os anos, mas a psicológica é muito maior”.
No assentamento 17 de abril vivem hoje 45 mutilados. “Muitos espalharam-se pela região, tiveram medo de voltar para cá. Eu não tenho medo. Para mim, foi aí que a luta começou”, declara Josimar.
O ritmo das plumas
O bombom de cupuaçu de Lula e o bafômetro do Aécio.
A cara da mídia do Brasil
Sem dúvida o fato mais chocante no episódio da blitz da Lei Seca, no Rio, que flagrou Aécio Neves dirigindo com habilitação vencida e metabolicamente impossibilitado de soprar o bafômetro, não foi o fato em si , mas o comportamento da mídia demotucana. Os blindados da 'isenção' entraram em cena para filtrar o simbolismo do incidente, 'um episódio menor', na genuflexão de um desses animadores da Pág 2 da Folha. Menor? Não, nos próprios termos dele e de outros comentaristas do diário em questão. Recordemos. Em 24 de novembro de 2004, Lula participou da cerimônia de inauguração de turbinas da Usina de Tucuruí, no Pará. No palanque, sentado, espremido entre convidados, o presidente comeu um bombom de cupuaçu, jogou o papel no chão. Fotos da cena captada por Luiz Carlos Murauskas, da Folha, saturaram o jornalismo isento ao longo de dias e dias. Ou melhor , anos e anos. Sim, em 2007, por exemplo, dois colunistas do jornal recorreriam às fotos de Tucuruí para refrescar o anti-petismo flácido do eleitor que acabara de dar um novo mandato a Lula. O papel do bombom foi arrolado por um deles como evidencia de que o país caminhava a passos resolutos para a barbárie: "Só falta o osso no nariz', arrematava Fernando Canzian (23-07-2007) do alto de sofisticada antropologia social. Sem deixar por menos, Fernando Rodrigues pontificaria em 09-04-2007: "...Respira-se em Brasília o ar da impunidade. Valores republicanos estão em falta. Há exemplos em profusão (...) em 2004, Lula recebeu um bombom. ... O doce foi desembrulhado e saboreado. O papel, amassado. Da mão do petista, caiu ao chão. Lula seguramente não viu nada de muito errado nesse ato. Deve considerá-lo assunto quase irrelevante. ...Não é. No Brasil é rara a punição -se é que existe- para pequenas infrações como jogar papel no chão. Delitos milionários também ficam nos escaninhos do Judiciário anos a fio (...) Aí está parte da gênese do inconformismo de alguns, até ingênuos, defensores de uma solução extrema como a pena de morte. Gente que talvez também jogue na calçada a embalagem do bombom de maneira irrefletida. São "milhões de Lulas", martelava o jingle do petista. São todos a cara do Brasil..."
A velha mão do Estado
É fisiologismo
De qualquer modo, a impressão que passa é que a direção do PPS está dando palmada no bumbum errado. Até as botas dos bandeirantes expostas em algum museu de São Paulo sabem que tudo que Kassab faz tem o aval do seu criador, José Serra, este preocupado com o protagonismo de Aécio Neves que, bem ao estilo do avô, faz uma espécie de oposição consentida, algo que proporciona ter um pé nos limites do oficialismo planaltino; daí a tática usada por Serra a fim de também manter uma asa arrastada para as bandas do Planalto.
Quando Ciro Gomes, candidato bem votado pelo PPS à Presidência da República em 2002, demonstrou ter mais afinidade com o projeto petista do que com o tucanato foi convidado a procurar outra legenda, pois a de propriedade de Freire(é presidente nacional desde a fundação) já havia firmado posição como linha auxiliar do neoliberalismo fernando/serrista. Ciro contribuiu, no Ceará, para o crescimento vertiginoso de sua nova legenda, principalmente no Nordeste, onde governa dois dos três mais importantes estados daquela região; enquanto os ex-comunistas migraram para São Paulo assumindo resignadamente esse papel secundário.
Com o kassabismo posto no centro desse projeto, sobrou para o antigo PCB resolver o mesmo dilema que vive o outrora poderoso DEM, outra decadente linha auxiliar do tucanato. Como a criatividade e a militância não os fortes dessas legendas, é provável que em breve tenhamos algumas fusões. Não resolve, mas acalma alguns ânimos aparentemente exaltados.
sexta-feira, 22 de abril de 2011
O filtro da patifaria
Um pesoescrotal e duas medidas calhordas
quarta-feira, 20 de abril de 2011
Lobby tucano deu com os burros nágua
A volta da velinha de Taubaté
Imagine o drama dos alunos dessa professora, que usa como fonte de informação factual a Futrica Barbálhica(Diário do Pará). Credo!!
E haja híbrido fértil.
Curioso que, no mesmo dia, Polícia Civil e Ministério Público também "pescaram" na contabilidade da Assembléia Legislativa uns cruzamentos algo bandalhos, que também resultaram em umas espécies bastante indigestas para o consumo popular, tipo o "ro(u)bnil", "tapiorro(u)b", "cambada", "hagesim"(parece nome de remédio pra cleptomania), "falcatrua" e por aí vai.
Espera-se que, daqui pra frente, dado o grande risco à saúde de quem os consome, que só se reproduzam em "cativeiro". Credo!!
Fuga de Tucanolândia
Diminuiu o êxodo para São Paulo.
Esse Nunca Dantes …
Saiu na Agência Brasil:
Nos últimos dez anos, mais pessoas saíram do que chegaram à Grande SP
Entre 2000 e 2010, região metropolitana teve êxodo migratório: -30,3 mil pessoas por ano
Agência Brasil
SÃO PAULO – Tradicional centro de atração de migrantes, a região metropolitana de São Paulo registrou um êxodo migratório na primeira década deste século. De 2000 a 2010, o número de pessoas que saíram da Grande São Paulo é maior do que o das que chegaram. Nesse período, deixaram a região 303 mil pessoas a mais do que o total das que se estabeleceram, segundo pesquisa divulgada nesta terça-feira, 19, pela Fundação Sistema Estadual de Análise de Dados (Seade).
A pesquisa SP Demográfico cruza taxas de natalidade e mortalidade com os primeiros dados do Censo 2010, já disponibilizados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). A partir desses números, já é possível saber se a população de alguns locais do país cresceu e se esse crescimento foi causado pelo nascimento de pessoas ou pela chegada de migrantes.
Na região metropolitana de São Paulo, a população cresceu 0,98% de 2000 a 2010, segundo a pesquisa. Isso foi causado pelo crescimento vegetativo da população (diferença entre os nascimentos e as mortes), já que o saldo migratório desse período foi negativo para a região: -30,3 mil pessoas por ano.
Esse número corresponde a uma taxa de migração de -1,62 para cada mil habitantes da Grande São Paulo. No caso da capital paulista, mais especificamente, a taxa de migração é ainda mais baixa: -3,03.
O resultado da Grande São Paulo impactou também no fluxo migratório de todo o estado de São Paulo. Na primeira década do século 21, apesar de o saldo de migrantes ter sido positivo no estado, ele caiu 67% na comparação com o registrado de 1991 a 2000.
De 2000 a 2010 chegaram no estado, por ano, 47,9 mil pessoas a mais do que saíram. Já de 1991 a 2000, o saldo migratório anual foi de 147 mil.
_Extraído do Conversa Afiada, de Paulo Henrique Amorim.
terça-feira, 19 de abril de 2011
Paráfrase.
A propósito da "Escolinha da Band(idagem)"
Agora ficou definitivamente flagrante o porquê de a Futrica Barbálhica(Diário do Pará) ser terminantemente contra a abertura de uma CPI que investigue aquele festival de ladroagem. Como, tudo leva a crer, o assalto era patrocinado pelo ex-presidente Domingos Juvenil, é provável que uma parte daqueles recursos tenham sido usados na última campanha eleitoral, daí...
À margem
Otto Lara Resende, criador da frase "O mineiro só é solidário no câncer", adorada por Nelson Rodrigues, certamente não conheceu uma família de políticos paraenses que traduziram para o dialeto papachibé sua sentença, adaptada de um ditado popular também muito usado: "Pro nosso pirão, qualquer farinha é pouca". Credo!!
Enquadrando o "fujão"
Já está passando da hora de vermos a lei punindo esse que é um símbolo do deboche e da impunidade, por sinal, de tão petulante e reincidente, já é protagonista semanal de escândalos dando conta de desvios de recursos da saúde. Credo!!
Açai biruta
Só isso explica seu posicionamento contrário ao trem bala, que fará a linha Rio-Campinas em três horas. Flexa condiciona seu voto a favor da autorização do financiamento ao empreendimento pelo BNDES se for garantido o asfaltamento da BR-163(Santarém/Cuiabá).
Detalhe: o asfaltamento da rodovia está em andamento e, ao contrário dos tempos tucanos, tem data para sua conclusão, no final deste ano. Claro que o ex-detento é sabedor desse fato, porém, tomado de inveja fernandohenriqueana, prefere posicionar-se gratuitamente contrário na vã tentativa de iludir incautos. Só o Repórter da Ditadura(70) para dar trela à essa balela.
Candidatura Avulsa
Da minha parte, acho que o Zé Carlos está correto na medida em que a tradição brasileira nos mostra que duas mazelas sempre assombraram nossas escolhas, por sinal, todas duas nefastas ao que deveria ser a livre manifestação do eleitor. Falo da idolatria e do poder econômico, fatores que muito contribuem para a despolitização do processo e o enfraquecimento dos partidos, não por acaso mais de 70% dos eleitores não recordam em quem votaram nas últimas eleições; e ainda convivemos com um grande número de coronéis da política, detentores de mandatos há décadas e sócios do poder, independentemente de quem o exerça.
Nesse sentido, mais do que respeitar a livre manifestação cidadã, penso que a candidatura avulsa contribuirá bastante para o surgimento do nada de "salvadores da pátria". Pior ainda se não chegarmos à consolidação do financiamento público das campanhas, pois aí veremos consolidado o triunfo dos "fantasmas" anteriormente citados: poder econômico e idolatria.
segunda-feira, 18 de abril de 2011
Inabilitado
Ao durar apenas uma semana a tão festejada condução de pessoa, que depois se soube estar inabilitado, só resta à oposição seguir a sugestão de uma comédia que fez muito sucesso há tempos: apertar o cinto até que surja um novo piloto.
Assumindo o que faz
No caso, e ao contrário do que diz o ditado, aqui o que abunda é que prejudica, ou seja, é motivo de todos os temores a ameaça contida nas placas com os dizeres acima referidos. Égua!!!
Vigarice tucana
Informa que o "bondoso" filhote da ditadura, Zenaldo Coutinho Jr., atual chefe da Casa Civil do Estado, propôs atualizar(?) as pensões dos sobreviventes de Eldorado do Carajás em um salário mínimo. Pior, que a proposta teria agradado.
Tão veraz quanto uma nota de três reais. Atualmente, por força de lei aprovada em cima de mensagem enviada a AL pela ex-governadora Ana Júlia, os sobreviventes do massacre físico imposto por um governo tucano recebem dois salários, enquanto descendentes dos que foram assassinados recebem um salário mínimo vigente no estado, portanto, a bondade zenaldista não passa de intenção de promover outro massacre contra aqueles trabalhadores, dessa vez pela condenação à fome. lamentável!!
Numerologia tucana não passa de empulhação.
Pobreza, Desenvolvimento e Políticas Públicas: As diferenças entre o PT e os Tucanos
Deve-se ressaltar que somente entre os anos de 2003 para 2004, o número de paraenses na pobreza subiu de 2.234.251 para 3.270.370, ou seja, uma variação absoluta de 1.036.119 pessoas, ou em termos relativos, uma elevação de 46,37%. Convém ressaltar que naquele ano não houve crise, porém a ausência de políticas públicas provocou aquele infeliz quadro.
Extraído do blog Proposta Democrática
sábado, 16 de abril de 2011
Agência Estado, uma organização mafiosa
sexta-feira, 15 de abril de 2011
Pranto insistente das velhas carpideiras
Regime do mínimo
O IDESP dos sonhos
Clima de terror no Banpará.
Caro Blogger
Por favor faça uma matéria sobre a denuncia do Sindicato dos bancários, reproduzida abaixo.
Clima no banco é de medo, atitude da direção do banco e do governo é do tempo da ditadura:
Direção do Banpará instala o terror e persegue funcionários por motivos políticos
Qui, 14 de Abril de 2011 11:45 Banpará
Está lançada a temporada do terror no Banpará. Sem outra motivação, que não seja a mais abominável perseguição política, a direção da empresa determinou que todos os funcionários que foram cedidos ao Governo da bancária Ana Júlia Carepa fossem destituídos da função e transferidos para as agências, de preferência uma agência bem distante de sua residência.
Segundo relatos de bancários que não querem se identificar (por óbvio temor de represálias por parte da direção da empresa), a determinação da perseguição teria partido diretamente do Palácio dos Despachos, do Gabinete do Governador Simão Jatene. Seja de onde partiu a ordem, não restam dúvidas de que a diretoria do Banpará deve uma explicação aos seus mais de mil funcionários.
A presidenta do Sindicato, Rosalina Amorim, e a diretora de saúde, Érica Fabíola, estão buscando contato com a diretoria do Banco na tentativa de reverter essa decisão, que se constituiria em um precedente perigosíssimo para a empresa, visto que todos os atingidos por essa inaceitável retaliação política são funcionários antigos, com excelentes serviços prestados ao banco e que disponibilizaram seus nomes para participar do Governo no intuito de servir ao povo do Pará.
Convém lembrar que o próprio presidente do Banco, Augusto Costa, que atuou como diretor do Banpará no primeiro governo do tucano Simão Jatene, foi nomeado diretor da CAFBEP no Governo Ana Júlia, mantendo assim seu padrão de vida e contribuindo com sua experiência profissional para a consolidação do BANPARÁ, sem revanchismos que caracterizam os ditadores. Esperamos que seu próprio exemplo sirva para que reconheça o erro e volte atrás.
ESSE PODE SER APENAS O PRIMEIRO PASSO
O Sindicato posiciona-se contrário a essa atitude da diretoria do banco em defesa dos interesses maiores da própria empresa e de seu funcionalismo. “Se deixarmos que se instale a perseguição por motivos políticos, estará aberta a porta para o fracasso de qualquer tentativa de manter o BANPARÁ no ritmo de crescimento que vem experimentando nos últimos anos, o que coloca em risco o futuro da empresa e de seus funcionários”, afirma Rosalina Amorim, Presidenta do Sindicato.
Para a diretora de saúde do Sindicato e funcionária do Banpará, Érica Fabíola, “o que a direção do Banco acaba de fazer representa um recado claro: o que valerá de agora em diante não será a competência profissional, mas a bajulação e o adesismo político ao governo de plantão, o que não pode nortear as ações da direção de uma Instituição Financeira que se pretenda digna deste nome.”
Para reflexão de todos, deixamos um trecho conhecido do poema “No Caminho com Maiakovski”, de Eduardo Alves da Costa:
“Na primeira noite eles se aproximam
e roubam uma flor
do nosso jardim.
E não dizemos nada.
Na Segunda noite, já não se escondem:
pisam as flores,
matam nosso cão,
e não dizemos nada.
Até que um dia,
o mais frágil deles
entra sozinho em nossa casa,
rouba-nos a luz, e,
conhecendo nosso medo,
arranca-nos a voz da garganta.
E já não podemos dizer nada.”
Fonte: Bancários PA
14 de abril de 2011 14:59